Concordo
com os adversários da Igreja; ela é riquíssima; e acumulou nos seus
vinte séculos uma fortuna incalculável! E já é hora de toda esta riqueza
ser dividida com todos os homens, especialmente os pobres, mas também
os ricos, porque são eles exatamente os que mais precisam dela.
Na verdade a Igreja é rica desde a sua origem, porque o seu Criador e
mentor é o próprio Deus; é Dele que vem toda a sua riqueza. Ela é o
próprio Corpo de Cristo (1Cor 12,27). Ela é rica também, porque é a
“Igreja dos Santos”, como disse George Bernanos. Os Santos são a sua
grande riqueza, como que reprodução do próprio Cristo.
Ela
é a Igreja de Pedro de Cafarnaum, que deixou as redes para seguir o
Senhor; é a Igreja de Paulo de Tarso, que rodou o mundo até Roma, para
ali ser martirizado por ela. Ela é a Igreja dos Padres: Agostinho de
Hipona, que enfrentou o pelagianismo e o maniqueísmo; Atanásio, que
enfrentou o arianismo; Irineu, que enfrentou o gnosticismo; Inácio de
Antioquia, que enfrentou os leões; Policarpo, que enfrentou a fogueira,…
Tomás de Aquino, que escreveu a Suma-Teológica e transformou a
Filosofia; Teresa D’Ávila e João da Cruz, que reformaram os Carmelos
masculino e feminino; Jerônimo, que traduziu a Bíblia para o latim;
Basílio, Gregório de Nissa, Gregório de Nazianzo, Afonso de Ligório, e
tantos outros…
Sim, é uma Igreja riquíssima! Ela é a Igreja daqueles que, de tanto
amor por ela, derramaram o seu sangue nas arenas romanas, nas espadas
dos imperadores, nos cárceres comunistas… Pedro, Paulo, Tiago,… Inácio
de Antioquia, Policarpo, Sebastião, Perpétua, Felicidade, Cecília,…
Maximiliano Kolbe…
Ela é a Igreja das belas ordens religiosas de Bento, Domingos,
Agostinho, Benedito, Francisco, Inácio de Loyola, João Bosco e tantos
outros…
É a Igreja dos Santos Apóstolos, revestidos do próprio Cristo, um a um martirizados pela sua fidelidade ao Senhor…
É a Igreja dos Santos Inocentes que, ainda na tenra idade, derramaram o seu sangue inocente pelo menino Deus…
É a Igreja das Santas Virgens: Maria, Ana, Inez, Cecília, Luzia,
Teresinha, Mazzarello, Clara de Assis,… que formam um verdadeiro
exército de Esposas do Senhor.
Sim, é uma Igreja riquíssima!
Além
de ser a rica Igreja dos Santos, dos Profetas, dos Mártires, dos
Apóstolos, das Virgens, dos Confessores… é também a Igreja dos Papas. É a
Igreja de João Paulo I com o seu sorriso inesquecível; de João XXIII,
do Concílio Vaticano II, de Paulo VI com o seu apaixonado amor à Igreja;
de Gregório, que a posteridade chamou de Magno, e que criou o canto que
recebeu o seu nome.
Ela é a grande e rica Igreja de Leão Magno, detendo as grandes
heresias às portas da Igreja, enfrentando os bárbaros Átila e Genserico
às portas de Roma. É a Casa de Pedro, que é o princípio de tudo e a
Pedra sobre a qual os outros se sucederam. É a Igreja dessa cadeia viva e
ininterrupta de 266 Pontífices, o “doce Cristo na Terra”, como dizia S.
Catarina de Sena.
Todos os Santos se inclinaram diante do Papa, e nenhum foi nada sem
este. Paulo, o apóstolo dos gentios, foi ao encontro de Pedro;
Francisco, o enamorado da Pobreza, ajoelhou-se diante de Inocêncio III;
Teresinha suplicou a Leão XIII que a deixasse entrar no Carmelo aos
quinze anos…
Que outra Igreja teve um Pio IX que proclamou Maria Imaculada; e José, Padroeiro Universal da Igreja?
Que outra Igreja tem um João Paulo II, operário, ator de teatro,
esquiador, sacerdote, poliglota, bispo, diplomata, cardeal – Cardeal da
Igreja do Silêncio e da Polônia Mártir?
A Igreja é riquíssima, de fato, pois é a Igreja dos Santos e dos Papas.
É
a Igreja dos Sacramentos que o Senhor derramou do seu Coração ferido
pela lança no alto da Cruz. É a Igreja da salvação universal de todos os
homens… É a barca de Pedro que salva do dilúvio do pecado!
Esta é a verdadeira fortuna da Igreja, acumulada sobre o sangue dos
Mártires, na fidelidade dos Confessores, na riqueza dos Padres, no
discernimento dos Doutores, na pureza das Virgens, no sangue dos
Inocentes, na palavra dos Apóstolos, no rumo dos Patriarcas, na lei dos
Profetas e na infalibilidade dos Papas.
Sim, é riquíssima!… Quanto ao resto, é dispensável falar; pois, basta
lembrar que o seu território hoje, não passa de um pequeno pedaço de
terra com menos de 30 ha, o Vaticano.
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