Leitura do livro do profeta Isaías – 25“Com quem haveis de me comparar, e a quem seria eu igual?”, fala o Santo. 26Levantai os olhos para o alto e vede: quem criou tudo isto? Aquele que expressa em números o exército das estrelas e a cada uma chama pelo nome: tal é a grandeza e força e poder de Deus, que nenhuma delas falta à chamada. 27Então, por que dizes, Jacó, e por que falas, Israel: “Minha vida ocultou-se da vista do Senhor e meu julgamento escapa ao do meu Deus”? 28Acaso ignoras ou não ouviste? O Senhor é o Deus eterno que criou os confins da terra; ele não falha nem se cansa, insondável é sua sabedoria; 29ele dá coragem ao desvalido e aumenta o vigor do mais fraco. 30Cansam-se as crianças e param, os jovens tropeçam e caem, 31mas os que esperam no Senhor renovam suas forças, criam asas como as águias, correm sem se cansar, caminham sem parar. – Palavra do Senhor.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / e todo o meu ser, seu santo nome! / Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / não te esqueças de nenhum de seus favores! – R.
2. Pois ele te perdoa toda culpa / e cura toda a tua enfermidade; / da sepultura ele salva a tua vida / e te cerca de carinho e compaixão. – R.
3. O Senhor é indulgente, é favorável, / é paciente, é bondoso e compassivo. / Não nos trata como exigem nossas faltas / nem nos pune em proporção às nossas culpas. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que o Senhor há de vir, / a fim de salvar o seu povo; / felizes são todos aqueles / que estão prontos para ir-lhe ao encontro. – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. – Palavra da salvação.
A passagem do Evangelho de hoje, conhecida como o grito do Redentor, mostra-nos Jesus de braços abertos a clamar a uma multidão de homens que atravessa os séculos: "Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e Eu vos darei descanso". Santo Agostinho assinala que o fardo a que se refere Cristo não é senão o peso do pecado, o juga da escravidão da iniquidade, a opressão molesta da concupiscência. Pecamos na vã esperança de encontrar no mundo uma felicidade que ele não nos pode oferecer, pois "o salário do pecado", escreve o Apóstolo, "é a morte" (Rm 6, 23). Quem peca há de experimentar, cedo ou tarde, a tristeza, o desencanto, a frustração, o tédio mortal que pesa sobre uma consciência que se deixou desviar de seu fim e propósito. Ora, o alívio que nos propõe Aquele que conhece o coração dos homens consiste, não em privar-nos do fardo, mas em substituí-lo por outro — o fardo da cruz, carregada de bom grado e com amor: "Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve".
Não há outra opção: ou deixamos que o jugo do pecado nos oprima e afunde no Inferno, ou erguemo-nos com Cristo e permitimos que Ele nos ajude a suportar a cruz da caridade, do sacrifício, da obediência, da total entrega de si. Aceitemos sobre nossos ombros a cruz de Nosso Senhor; como Ele, doemo-nos aos irmãos, deixemo-nos devorar por eles, não nos vendamos à promessa diabólica de uma vida sem dor e sacrifício, de uma vida que não vale a pena ser vivida, já que o seu termo é a morte eterna. Peçamos, pois, a Nosso Senhor que nos dê um coração manso e humilde como o dEle, a fim de aprendermos com Ele o caminho que leva ao Pai e à salvação.
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