Muito se fala sobre a riqueza da Igreja, o ouro
do Vaticano, entre outros.
A Igreja, incumbida por Jesus de levar a salvação a todos
os homens, precisa de um “corpo material”, sem o qual não pode cumprir sua
missão.
O Vaticano possui cerca de 180 núncios
apostólicos espalhados pelo mundo. No último Concílio, o do Vaticano II, Papa
João XXIII reuniu cerca de 2.600 bispos de todas as nações, no Vaticano, durante
3 anos… Que chefe de Estado faz isso?
Em 1870, na guerra de unificação da Itália, a Igreja
perdeu seu território pontifício de 40 mil quilômetros quadrados; ficando apenas
com o pequeno espaço de hoje: 0,44 km², em 1929, pelo Tratado do Latrão. Os
objetos contidos no Museu do Vaticano foram doados aos Santos Padres por
cristãos e pertencem ao patrimônio da humanidade. De acordo com esse tratado [de
Latrão], a Igreja não pode vender ou doar qualquer bem que esteja no Museu
Vaticano. Não há motivo, portanto, para se falar, maldosamente, da “riqueza do
Vaticano”.
Qualquer chefe de
Estado, de qualquer pequeno país, tem à sua disposição, no mínimo, um avião. Nem
isso, o Papa tem. Além disso, o Vaticano tem um órgão encarregado da caridade do
Sumo Pontífice, o Cor Unum. No final de cada ano, é publicada no jornal do
Vaticano, o L’Osservatore Romano, a longa lista de doações que o Papa faz a
todas as nações do mundo, inclusive o Brasil, especialmente para vencer as
flagelações da seca, fome, terremotos, entre outros.
São doações que o
Santo Padre faz com o chamado “óbulo de São Pedro”, arrecadado dos fiéis
católicos do mundo todo. A Igreja Católica, nestes dois mil anos, sempre
fez e fomentou a caridade. Muitos hospitais, sanatórios, leprosários, asilos,
albergues, etc., são e foram mantidos pela Igreja em todo o mundo.
Quantos santos e santas, freiras e sacerdotes, leigos e leigas, passaram sua
vida fazendo caridade… Basta lembrar aqui alguns nomes: São Vicente de Paulo,
Dom Bosco, São Camilo de Lellis, Madre Teresa de Calcutá… a lista é
enorme!
Hoje, 25% de todas as entidades que assistem os aidéticos
são da Igreja. Nenhuma instituição fez e faz tanta caridade como
a Igreja. Ela é muito rica, sim, espiritualmente. Na verdade, ela é rica desde
sua origem, porque seu Criador é o próprio Deus; é d’Ele que vem toda a riqueza
dela. Ela é o próprio Corpo de Cristo (cf. I Cor 12,27).
Ela é rica também
porque é a Igreja dos santos, dos mártires, dos profetas, dos apóstolos, das
virgens e viúvas santas, dos padres, dos pontífices, dos confessores, e de uma
multidão de fiéis que, no silêncio da fé, oferecem suas vidas a Deus. Essa é a
verdadeira riqueza da Igreja.
Prof. Felipe Aquino
***
Respondendo a pergunta…
«Trocar tesouros do Vaticano por comida para a
África. Topa?». Com esta mensagem um internauta abriu um espaço no Facebook. Em
poucos dias, até esta sexta-feira pela manhã, 32.146 membros haviam
aderido.
O cardeal Paul Josef Cordes, presidente
do Conselho Pontifício Cor Unum, esclarece que, independentemente do aspecto
provocador ou ideológico da proposta, o Papa não poderia aplicá-la, pois o
direito internacional o impede. «Porque é uma vergonha ver as riquezas do
Vaticano e depois o noticiário».
Na realidade, esclarece, a Igreja «tem a
tarefa de conservar as obras de arte em nome do Estado Italiano. Não pode
vendê-las». Explica que, quando nos anos 60 um benfeitor alemão fez uma
doação para restaurar o Colégio Teutônico, que se encontra dentro do Vaticano, a
direção dessa residência, como gesto de agradecimento, deu-lhe uma estátua
simples, que não tinha um valor comparável a outras que se encontram nos Museus
Vaticanos, que se encontrava dentro do colégio. Essa pessoa teve muitíssimos
problemas com o Estado italiano, pois foi acusado de subtrair bens que a Itália
deve custodiar, explicou o cardeal.
«Em todas as nações há medidas para a
defesa das obras de arte, porque o Estado deve mantê-las», declara, recordando
que os bens da Santa Sé também fazem parte da história cultural da
Itália. O cardeal recorda, por outro lado, que sem a obra da Igreja
Católica, o sistema de saúde e educativo de algumas regiões da África não
existiria.
«Presidentes africanos reconhecem quando vêm encontrar
com o Papa», explica o cardeal Cordes. Sem a Igreja na África, uma parte dos
portadores do HIV ficaria abandonada, pois a Igreja, com sua rede de hospitais,
é a instituição que acolhe o maior número de pessoas com este vírus.
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