quinta-feira, 7 de julho de 2016

A RAIZ DA IMPACIÊNCIA



Um dos maiores pontos de luta das pessoas é desenvolver a virtude da paciência. Frequentemente perdemos a paciência com as pessoas, principalmente com os nossos familiares. Outro campo de luta recorrente nessa virtude é o trabalho e o trânsito nas grandes cidades.
Sendo a impaciência um dos defeitos mais comuns na convivência humana, seria muito bom saber qual é a sua principal raiz.
A raiz principal da impaciência é nada mais nada menos do que o orgulho. Isso mesmo!!!
Veja só o que o impaciente costuma dizer interiormente ou até exteriormente:
- “Não aguento conviver com gente lerda, parada!”
- “Não dá para dirigir nesta cidade, só tem gente barbeira!”
- “De novo vem falando alto comigo, não suporto gente que quer chamar atenção!”
- “Não suporto trabalhar com gente burra!”
- “Essa minha funcionária é uma incompetente, não sabe fazer nada!”
- “Eu jamais faria isso que essa pessoa fez!”

Poderíamos multiplicar essas frases quanto quiséssemos. Mas todas elas têm um fundo comum: aquele que as formula se coloca no alto de um pedestal, numa posição superior, queixando-se de que não dá para conviver com essa gentinha incompetente, lerda, burra, surda, barbeira etc., etc.
O que é isso senão a mais autêntica manifestação de orgulho? É que o orgulho é um defeito sutil e ao mesmo tempo feio, que ninguém gosta de admitir que tem. Mas a verdade é que esse defeito está no coração de muitas e muitas pessoas.
Qual é o grande erro do orgulhoso? Pensar em si e julgar-se superior aos demais.
São dois grandes erros, pois, em primeiro lugar, não somos superiores aos demais. E isso é uma verdade pelos seguintes motivos:
- se os outros são incompetentes, lerdos, burros, barbeiros em umas coisas, nós somos incompetentes, lerdos, burros, barbeiros em outras coisas; é só parar um pouquinho para descobrir todas as nossas incompetências;
- se tenho qualidades que os outros não têm, isso não é mérito meu, foi Deus quem me deu; como dizia São Paulo: “Que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias? (1 Coríntios 4, 7).
- se tenho qualidades que os outros não têm, essas qualidades não existem para favorecer a mim ou para que eu me vanglorie, mas para que eu sirva, para que ajude as pessoas que não as têm. Portanto, quando me deixo levar pelo orgulho, não estou pensando nos demais, mas em mim. Esse é o segundo erro do orgulhoso.
O orgulho é tal que, quanto maior ele for, mais o mundo para o orgulhoso será um insuportável. Por isso, é frequente o orgulhoso dizer que “esse mundo é um inferno!”, “não aguento mais viver nessa casa, com essas pessoas, com essa gente!”. Além da impaciência, são sinais inequívocos do orgulho a teimosia, a discussão, querer ter a última palavra, não aceitar criticas etc.
Procuremos, portanto, combater o orgulho. É, sem sombra de dúvida, um dos maiores defeitos humanos. Além de gerar a impaciência, ele é o responsável por todo sentimento de ódio e de vingança que há no mundo, o responsável pelas ofensas entre as pessoas, um dos grandes responsáveis pela ruptura dos casamentos, das amizades, o responsável por gerar a divisão nas famílias etc.
A humildade, por outro lado, faz-nos encher de caridade. E a caridade, alimentada pela humildade, como nos diz São Paulo: “é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. 
A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13, 4-7).
Peçamos a Deus que nos encha de uma profunda humildade e assim, além de adquirirmos uma grande paciência amorosa, seremos no mundo semeadores de paz e de alegria.

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