sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Sagrada Família: Jesus, Maria e José

 Sagrada Família de Jesus, Maria e José do Natal – MITRA DIOCESANA DE  JACAREZINHO

Vieram apressados os pastores e encontraram Maria com José, e o menino deitado no presépio (Lc 2,16).

Celebremos com alegria a festa da Sagrada Família, contemplando nela o modelo para nossas famílias. Hoje somos convidados a imitar as virtudes e o amor presentes na convivência entre Jesus, Maria e José. Os valores que conduziram a Família de Nazaré se solidifiquem também em nossos lares e em nossa comunidade.

Primeira Leitura: Eclesiástico 3,3-7.14-17 OU Colossenses 3,12-21

Leitura do livro do Eclesiástico.3Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. 4Quem honra o seu pai alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração quotidiana. 5Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. 6Quem honra o seu pai terá alegria com seus próprios filhos e, no dia em que orar, será atendido. 7Quem respeita o seu pai terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe. 14Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. 15Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita a teu pai não será esquecida, 16mas servirá para reparar os teus pecados 17e, na justiça, será para tua edificação. – Palavra do Senhor.

OU

Leitura da carta de São Paulo aos Colossenses – Irmãos, 12vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, 13suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. 14Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. 15Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos. 16Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças. 17Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele, dai graças a Deus, o Pai. 18Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. 19Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. 20Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. 21Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 127(128)

Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!

1. Feliz és tu se temes o Senhor / e trilhas seus caminhos! / Do trabalho de tuas mãos hás de viver, / serás feliz, tudo irá bem! – R.

2. A tua esposa é uma videira bem fecunda / no coração da tua casa; / os teus filhos são rebentos de oliveira / ao redor de tua mesa. – R.

3. Será assim abençoado todo homem / que teme o Senhor. / O Senhor te abençoe de Sião, / cada dia de tua vida. – R.

Evangelho: Mateus 2,13-15.19-23

Aleluia, aleluia, aleluia.

Que a paz de Cristo reine em vossos corações / e ricamente habite em vós sua Palavra! (Cl 3,15s) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus13Depois que os magos partiram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. 14José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 15Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. 19Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, 20e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e volta para a terra de Israel, pois aqueles que procuravam matar o menino já estão mortos”. 21José levantou-se, pegou o menino e sua mãe e entrou na terra de Israel. 22Mas, quando soube que Arquelau reinava na Judeia, no lugar de seu pai, Herodes, teve medo de ir para lá. Por isso, depois de receber um aviso em sonho, José retirou-se para a região da Galileia 23e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: “Ele será chamado Nazareno”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Hoje, festa da Sagrada Família, o Evangelho proclamado pela Igreja está centrado na figura, sempre discreta e silenciosa, de São José: é ele quem, em sonhos, recebe do Anjo do Senhor a ordem de fugir para o Egito com Maria e o Menino recém-nascido para depois, morto Herodes, trazê-los de volta a Israel, em cumprimento à profecia de Oséias: "Do Egito chamei o meu Filho" (Os 11, 1). Vemos como, já nestes primeiros momentos da vida de Cristo, São José, embora não O tenha gerado fisicamente, realizou de fato, e com um amor maior do que o dos demais pais a seus filhos, "todos os atos pertencentes a uma verdadeira paternidade" [1]. Educação, sustento, cuidado material, formação humana, intelectual, religiosa e profissional, todos estes deveres que os pais têm de realizar com respeito à sua prole, cumpriu-os São José com respeito ao Filho que lhe fora confiado [2], cuja divina dignidade exigia que se Lhe garantisse uma existência o mais limpa e imaculada possível [3].

Ora, ainda que a paternidade de São José com relação a Jesus seja nova, única e singular — pois não decorre duma geração natural, senão que se funda num vínculo moral e de amor estreitíssimo [4] —, a consideração de seu papel dentro da Sagrada Família pode ajudar-nos a compreender mais a fundo a extraordinária importância da figura paterna em qualquer família humana. E não há modo mais conveniente de começarmos nossa meditação de hoje do que por aquelas palavras do Apóstolo: "Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai, ao qual deve sua existência toda família no céu e na terra" (Ef 3, 14s), as quais nos despertam para o fato de que se o Pai celeste, por um lado, é fonte de toda paternidade humana, todo pai terreno, por outro, é imagem dAquele que é princípio de todas as famílias. Nossas lares, com efeito, estarão tanto mais bem organizados ao redor de Deus quanto mais os seus chefes se deixarem aniquilar para que neles resplandeça, como num "sacramental", o rosto do único e verdadeiro Pai.

Isto se vê com especial clareza na Sagrada Família, na qual é ao menor — a São José — que cabe comandar a casa. O Filho, o próprio Verbo encarnado, e a Mãe, a mais pura das criaturas, submetem-se humildemente ao suave governo daquele que, num obediente silêncio, não faz mais do que escutar e cumprir a vontade de Deus; daí, pois, a sua autoridade e poder, duas prerrogativas paternas que dependem, como de sua fonte, da atitude de serviço aos demais e obediência aos mandamentos do Senhor que todos os pais, de qualquer condição, estão chamados a assumir. Recorramos ao patrocínio da Sagrada Família de Nazaré, modelo de caridade, recolhimento e humildade, e roguemos aos Céus a graça de que nosso pais, guardiões da paz e unidade domésticas, saibam dobrar-se diante da vontade de Deus e seguir o modelo de paternidade tão belamente encarnado em São José, esposo castíssimo de Maria Imaculada.

Referências

  1. José A. del Niño Jesús. San José: Su misión, su tiempo, su vida. Valladolid: Centro Español de Investigaciones Josefinas, 1965, p. 133.
  2. Cf. Antonio R. Marín, Teología Moral para Seglares. 2.ª ed., Madrid: BAC, 1961, pp. 657-661.
  3. Cf. José A. del Niño Jesús, op. cit., p. 134.
  4. Cf. Bonifacio Llamera, Teología de San José. Madrid: BAC, 1953, p. 102. 
  5.  

     

    https://padrepauloricardo.org

Nenhum comentário: