Elton
Lyrio
emorati@redegazeta.com.br
Cada vez mais numerosos no Brasil, os evangélicos se tornaram conhecidos pela proximidade de seus pastores com os fiéis. E essa proximidade pode ter sido um trunfo para o seu crescimento, já que de acordo com dados do estudo "Mapa das Religiões", da Fundação Getúlio Vargas, o percentual de fiéis evangélicos nunca foi tão grande: 21,93%, enquanto o de católicos alcançou o menor número da história, com 67,84%.
É pensando em se aproximar cada vez mais do rebanho que padres e bispos estão entrando no mundo virtual e se fazendo presentes em redes como o Facebook. O movimento vem crescendo na Igreja, especialmente depois da adesão do próprio papa Bento XVI ao Twitter, há quase um ano.
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Cada vez mais numerosos no Brasil, os evangélicos se tornaram conhecidos pela proximidade de seus pastores com os fiéis. E essa proximidade pode ter sido um trunfo para o seu crescimento, já que de acordo com dados do estudo "Mapa das Religiões", da Fundação Getúlio Vargas, o percentual de fiéis evangélicos nunca foi tão grande: 21,93%, enquanto o de católicos alcançou o menor número da história, com 67,84%.
É pensando em se aproximar cada vez mais do rebanho que padres e bispos estão entrando no mundo virtual e se fazendo presentes em redes como o Facebook. O movimento vem crescendo na Igreja, especialmente depois da adesão do próprio papa Bento XVI ao Twitter, há quase um ano.
No Brasil, o episcopado também está na rede. Um dos mais ativos, o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, postou em sua estreia no microblog "Se Jesus pregasse o Evangelho hoje, usaria também a imprensa escrita, o rádio, a TV, a internet, o Twitter". Outros bispos, como o do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, e o auxiliar de Aracaju, dom Henrique Soares, também são atuantes nas redes sociais - este último desde quando era padre.
No Espírito Santo , o novo bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória, dom Joaquim Wladimir Lopes Dias posta todos os dias mensagens em seu perfil no Facebook.
Em pouco mais de um mês, ele já coleciona quase 4 mil amigos de várias partes do mundo. "Parece que as pessoas ficam de plantão. Mal termino de digitar as mensagens e já surgem vários comentários", constata.
DiálogoEle afirma que além de ficar mais próximo dos fiéis, seu principal objetivo na rede social é postar mensagens diárias de otimismo e até mesmo passagens da Bíblia. "É importante porque as pessoas precisam", afirma.
O bispo recorda que quando ainda era responsável pela diocese de Jundiaí, em São Paulo, esteve em um encontro com o papa no Vaticano, onde Bento XVI pediu para que os padres e os bispos usassem a internet. Ele recorda que o bispado recebeu até capacitação para aprender a usar as redes.
Desde então, ainda em Jundiaí, ele criou um site, onde também enviava mensagens diárias. Com a mudança para o Espírito Santo, resolveu aderir ao Facebook por considerar uma maneira eficaz de se comunicar com os fiéis. "Recebo pedidos de oração, aconselhamento e até acompanhamento vocacional. Já até lancei algumas perguntas para conhecer a opinião das pessoas, e surgiram algumas polêmicas",revela,
O bispo conta que separa dois períodos por dia para responder pelo menos as mais urgentes. Dom Wladimir também defende que os católicos participem mais das redes sociais. "Se nós não entrarmos, as pessoas vão tirar suas dúvidas de fé com outras pessoas".
Dom Vladimir vê como saudável a maior proximidade entre fiéis e Igreja nas redes sociais. "A grande reclamação é que a Igreja é tradicional e conservadora e há uma distância entre a fala e as pessoas" aponta.
Ele está sempre conectado. E as missas, cada vez mais cheiasAdepto das redes sociais, o padre da diocese de Cachoeiro de Itapemirim, Juliano Ribeiro Almeida, faz questão de estar conectado até pelo telefone celular. Além do Facebook, ele usa aplicativos, como o Instagram - para fotos - e o Twitter.
O religioso conta que começou na internet quando essa ainda não era uma prática na igreja, há seis anos, com um blog. Logo depois vieram um site e um perfil no Orkut.
Com a popularização do Twitter, ele também resolveu aderir. "Tudo ficou interligado", afirma o padre, que também atua no rádio e em uma TV no sul do Estado.
"Ás vezes há pessoas que nem vão à igreja, mas no perfil do padre já se sentem num ambiente religioso", frisou padre Juliano.
Por dia, o sacerdote recebe até 70 mensagens. e para conseguir ler todas, conta com uma equipe que trabalha com ele nos programas de rádio e TV, onde ele também responde as principais dúvidas dos fiéis.
A atuação nas redes sociais ajudou até mesmo a aumentar o rebanho nas missas. "Várias pessoas vão porque me conhecem da internet. Quando eu uso, o público aumenta", diz.
A Palavra do Especialista
"Se você fala dez minutos numa homilia, o jovem se lembra de pouca coisa. No Facebook, a mensagem é de mais fácil assimilação"
Os padres têm usado mais essas redes por perceberem a força que elas têm na cultura contemporânea. Isso tem sido uma orientação da Igreja desde João Paulo II que conside. a internet como o grande lugar de debates do novo milênio. É o que tem feito também Bento XVI, exatamente porque se trata de uma grande ferramenta São os novos púlpitos. Antes se falava na comunidade e se antigia uma determinada quantidade de pessoas, hoje esse número é bem maior. Estamos vivendo uma nova cultura e é necessário que a mensagem seja adequada à linguagem, embora a primeira continue a mesma. A proximidade e o alcance são muito maiores. Se o bispo tem 4 mil amigos, com certeza está em mais evidência do que se pregasse numa igreja fisicamente.
Vítor Nunes Rosa, teólogo e professor
universitário
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