sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

1ª Semana do Advento - “O Senhor é minha luz!”

 El Evangelio Comentado: «Curación de dos ciegos» (Mt 9, 27-31)

Primeira Leitura: Isaías 29,17-24

Leitura do livro do profeta Isaías – Assim fala o Senhor Deus: 17“Dentro de pouco tempo, não se transformará o Líbano em jardim? E não poderá o jardim tornar-se floresta? 18Naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do livro e os olhos dos cegos verão no meio das trevas e das sombras. 19Os humildes aumentarão sua alegria no Senhor, e os mais pobres dos homens se rejubilarão no santo de Israel. 20Fracassou o prepotente, desapareceu o trapaceiro e sucumbiram todos os malfeitores precoces, 21os que faziam os outros pecar por palavras, e armavam ciladas ao juiz à porta da cidade, e atacavam o justo com palavras falsas”. 22Isto diz o Senhor à casa de Jacó, ele que libertou Abraão: “Agora, Jacó não mais terá que envergonhar-se nem seu rosto terá que enrubescer; 23quando contemplarem as obras de minhas mãos, hão de honrar meu nome no meio do povo, honrarão o santo de Jacó e temerão o Deus de Israel; 24os homens de espírito inconstante conseguirão sabedoria e os maldizentes concordarão em aprender”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 26(27)

O Senhor é minha luz e salvação.

1. O Senhor é minha luz e salvação; / de quem eu terei medo? / O Senhor é a proteção da minha vida; / perante quem eu tremerei? – R.

2. Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, / e é só isto que eu desejo: / habitar no santuário do Senhor / por toda a minha vida; / saborear a suavidade do Senhor / e contemplá-lo no seu templo. – R.

3. Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver / na terra dos viventes. / Espera no Senhor e tem coragem, / espera no Senhor! – R.

Evangelho: Mateus 9,27-31

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade, / e ele há de iluminar os olhos dos seus servos! – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 27partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: “Tem piedade de nós, filho de Davi!” 28Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então, Jesus perguntou-lhes: “Vós acreditais que eu posso fazer isso?” Eles responderam: “Sim, Senhor”. 29Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”. 30E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu severamente: “Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo”. 31Mas eles saíram e espalharam sua fama por toda aquela região. – Palavra da salvação.

Reflexão

Jesus restitui hoje a visão a dois cegos da Galileia. Cegos, porque não viam com os olhos; não tão cegos, porque, à luz da fé, criam em Jesus. "Acreditais que eu os posso curar?", pergunta-lhes o Mestre. "Sim, Senhor", respondem esses humildes suplicantes que, embora não vissem com os olhos, enxergavam todavia com o coração. Tendo, pois, ouvido a profissão de fé daqueles homens, o Senhor tocou-os e, como haviam pedido, os "olhos deles se abriram." A grande cura que o Evangelista São Mateus nos insinua aqui, porém, não é a da cegueira física, mas a da fé, a do espírito que, privado da luz de Cristo, se fecha à Salvação. Por isso, o Senhor, embora soubesse que os dois já acreditavam, exigiu-lhes um testemunho inequívoco de que realmente criam: "Acreditais?" — "Sim, Senhor", respondem eles, como que a dizer: "Cremos, pois só Vós podeis dar a luz de que precisamos. A ninguém mais recorremos, porque só em Vós encontramos a verdadeira luz", num eco ao que canta o salmista na Liturgia desta 6.ª-feira (cf. Sl 26).

Se queremos aproveitar este tempo de luzes que é o Advento temos de, em primeiríssimo lugar, cuidar da luz interior da nossa fé. Porque é a fé em Deus e em Cristo Jesus a fonte de toda a nossa vida tanto moral quanto espiritual. A "obediência da fé" (cf. Rm 1, 5; 16, 26) a que se refere o Apóstolo Paulo é, com efeito, a nossa primeira obrigação e tem de ser o nosso maior cuidado, porque, se para os que não creem o "desconhecimento de Deus" é o princípio dos desvios morais (cf. Rm 1, 18-32), para nós, que por graça já cremos, a negligência da fé, a dúvida voluntária, a incredulidade etc. são um caminho curto e certeiro para a cegueira do espírito e, ao fim e ao cabo, para a condenação eterna. Por isso, ainda nesta vida devemos "alimentar e guardar com prudência e vigilância a nossa fé e rejeitar tudo o que se lhe opõe" (CIC, 2088), porque é pela fé que, crendo em Deus e dele dando testemunho aos homens, mantemos viva e pulsante a nossa comunhão com Ele e nos enraizamos na sua única Igreja, arca de salvação.

Que o Senhor seja de fato a nossa luz e a nossa salvação. Peçamos-lhe, pois, que aumente a cada dia a nossa fé, para que possamos, na glória dos Céus, habitar pelo resto de nossas vidas no seu santuário, onde saborearemos a sua suavidade e enfim o contemplaremos tal como Ele é (cf. 1Jo 3, 2), e não mais como num espelho, em enigma (cf. 1Cor 13, 12).

 
 
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