quinta-feira, 28 de julho de 2016

OS 8 MAUS PENSAMENTOS E OS 5 GRAUS DA TENTAÇÃO.

Uma iluminadora lição a partir da tradição dos Padres do Oriente.

tentacao
Os oito maus pensamentos, na tradição dos Padres do Oriente, correspondem, no seu sentido, aos nossos sete pecados capitais. Eles nos lembram que o pecado se insinua ao coração através de um pensamento.
Essa tradição espiritual distingue cinco graus de tentação: a sugestão, a conversa, o combate, o consentimento e a paixão.
Vamos entendê-los mediante um exemplo: imagine que eu veja uma carteira caída no chão.
1 – No primeiro grau da tentação, que é a sugestão, eu percebo que ela está cheia de dinheiro. “Quantas coisas que eu poderia fazer com esse dinheiro…”.
2 – O segundo grau é a conversa. Em vez de fugir da tentação, começo a “conversar” com ela: “Seria melhor eu do que algum viciado, que vai gastar tudo em droga, bebida ou jogo…”.
3 – Chego então ao terceiro grau: o combate com a tentação.  “Eu deveria levá-la à delegacia, mas o que eles vão fazer? Não vão ficar eles com o dinheiro? Pego ou não pego?”. A tensão, neste grau, é a mais elevada: os sentimentos em conflito colidem entre remorso e desejo.
4 – O quarto grau é o consentimento. “Vou pegar, pronto”. Do ponto de vista da fé, o pecado só acontece neste instante; antes, era apenas tentação e discernimento. Agora, eu decidi. E, mesmo que alguém mais malandro me roubasse nesta mesma hora a carteira, o meu pecado já teria acontecido: eu já pequei em pensamento ao tomar aquela decisão.
5 – A paixão é a última etapa deste processo. Se eu me acostumar a ceder à tentação, não haverá mais freio contra as transgressões futuras: eu serei escravo da minha fraqueza.
Todo esse processo pode ser desencadeado por qualquer um dos 8 maus pensamentos, que, para os Padres do Oriente, são:
  • a gula
  • a luxúria
  • a avareza
  • a ira
  • a tristeza
  • a preguiça
  • a vanglória
  • a soberba.
Já vimos que não é tão fácil virar suas vítimas: é preciso atravessar vários estágios antes de cair na armadilha. Daí a sabedoria do provérbio: antes de se deixar levar pelo impulso, conte até dez. Melhor ainda: conte até cem.







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