terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Festa de São João, Apóstolo e Evangelista.

156. Reflexão para o Domingo da Ressurreição - Jo 20, 1-9

Foi João que na ceia repousou sobre o peito do Senhor; feliz o apóstolo a quem foram revelados os segredos do Reino e que espalhou, por toda a terra, as palavras da vida.

João, galileu e filho de Zebedeu, foi o apóstolo ao qual, no alto da cruz, Jesus confiou sua mãe. Pescador de profissão, considerado autor do Quarto Evangelho e das cartas canônicas que trazem seu nome, centrou-se principalmente na divindade de Cristo. Tornou-se teólogo da caridade e, com seu estilo de vida, entregou-se com ardor ao serviço do Reino. A exemplo deste grande evangelista, peçamos ao Senhor que permaneça em nosso meio como Verbo eterno de Deus.

Primeira Leitura: 1 João 1,1-4

Início da primeira carta de São João – Caríssimos, 1o que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida – 2de fato, a Vida manifestou-se e nós a vimos, e somos testemunhas, e a vós anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós -, 3isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. 4Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria fique completa. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 96(97)

Ó justos, alegrai-vos no Senhor!

1. Deus é rei! Exulte a terra de alegria, / e as ilhas numerosas rejubilem! / Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, / que se apoia na justiça e no direito. – R.

2. As montanhas se derretem como cera / ante a face do Senhor de toda a terra; / e assim proclama o céu sua justiça, / todos os povos podem ver a sua glória. – R.

3. Uma luz já se levanta para os justos, / e a alegria, para os retos corações. / Homens justos, alegrai-vos no Senhor, / celebrai e bendizei seu santo nome! – R.

Evangelho: João 20,2-8

Aleluia, aleluia, aleluia.

A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; / vos louva o exército dos vossos santos mártires! – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – No primeiro dia da semana, 2Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou. – Palavra da salvação.

Reflexão
Logo no início da Oitava do Natal, celebramos a festa do Apóstolo S. João, o discípulo amado, que, entre todos os evangelistas, foi decerto o mais profundo, justamente por ter sido o mais íntimo de Cristo, em cujo peito — in sinu Iesu — reclinou a cabeça durante a Última Ceia. E o Evangelho de hoje nos fala daquele momento decisivo em que João, abatido pela morte do Senhor, entra no sepulcro ao amanhecer do domingo de Páscoa e, vendo dobradas a um lado as faixas de linho que recobriram o santíssimo corpo de Cristo, acreditou na ressurreição anunciada por Maria Madalena: “Viu e acreditou”, escreve ele sobre sua experiência. Celebrar pois a festa de S. João com este precioso Evangelho, no contexto da Oitava do Natal, é contemplar em grande escala o sentido último da vida de Nosso Senhor: Ele veio a este mundo para entregar-se por nós ou, como diz em frase lapidar o discípulo amado, Ele, “como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou” (Jo 13, 1). E a vitória de Cristo sobre o pecado e o demônio na cruz se manifesta, gloriosa, inabalável, no domingo de manhã, naquele sepulcro vazio, prova de que Ele está vivo, agora e para sempre, e mais vivo do que nós, porque ressuscitou para nunca mais morrer. É por isso que, quando vamos ao sacrário reclinar nossa cabeça no peito de Cristo, quando vamos à Missa comungar o seu santíssimo Corpo na Eucaristia, podemos ter certeza de que estamos na presença de um homem vivo, um homem que é, pelo mistério da Encarnação, a divina pessoa do Filho de Deus. Disso nos fala, enfim, a primeira leitura de hoje, extraída da primeira epístola de S. João, na qual o Apóstolo nos testemunha, quase num hino atravessado da mais doce caridade: “Caríssimos, o que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida […], isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria fique completa” (1Jo 1.3-4). Renovando hoje a nossa fé no testemunho dos santos Apóstolos, roguemos ao evangelista S. João que nos alcance a graça de, crendo mais profundamente na verdade da Encarnação do Verbo, termos com Nosso Senhor um relacionamento íntimo e confiante de amizade, de entrega, de doação completa de tudo o que temos e somos. 


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