sábado, 2 de fevereiro de 2019

O Pecado Original aconteceu mesmo?

Alguns católicos – até mesmo certos teólogos modernos – colocam em dúvida a realidade e dogma do Pecado Original. No entanto, o Catecismo da Igreja Católica é taxativo ao afirmar que o mesmo existiu e que é “um acontecimento primordial, um fato que ocorreu no início da história do homem” (§390); embora o relato da queda (Gn 3) tenha sido narrado com uma linguagem feita de imagens.
O Catecismo diz que “O PECADO ORIGINAL É UMA VERDADE ESSENCIAL DA FÉ” (§388), e a Igreja reafirma que a “Revelação dá-nos a certeza de fé de que toda a história humana está marcada pelo pecado original cometido livremente por nossos primeiros pais” (§390).

Portanto, nenhum católico pode colocar em dúvida a realidade deste Pecado. O Catecismo ensina que o homem foi tentado pelo Diabo e deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi isto a essência do Pecado original (cf. §397). A Igreja liga diretamente o Pecado original com a Redenção obtida por Jesus Cristo com o preço de sua imolação na cruz. Adão é a fonte do pecado, enquanto Cristo é a fonte da graça; por isso é chamado de Novo Adão. Aquilo que Adão destruiu com a desobediência, Cristo resgatou com a obediência total à vontade de Deus. Como disse São João Batista, Jesus é o Cordeiro que tira o pecado do mundo (João 1, 29); desde o Pecado original.

Logo, negar a realidade do pecado original é desprezar a Encarnação do Verbo e a Paixão de Cristo. A Igreja ensina que “A doutrina do pecado original é “o reverso” da Boa Notícia de que Jesus é o Salvador de todos os homens, de que todos têm necessidade da salvação e de que a salvação é oferecida a todos graças a Cristo”. E mais ainda, o Catecismo diz que “A Igreja, que tem o senso de Cristo, sabe perfeitamente que não se pode atentar contra a revelação do pecado original sem atentar contra o mistério de Cristo” (§389). Assim, quem despreza o pecado original, despreza Jesus Cristo e esvazia sua Missão como Redentor do homem.
É por isso que a Igreja recomenda que os pais batizem as crianças tão logo sejam nascidas, porque o pecado original se transmite a cada ser pessoa com a natureza humana, e é eliminado pelo Batismo.
A Igreja recebeu dos Apóstolos a necessidade do batismo para as crianças. Orígenes, bispo de Alexandria (184-285), disse que: “A Igreja recebeu dos Apóstolos a Tradição de dar o batismo também aos recém-nascidos” (Ep. Ad. Rom.LV, 5,9). São Cipriano, bispo de Cartago (210-258) disse: “Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças” (Carta a Fido).




Prof. Felipe Aquino

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