Lc
2,1-14
Com
muita alegria, celebramos nesta noite o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. O
Evangelho narra como foi o nascimento de Jesus. Chama a nossa atenção a
situação de pobreza em que Maria deu à luz. Todos nós tivemos uma cama ou um
berço onde fomos colocados quando nascemos. Jesus teve de ser colocado numa
manjedoura, isto é, num coxo de animais. Admira-nos também a beleza com que os
anjos deram a notícia aos pastores.
“Glória
a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados.” Essas
palavras dos anjos expressam bem os nossos sentimentos nesta noite. Damos
glória a Deus e pedimos a paz para a terra, especialmente para os homens e
mulheres mais queridos de Deus.
Nós
nunca conseguimos entender o tamanho do amor de Deus por nós, manifestado no
Natal. Somos felizes, porque Deus nos abraçou e fez um eterno pacto de amor
conosco. “De tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único” (Jo
3,16).
Com
o pecado original, quem ofendeu a Deus e separou-se dele foi o homem. Entretanto,
Deus não esperou que o homem o procurasse, mas ele mesmo o procurou, através de
seu Filho. Deus deu o primeiro passo. Cabe a nós corresponder a esse gesto.
“Nós amamos, porque Deus nos amou primeiro” (1Jo 4,19).
“O
que é o homem, Senhor, para que o ames tanto assim? O que o ser humano tem em
si, que conseguiu fascinar-te desse jeito?” (Sl 8,5). Por isso que a festa do
Natal é tão bonita. É uma eterna explosão de alegria e de gratidão a Deus.
Antes,
as pessoas se perguntavam: Por que a dor? Por que a humilhação? Qual é o
sentido do sofrimento?... No Natal temos as respostas. Deus, tornando-se homem,
humilhou-se, sentiu dor e passou pelos mais diversos sofrimentos, para dizer
que o amor é maior que tudo isso. Ele veio dizer que não estamos sozinhos nas
intempéries da vida. “Se conhecesses do Dom de Deus!” (Jo 4,10).
Pelo
batismo, fomos inseridos em Cristo, participamos da sua missão e
conseqüentemente dos seus sofrimentos, perseguições e humilhações, pela
redenção do mundo. Infelizmente, o presente que é Jesus ainda não chegou a
milhões de pessoas, simplesmente porque não há pessoas disponíveis em levá-lo!
“Não
tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo:
Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador...” Vamos atender ao apelo
do anjo, vencer o medo e nos deixar contagiar por essa alegria do Natal.
O
Verbo eterno, vindo à terra, não só recuperou tudo o que o ser humano tinha
perdido pelo pecado, mas o enriqueceu muito mais. Agora temos em nós a natureza
divina e somos filhos e filhas de Deus!
Entretanto,
a recusa à Luz continua. A recusa de abrir o coração para Jesus vir e nascer,
continua. Por isso que todos os anos repetimos a festa do Natal. Cada ano
estamos numa situação diferente, e é nesta nova situação que Jesus quer nascer.
Assim, a festa do Natal todos os anos se torna real e não algo repetitivo.
Jesus bate de novo à nossa porta e pede entrada.
O
advento teve a finalidade de nos preparar para este Natal vivo e atualizado.
Precisamos nivelar os morros, tapar os buracos e endireitar as curvas, diz
Isaías, um dos profetas do advento. As luzes que vemos brilhar em toda parte
nesta noite vêm nos convidar a ser também luz de Deus no mundo. Assim, não
somos meros espectadores da festa do Natal, mas nos inserimos nela para acolher
novamente o Salvador.
Certa
vez, uma família estava preparando a ceia de Natal, e a filhinha de nove anos
pediu se podia convidar uma amiguinha. Os pais permitiram. Na hora da festa, a
menina apareceu. Foi aquele espanto, porque era uma menina de rua, bem pobre e
mal vestida. Todos ali vestidos com roupas de luxo, e a pobrezinha no meio
deles. A filha foi uma verdadeira profetiza.
Que
Maria Santíssima e S. José nos ajudem a corresponder a esse amor de Deus, tendo
um coração novo, igual ao de Jesus. Que sejamos também envolvidos por aquela
luz que veio aos pastores, e nos tornemos estrelas, como aquela que guiou os
reis magos.
Pe Queiroz
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