sábado, 19 de fevereiro de 2011

JUSTA INDIGNAÇÃO.


Razão tem muitos autênticos cristãos em estarem indignados com os absurdos que a mídia incute na população do Brasil. Muitos que se intitulam cientistas sociais analisam preconceituosamente os acontecimentos como vem ocorrendo com o que se dá atualmente no Egito. Num reducionismo lamentável debatem os fatos numa ótica antifilosófica e desfiguram o verdadeiro papel da Religião, inclusive esquecidos de que o homem é um ser eminentemente religioso. A sociedade se compõe, portanto, de cidadãos que têm no fundo de seu coração o senso do divino. É isto que os leva a lutar bravamente contra todo tido de injustiça, de prepotência, de dominação, de corrupção, independente de seu credo.
A Religião jamais foi causa de discórdia no mundo e, pelo contrário, as grandes religiões pregam o amor, o respeito aos direitos humanos, sendo que a Bíblia, o livro mais lido do planeta é um código de fraternidade. Cristo, a plenitude da revelação, deixou o seu mandamento sublime: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. Onde há o homem aí surgem as fraquezas e os erros. Se há, da parte de alguns, fanatismo religioso, extremismo isto não significa que a religião em si é condenável.
Adite-se, por exemplo, que,, no caso dos que agem em função soa preceitos bíblicos, é óbvio que podem e devem interferir nos rumos de uma nação, até mesmo agindo contra a aprovação de leis civis que agridem um dos dez mandamentos da Lei de Deus. Observá-los é fazer a grandeza de uma pátria, pois o crescimento de um país não se dará jamais no desprezo da vontade do Ser Supremo. O papel da Igreja não pode ser passivo, mas ativo e ela nunca se calou, nem se omitirá perante os despautérios dos profetas da aberração ética, como a destruição da família, a infâmia do aborto e tantos outros crimes hediondos.
O veneno instilado nas novelas e em programas abjetos como o Big Brother, que é um verdadeiro show de cenas que atentam contra a moral, tem causado repulsa nas consciências daqueles que pugnam por uma ética digna de seres criados à imagem e semelhança de seu Criador. A dominação cultural por parte dos incompetentes formadores de opinião é, porém, o grande óbice à evangelização, pois visa o domínio econômico, utilizando-se dos Meios de Comunicação Social com o fito de destruir os valores cristãos. Trata-se de implantar falsos princípios para manter escravizadas as massas exploradas, sobretudo, das nações periféricas.
A Família e a Igreja são objetos de acirrados ataques, uma vez que são instituições que, com as normas evangélicas, opõem um empecilho à ambição da elite dominante. Nota-se inclusive neste início de milênio, uma tomada de posição ainda mais firme da parte da Igreja no sentido de oferecer aos fiéis, através da mídia, alternativas apreciáveis, a fim de que possam enfrentar os desafios da dominação cultural, tendo uma visão cristã da atualidade. Idéias se combatem com idéias.
A Igreja no Brasil, felizmente, tem investindo maciçamente nos meios de comunicação. Ela preconiza uma política definida nesta área, a qual que não pode ficar ao alvedrio dos que pregam a dissolução dos costumes e atacam a Religião. Cumpre, hoje mais do que nunca, a formação da uma consciência crítica por parte não só dos cristãos, mas de todo cidadão zeloso por sua dignidade social. A verdade é que, se não houver uma tomada de posição firme em todos os sentidos, uma mentalidade inteiramente contrária aos ensinamentos bíblicos vai se formando e nunca se sairá do impasse denunciado por Jacques Maritain na década de 40 da existência de uma sociedade que se diz cristã, mas que não é visceralmente cristã. São sempre mais numerosos os agentes de pastoral que vislumbram os Meios de Comunicação Social como um grande serviço evangelizador que exige enormes sacrifícios, mas que compensa pelos inúmeros frutos que vão aparecendo.
Há, entretanto, necessidade imperiosa de despertar cada vez mais os católicos e suas lideranças no sentido de desencadear uma mobilização de esforços no sentido de um total e irrestrito apoio aos jornais, revistas, rádios e emissoras televisivas a serviço da Evangelização. Uma consciência vigorosa desta responsabilidade deve ser incrementada sempre mais. Ao lado disto, merecem todo apoio os setores de pastoral que se dedicam a formar um senso crítico apurado dos fiéis para que diante da massa de informações deturpadas haja critério suficiente para não se aceitar o que entra em colisão com a doutrina de Cristo.
É preciso que os programas televisivos e da imprensa em geral respeitem a dignidade da pessoa humana e tenham um mínimo de moralidade, sem a permissividade reinante, as aberrações escandalosas, em síntese, longe da baixa qualidade ética, cultural e religiosa que impera em certos órgãos da Imprensa.
* José Geraldo Vidigal - Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.



Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho *
Local:Mariana (MG)
catolicanet.com

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