São sinais sagrados, pelos quais à imitação dos sacramentos,
são significados efeitos espirituais, obtidos pela intercessão da Igreja. Pelos
sacramentais os fiéis se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e
são santificadas as diversas situações da vida. (SC,60).
O objetivo dos sacramentais é consagrar toda a vida do homem
a Deus e também o seu ambiente de vida, para que ele esteja livre dos perigos e
voltado sempre para Deus, livrando-os sempre dos pecados.
Os sacramentais são sinais sagrados, de dois tipos: 1 – objetos (medalhas, crucifixos, rosários, escapulários…),
e orações:
a) bênçãos (alimentos, oficinas, casas, carros, imagens, máquinas, campos,
doentes, etc.); b) consagrações (igreja, altar, cálice, Abade, Virgem, criança após
o batismo, esposa, esposo,…) e c) exorcismos.
O número dos sacramentais é muito grande; à medida que se
diversificam as situações da vida moderna, a Igreja também diversifica e
aumenta as suas orações; pois nada é profano na vida do homem. Diz a
Sacrossantum Concilium que “quase não há uso honesto de coisas materiais que
não possa ser dirigido à finalidade de santificar o homem e louvar a Deus” (SC,
61).
É preciso entender que a eficácia santificadora dos
sacramentais é diferente dos sacramentos. Ela tem a sua força na oração da
Igreja e das disposições da pessoa que recebe ou utiliza o sacramental. Esta
eficácia é chamada de “ex opere operantis Ecclesiae”, depende da fé e
devoção do ministro e do fiel. Nos sacramentos é diferente, sua eficácia
(realização) independe da santidade dos ministros e do fiel, pois é ação de
Cristo (ex
opere operato).
Não se pode exagerar o valor do sacramental, como se fosse
um rito mágico ou um amuleto, superstição ou fanatismo. Por outro lado, não se
pode desprezar o seu valor, pois o Concílio Vaticano II reafirmou o seu valor e
a sua necessidade.
O homem é o lugar-tenente de Deus no mundo, e deve domina-lo
pela técnica e pelo trabalho. Os sacramentais o protegem do mal e não o deixa
colocar Deus em segundo lugar. O povo gosta dos sacramentais; quando a Igreja
não os dá ao povo, este corre o sério risco de buscar as superstições,
amuletos, benzedeiras, etc.
O Catecismo da Igreja nos ensina sobre os sacramentais:
§1667 – “A santa mãe Igreja instituiu os sacramentais, que
são sinais sagrados pelos quais, à imitação dos sacramentos, são significados
efeitos principalmente espirituais, obtidos pela impetração da Igreja. Pelos
sacramentais os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos
e são santificadas as diversas circunstâncias da vida” (SC 60; CDC, cân. 1166).
§1677 – Chamamos de sacramentais os sinais sagrados
instituídos pela Igreja, cujo objetivo é preparar os homens para receber o
fruto dos sacramentos e santificar as diferentes circunstâncias da vida.
§1678 – Entre os sacramentais, ocupam lugar as bênçãos.
Compreendem ao mesmo tempo o louvor a Deus por suas obras e seus dons e a
intercessão da Igreja, a fim de que os homens possam fazer uso dos dons de Deus
segundo o espírito do Evangelho.
§1679 – Além da liturgia, a vida cristã se nutre de formas
variadas de piedade popular, enraizadas em suas diferentes culturas. Velando
para esclarecê-las à luz da fé, a Igreja favorece as formas de religiosidade
popular que exprimem um instinto evangélico e uma sabedoria humana e que
enriquecem a vida cristã.
§1676 – Há necessidade de um discernimento pastoral para
sustentar e apoiar a religiosidade popular e, se for o caso, para purificar e
retificar o sentido religioso que embasa essas devoções e para fazê-las
progredir no conhecimento do mistério de Cristo (cf. CT 54). Sua prática está
sujeita ao cuidado e julgamento dos bispos e às normas gerais da Igreja (cf CT
59).
“A religiosidade do povo, em seu núcleo, é um acervo de
valores que responde com sabedoria cristã às grandes incógnitas da existência.
A sabedoria popular católica tem uma capacidade de síntese vital; engloba
criativamente o divino e o humano, Cristo e Maria, espírito e corpo, comunhão e
instituição, pessoa e comunidade, fé e pátria, inteligência e afeto. Esta
sabedoria é um humanismo cristão que afirma radicalmente a dignidade de toda
pessoa como filho de Deus, estabelece uma fraternidade fundamental, ensina a
encontrar a natureza e a compreender o trabalho e proporciona as razões para a
alegria e o humor, mesmo em meio de uma vida muito dura. Essa sabedoria é
também para o povo um princípio de discernimento, um instinto evangélico pelo
qual capta espontaneamente quando se serve na Igreja ao Evangelho e quando ele
é esvaziado e asfixiado com outros interesses”(Doc. Puebla, 448; cf. EN, 48).
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