terça-feira, 5 de julho de 2016

3 SANTOS QUE - PROVAVELMENTE - TINHAM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.

... O QUE NÃO OS IMPEDIU DE SER SANTOS!

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Em seu livro “The Shepherd Who Didn’t Run” (“O pastor que não fugiu”, em livre tradução do título ainda sem versão em português), sobre a vida de pe. Stanley Rother, primeiro mártir declarado dos Estados Unidos, María Ruiz Scaperlanda descreve como a fraca escolaridade quase inviabilizou a ordenação sacerdotal de Rother – possivelmente, ele tinha deficiência de aprendizagem.
Outro santo com notáveis lacunas de aprendizado foi São José Cupertino, a quem, no entanto ou por isso mesmo, a Igreja confia orações pedindo intercessão pelos estudantes em dificuldades.
É muito significativo observar que Deus chama para ajudá-lo em seus propósitos divinos tanto mentes brilhantes, como Tomás de Aquino e Agostinho, quanto pessoas comuns, sem vocação nenhuma à carreira de estudiosos.
Os três santos de que falaremos a seguir falharam em numerosas provas acadêmicas, mas continuam influenciando milhões de vidas até hoje graças ao seu exemplo em tantas outras áreas da vida.

São João Maria Vianney
Filho de camponeses, o futuro Cura d’Ars sentiu-se chamado ao sacerdócio ainda bem jovem, mas foi impedido de ir à escola por causa da Revolução Francesa. Quando as tensões se abrandaram na França, ele foi matriculado em uma escola local, mas sofreu com o currículo mesmo sendo o mais velho da classe. Ele era constantemente provocado como ignorante. Certa vez, um estudante o humilhou porque João Maria não soube responder a uma pergunta e, como se não bastasse, ainda lhe deu um soco no rosto. O aluno era Mathias Loras. João Maria acabou por transformá-lo em seu amigo. Anos depois, Mathias se tornaria o primeiro bispo de Dubuque, Iowa, nos Estados Unidos.
João Maria Vianney foi autorizado a estudar no seminário, mas era considerado “muito lento” pelos instrutores. Depois de ser reprovado em mais um exame, ouviu do reitor: “João, os professores não o consideram apto para a sagrada ordenação ao sacerdócio. Alguns o chamaram de asno que nada sabe de teologia. Como podemos promovê-lo ao sacramento do sacerdócio?“. A resposta que São João Maria Vianney lhe deu se tornou célebre: “Monsenhor, Sansão matou cem filisteus com a queixada de um asno. O que acha que Deus poderia fazer com um asno inteiro?“.
Ele foi ordenado sacerdote não por causa de suas luzes intelectuais, mas por conta de sua santidade, tornando-se um dos mais extraordinários párocos já conhecidos em toda a história da Igreja. O Papa Bento XVI, que, aliás, é uma das mentes mais sublimes já conhecidas em toda a história da Igreja, o nomeou padroeiro de todos os sacerdotes.

Santa Bernadette Soubirous
Nascida em uma família de moleiros, Bernadette teve de trabalhar ainda menina como pastora, devido às dificuldades econômicas. Com muito pouco tempo para os estudos, não pôde aprender sequer o catecismo. Aos 14 anos, ainda não tinha recebido a Primeira Comunhão e sofria para aprender a ler. Um de seus professores, Jean Barbet, declarou a seu respeito: “Bernadette tem dificuldades de retenção das palavras do Catecismo, que ela não pode estudar porque não sabe ler“.
Esta menina sem qualquer conhecimento teológico e que não tinha recebido nem mesmo a Primeira Comunhão foi visitada por ninguém menos que Nossa Senhora, que lhe apareceu e disse algo inédito para a sua mente: “Eu sou a Imaculada Conceição“. Foi este um dos elementos que convenceram o pároco da veracidade das aparições, já que, analfabeta, Bernadette nunca poderia ter concebido por si mesma esse dogma teológico.
Bernadette levou uma vida muito dura, mas perseverou na santidade e na simplicidade. Ela está no privilegiado grupo dos santos cujo corpo se conserva incorrupto – um sinal de graças especialíssimas. Todos os anos, milhares e milhares de peregrinos afluem ao local das aparições de Nossa Senhora a Santa Bernardette, em Lourdes.

Venerável Solano Casey
Filho de camponeses da Irlanda que migraram para Wisconsin, nos Estados Unidos, Solano Casey recebeu muito pouca educação na infância e adolescência. Depois de sentir o chamado ao sacerdócio, entrou no seminário de Milwaukee aos 21 anos. No entanto, não conseguia acompanhar as aulas, que eram dadas em alemão e latim. Foi aconselhado a ingressar em uma ordem religiosa na qual pudesse ser ordenado sacerdote e realizar apostolados internos – ou seja, sem poder ouvir confissões nem pregar.
Quem o recebeu foram os capuchinhos, que concordaram com esse ponto de vista: ele podia ser ordenado padre, mas, por causa de sua falta de estudos e ignorância geral, exerceria funções internas e humildes, como a de porteiro. Para Casey, esta já era uma enorme bênção: ele levou suas responsabilidades como porteiro muito a sério e recebia com grande caridade a todos que chegavam ao mosteiro. Sua reputação de santidade se propagava. Casey foi transferido para outro mosteiro, a fim de se evitarem as aglomerações de multidões ao seu redor – mas as multidões não tardaram a descobrir onde ele estava e começaram a ir até ele em grandes afluxos.
Casey foi porteiro durante a maior parte da vida, sempre reverenciado por sua santidade. Muitos milagres foram atribuídos à sua intercessão.
A vida desses três santos nos revela que a graça de Deus não é exclusividade de teólogos e acadêmicos de destaque. Deus pede ajuda aos mais fracos para fazer o maior bem. Afinal, todo cristão é chamado a ser santo no seu próprio estado de vida e nas suas específicas circunstâncias pessoais, e Deus sabe transformar as nossas falhas e desvantagens em graça e frutos de santidade!





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