Saiba como a pornografia, através de exposições cada vez mais agressivas e antinaturais, está criando a cultura do estupro
A pornografia está em alta.
Cinquenta tons de cinza, a adaptação do drama erótico de E.L. James para o cinema, arrecadou nada menos que US$ 500 milhões de dólares em bilheteria.
Com o sucesso, uma sequência do filme já está em fase de negociações.
Mas não para por aí. Uma série de longas no mesmo estilo deve ser
lançada em breve. After, uma espécie de versão adolescente do livro de James, é um dos mais aguardados.
Embora se passe em um colégio, o enredo é exatamente o mesmo: uma jovem
virgem que se entrega aos caprichos sexuais do namorado.
A razão para o sucesso de filmes, livros e outros produtos com alto
teor sexual pode ser atribuída a vários fatores. Entre eles, à
so called Liberdade Sexual. Nunca se falou tanto
sobre sexo como nos dias de hoje. Essa banalização, porém, tem gerado
muitas controvérsias, sobretudo no que diz respeito à juventude. Um artigo publicado pelo jornal britânico The Telegraph
traz dados alarmantes sobre as consequências da pornografia para os
mais jovens. "A pornografia mudou o panorama da adolescência para além
de qualquer reconhecimento", afirma o jornal. Dos aspectos mais
preocupantes, o artigo destaca o aumento das relações anais. "O sexo
anal", escreve a articulista Alisson Pearson, "tornou-se padrão entre os
adolescentes agora". Alisson cita alguns estudos que mostram como
práticas do tipo causam sérios problemas emocionais e distúrbios
psicológicos, principalmente nas mulheres. E conclui: "Nós precisamos educar e encorajar nossas filhas a lutar contra a pornografia".
Há, além disso, outro agravante ainda mais perigoso.
O universo pornográfico está criando "uma nova ideologia do
sexo, em que as mulheres são objetos para serem abusados e consumidos e
os homens, agressores sexuais, que usam garotas e mulheres para obterem o
máximo de prazer possível". É o que alerta Jonathon van Maren, do LifeSiteNews.
Em sua coluna, Maren relaciona a pornografia ao desenvolvimento de um
comportamento violento, baseado na lógica do estupro. Segundo o
colunista, o sexo anal, em todas as suas variedades mais agressivas, é
frequentemente apresentado pela mídia pornográfica como uma via
autêntica de prazer. Não é nenhum exagero. A esse respeito, basta pensar
no carnaval que se fez anos atrás, quanto à declaração de uma famosa cantora,
considerada modelo para os jovens. Com efeito, os rapazes tendem a
querer imitar tais relações com suas namoradas. Elas, por sua vez,
sentem-se coagidas a aceitar.
Dados como esses nos obrigam a questionar alguns aspectos da cultura em voga, marcada sobretudo pelo niilismo. Ora,
o desregramento sexual é desaconselhado desde antes do cristianismo. Em seus escritos, Aristóteles indica a busca das virtudes como condição sine qua non para o alcance da vida boa, isto é, a felicidade suprema [1]. O ser humano, ensinava, deve controlar seus desejos pelo bem maior. E o motivo é evidente: a libertinagem sexual não somente mata a capacidade de amar, como desfigura a natureza do ser humano e da sociedade. Primeiro,
porque se trata de atitudes que não visam o bem comum. Ao contrário, o
outro é considerado apenas como objeto de prazer. É descartável. Segundo,
porque se trata de práticas governadas pela ilusão; prendem o indivíduo
em um mundo de fantasias e desejos ilusórios. A realidade, por
conseguinte, torna-se um fardo. Isso por si só mostra o quão equivocada
está a ideia por trás da liberdade sexual. Essa liberdade é falsa. Não existe liberdade quando o homem se torna refém de suas paixões. Não existe liberdade quando se fere a dignidade alheia em nome do próprio prazer.
Aliás, não se pode deixar de ressaltar um ponto importante nesta
questão. Todas as vezes que a Igreja se posiciona quanto à sexualidade,
logo ela é acusada de moralista e castradora. O ensinamento dos papas,
dos santos e, em última análise, do próprio Cristo, é ridicularizado,
ora por artigos pseudo acadêmicos, ora por programas de nível duvidoso.
Os frutos da revolução sexual, porém, mostram o que, de fato, não é
novidade alguma:
a moral católica está certa. Está certa porque
valoriza o homem em todas as suas dimensões, ordenando a sexualidade
segundo sua reta natureza. Não é o caso da pornografia. Está certa
porque defende o primado do amor contra os abusos da concupiscência.
Também não é o caso da pornografia. E a mídia secular, vimos, já não
pode dissimular isso.
Qualquer pessoa honesta e boa de juízo consegue perceber algo de
profundamente perverso em um material que induz à violência, ao desprezo
pelo semelhante, ao prazer a qualquer custo. Por mais que nos acusem de
moralismo, o óbvio é irrefutável:
a pornografia está gerando a cultura do estupro. Esse é, sem dúvida, o fruto mais podre da revolução sexual.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
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Referências
- Adler, Mortimer J.. Aristóteles para todos: uma introdução simples a um pensamento complexo. São Paulo: É Realizações, 2010, 208 p.
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