quarta-feira, 11 de julho de 2012

A IGREJA CATÓLICA PERDE MAIS UM DE SEUS GIGANTES.


Depois do grande monge beneditino e defensor da Igreja Católica, D. Flávio Estevão Bittencourt, falecido em 14 de abril de 2008 e o Exorcista Padre Ruffus Pereira em 02 de maio de 2012,  agora foi a vez de um outro gigante e "intrépido Pastor" Dom Eugênio de Araújo Sales.

O cardeal Dom Eugênio Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro e um dos nomes mais proeminentes da Igreja Católica no Brasil, morreu na noite desta segunda-feira, na capital carioca. Ele tinha 91 anos. Segundo a assessoria da Arquidiocese do Rio de Janeiro, ele estava em casa, na Estrada do Sumaré, zona norte da cidade, e morreu de infarto.

Nascido em 8 de novembro de 1920, em Acari (RN), o cardeal teve o nome entre os candidatos a Papa depois da morte de João Paulo I. Conhecido como o homem do Vaticano no Brasil durante os 30 anos em que esteve à frente da Arquidiocese do Rio, o cardeal continuou sendo querido pelo Papa, mesmo afastado das funções eclesiásticas no estado fazia quase uma década. O arcebispo emérito do Rio chegou a ser surpreendido, às vésperas de completar 90 anos, por uma carta de felicitações assinada por Bento XVI. Para dom Eugenio, o documento não foi sinal de prestígio, mas o reconhecimento de uma vida dedicada à fé.

Em 67 anos de vida dedicada à Igreja, o cardeal foi rotulado tanto como líder conservador quanto "bispo vermelho", por ter, no início do sacerdócio, ajudado a criar os primeiros sindicatos rurais no Rio Grande do Norte. Um capítulo importante da vida de dom Eugenio remonta à ditadura, quando atuou de maneira silenciosa, abrigando no Rio mais de quatro mil pessoas perseguidas pelos regimes militares do Cone Sul, entre 1976 e 1982, especialmente argentinos. A história da participação sem alarde do arcebispo foi contada, 30 anos depois, pelos principais meios de comunicação. Discretamente, o cardeal cultivava delicadas relações com os militares e ajudou a salvar vidas.

Para dar conta de tanto pedidos, autorizou o aluguel de quartos e depois apartamentos. A ajuda incluía dinheiro para gastos pessoais, assistência médica e auxílio jurídico. Em entrevista ao GLOBO em 2008, dom Eugenio contou por que agiu nos bastidores:
— Se eu anunciasse o que estava fazendo, não tinha chance. Muitos não concordavam, mas eu preferia dialogar e salvar — disse. — Eu não tinha nem nunca tive interesse em divulgar nada disso. Queria que as coisas funcionassem, e o caminho naquele momento era esse, o caminho de não pisar no pé (do governo).

Em entrevista ao GLOBO em 2010, vestido de preto, com um crucifixo de prata no pescoço, o homem que organizou as duas visitas do Papa João Paulo II ao país, em 1980 e 1997, respondeu a todas as perguntas com serenidade, mas fez questão de deixar claro que estava cansado do assédio por conta das comemorações do seu 10º aniversário:
— Eu já estou cansado, às vezes minha memória falha. Mas faço questão de receber os jornalistas. Nada no mundo funciona sem a comunicação. Ela é fundamental para difusão do Evangelho. Eu levei isso muito a sério na minha vida religiosa, instalei rádios, escrevi em jornais, dei muitas entrevistas para TV. Quando eu não podia ir ao local, eu chegava às pessoas pelos meios de comunicação.

Além de ter ser considerado um bom articulador e um defensor incansável da doutrina católica, dom Eugenio era citado como grande empreendedor. Ao assumir a Arquidiocese, na década de 70, mandou construir nos fundos do Palácio São Joaquim um prédio de dez andares para reunir num só lugar serviços da Igreja espalhados pela cidade. Também criou dezenas de pastorais, entre elas a Pastoral Penal, a das Favelas e a do Menor.

Dom Eugenio passou parte da infância no sertão nordestino. A vocação para o sacerdócio surgiu no início dos anos 30, após ser matriculado em colégio marista de Natal. Antes de optar pela Igreja, pensou em ser engenheiro agrônomo. Foi ordenado em 21 de novembro de 1943.


G1 

Dom Eugenio Sales era o mais antigo cardeal da Igreja Católica no Brasil

Arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, comenta a morte de Dom Eugenio: 'Ele foi um homem da Igreja'

Padres e amigos participam do velório do corpo de dom Eugenio no Rio

Dom Eugenio Sales lançou livro sobre a história do Papa João Paulo II em 2005

Geneton Moraes Neto entrevistou dom Eugenio Sales sobre o legado e o trabalho com João Paulo II

Arquidiocese do Rio de Janeiro divulga nota sobre a morte de dom Eugenio Sales

Prefeito do Rio, Eduardo Paes, lamentou a perda de dom Eugenio

Papa Bento XVI elogia generosidade e dedicação do
cardeal dom Eugênio










 Fotos G1
Dom Eugenio, de 91 anos, morreu enquanto dormia

Lamentamos profundamente mais esta perca, a perca de quem de forma destemida e incansável defendeu a fé e o zelo pela nossa Igreja. Uma das vértebras cervicais da Igreja no Brasil.

Cada vez mais nos sentimos orfãos de homens como estes. A dor de saber que já não podemos mas ler seus escritos onde sempre expressou seu pensamento zeloso e que tanto nos ensinou, dilacera o coração àqueles que o admiravam.
Sempre tive muito orgulho de poder postar neste blog a expressão da força de seu pensamento e da sua eloquência sobre tantas questões oportunas ao nosso tempo (posteriormente faremos republição de algumas).

É sem dúvida uma triste notícia, uma perca considerável a quem tanto fez, sem falar que era ainda, motivo de orgulho a todos nós norteriograndenses. Mas essa mesma dor que a igreja passa nesse momento, tem seu eco estampido na alma, fazendo-se remessa do pensamento a Deus, sabendo que este seu servo agora desfruta da glóra eterna, digno recebedor da coroa de glória reservada aos destemidos e incansáeis soldados e generais defensores da fé.



Em nome do Grupo de Oração Semeando a Paz, onde todos se unem para pedir Deus a recompensa do repouso de sua alma na glóra da Santíssima trindade, o nosso mais profundo pesar.








p/
Wellington Dantas




Nenhum comentário: