Alguns
católicos – até mesmo certos teólogos modernos – colocam em dúvida a
realidade e dogma do Pecado Original. No entanto, o Catecismo da Igreja
Católica é taxativo ao afirmar que o mesmo existiu e que é “um
acontecimento primordial, um fato que ocorreu no início da história do
homem” (§390); embora o relato da queda (Gn 3) tenha sido narrado com
uma linguagem feita de imagens.
O Catecismo diz que “O PECADO ORIGINAL É UMA VERDADE ESSENCIAL DA FÉ”
(§388), e a Igreja reafirma que a “Revelação dá-nos a certeza de fé de
que toda a história humana está marcada pelo pecado original cometido
livremente por nossos primeiros pais” (§390).
Portanto, nenhum católico pode colocar em dúvida a realidade deste
Pecado. O Catecismo ensina que o homem foi tentado pelo Diabo e deixou
morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando de sua
liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi isto a essência do
Pecado original (cf. §397). A Igreja liga diretamente o Pecado original
com a Redenção obtida por Jesus Cristo com o preço de sua imolação na
cruz. Adão é a fonte do pecado, enquanto Cristo é a fonte da graça; por
isso é chamado de Novo Adão. Aquilo que Adão destruiu com a
desobediência, Cristo resgatou com a obediência total à vontade de Deus.
Como disse São João Batista, Jesus é o Cordeiro que tira o pecado do
mundo (João 1, 29); desde o Pecado original.
Logo, negar a realidade do pecado original é desprezar a Encarnação
do Verbo e a Paixão de Cristo. A Igreja ensina que “A doutrina do pecado
original é “o reverso” da Boa Notícia de que Jesus é o Salvador de
todos os homens, de que todos têm necessidade da salvação e de que a
salvação é oferecida a todos graças a Cristo”. E mais ainda, o Catecismo
diz que “A Igreja, que tem o senso de Cristo, sabe perfeitamente que
não se pode atentar contra a revelação do pecado original sem atentar
contra o mistério de Cristo” (§389). Assim, quem despreza o pecado
original, despreza Jesus Cristo e esvazia sua Missão como Redentor do
homem.
É por isso que a Igreja recomenda que os pais batizem as crianças tão
logo sejam nascidas, porque o pecado original se transmite a cada ser
pessoa com a natureza humana, e é eliminado pelo Batismo.
A Igreja recebeu dos Apóstolos a necessidade do batismo para as
crianças. Orígenes, bispo de Alexandria (184-285), disse que: “A Igreja
recebeu dos Apóstolos a Tradição de dar o batismo também aos
recém-nascidos” (Ep. Ad. Rom.LV, 5,9). São Cipriano, bispo de Cartago
(210-258) disse: “Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças”
(Carta a Fido).
Prof. Felipe Aquino
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