Leitura do livro do profeta Isaías – Naqueles dias, 10o Senhor falou com Acaz, dizendo: 11“Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, quer provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu”. 12Mas Acaz respondeu: “Não pedirei nem tentarei o Senhor”. 13Disse o profeta: “Ouvi, então, vós, casa de Davi: será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? 14Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe porá o nome de Emanuel”. – Palavra do Senhor.
O Senhor vai entrar, é o rei glorioso!
1. Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, / o mundo inteiro com os seres que o povoam; / porque ele a tornou firme sobre os mares / e, sobre as águas, a mantém inabalável. – R.
2. “Quem subirá até o monte do Senhor, / quem ficará em sua santa habitação?” / “Quem tem mãos puras e inocente coração, / quem não dirige sua mente para o crime. – R.
3. Sobre este desce a bênção do Senhor / e a recompensa de seu Deus e salvador.” / “É assim a geração dos que o procuram / e do Deus de Israel buscam a face.” – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó chave de Davi, que abre as portas do Reino eterno: / oh, vinde e livrai do cárcere o preso, sentado nas trevas! – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se. – Palavra da salvação.
A antífona de hoje, nesta preparação imediata para o Natal, é a em que cantamos Ó chave de Davi. A imagem da chave do rei Davi remete, em sentido primário, àquele instrumento que dá acesso aos aposentos reais; mas, lida no contexto do Evangelho de hoje, aponta diretamente para a principal de todas as aulas régias, para aquele templo preciosíssimo no qual o Filho de Deus, só, quis ter entrada. Trata-se de Maria SS., a quem são anunciadas neste dias duas coisas principais, ambas igualmente maravilhosas. A primeira é que Deus não é solitário. Sem deixar de ser uno, Ele também é trino, pois não é outro senão o Filho de Deus quem, por obra do Espírito Santo, nela se há de encarnar. A segunda é que só Ela, Maria, estava preparada para receber, diríamos hoje “em primeira mão”, o anúncio do dogma trinitário. Não foi, com efeito, nem em Jerusalém, naquele Templo magnífico, nem a nenhum varão eminente e instruído, mas a uma pobre menininha, predestinada desde todo o sempre para ser Mãe do Verbo encarnado, que Deus quis manifestar o mistério insondável de sua vida íntima. E foi por essa predestinação especialíssima, em virtude da qual Maria foi ornada de todos os dons da graça, que ela pôde dar o seu sim livre à Encarnação de Deus Filho, trazendo ao mundo o Salvador do mundo. Por ela, portanto, todas as heresias foram e são destruídas, não só porque nela tomou a nossa carne, embora livre de pecado, o Mestre da fé, mas também porque a fé dela, a mais íntegra e firme que jamais houve, é por si só um triunfo contra todo erro, contra toda falsa doutrina, contra toda soberba intelectual. É esta mesma fé que, no que nos resta de Advento, queremos imitar o mais perfeitamente possível, a fim de que o Filho de Deus, ainda que não possa viver em nós como viveu em Maria, faça contudo do nosso coração um outro templo, no qual Ele habite e, tendo uma vez entrado, não torne nunca a sair: O Clavis David et sceptrum domus Israel, qui aperis et nemo claudit!
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