Sacramento da Eucaristia no Catecismo da
Igreja
§1407 - A Eucaristia é o coração é o ápice da
vida da Igreja, pois nela Cristo associa sua Igreja e todos os seus membros a
seu sacrifício de louvor e de ação de graças oferecido uma vez por todas na cruz
a seu Pai; por seu sacrifício Ele derrama as graças da salvação sobre o seu
corpo, que é a Igreja.
§1408 - A celebração da Eucaristia comporta
sempre: a proclamação da palavra de Deus, a ação de graças a Deus Pai por todos
os seus benefícios, sobretudo pelo dom do seu Filho, a consagração do pão e do
vinho e a participação no banquete litúrgico pela recepção do Corpo e do Sangue
do Senhor. Estes elementos constituem um só e mesmo ato de culto.
§1409 - A Eucaristia é o memorial da páscoa de
Cristo: isto é, da obra da salvação realizada pela Vida, Morte e Ressurreição de
Cristo, obra esta tornada presente pela ação litúrgica.
§1410 - É Cristo mesmo, sumo sacerdote eterno
da nova aliança, que, agindo pelo ministério dos sacerdotes, oferece o
sacrifício eucarístico. E é também o mesmo Cristo, realmente presente sob as
espécies do pão e do vinho, que é a oferenda do Sacrifício Eucarístico.
§1411 - Só os sacerdotes validamente ordenados
podem presidir a Eucaristia e consagrar o pão e o vinho para que se tornem o
Corpo e o Sangue do Senhor.
§1412 - Os sinais essenciais do Sacramento
Eucarístico são o pão de trigo e o vinho de uva, sobre os quais é invocada a
bênção do Espírito Santo, e sacerdote pronuncia as palavras da consagração ditas
por Jesus durante a última Ceia: "Isto é o meu Corpo entregue por vós. (...)
Este é o cálice do meu Sangue (...) "
§1413 - Por meio da consagração opera-se a
transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo. Sob as
espécies consagradas do pão e do vinho, Cristo mesmo, vivo e glorioso, está
presente de maneira verdadeira, real e substancial, seu Corpo e Seu Sangue, sua
Alma e Divindade (Conc. Trento, DS 1640).
§1414 - Enquanto sacrifício, a Eucaristia é
oferecida também em reparação dos pecados dos vivos e dos defuntos, e para obter
de Deus benefícios espirituais e temporais.
Eucaristia - os seus frutos
§1391 - A comunhão aumenta a nossa união com
Cristo. Receber a Eucaristia na comunhão traz como fruto principal a união
íntima com Cristo Jesus. Pois o Senhor diz:
"Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em mim e eu nele" (Jo 6,56). Assim como o Pai, que vive, me enviou e
eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim" (Jo
6,57):
§1392 - O que o alimento produz em nossa vida
corporal, a comunhão o realiza de maneira admirável em nossa vida espiritual. A
comunhão da Carne de Cristo ressuscitado, "vivificado pelo Espírito Santo e
vivificante" (PO 5), conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no
Batismo. Este crescimento da vida cristã precisa ser alimentado pela Comunhão
Eucarística, pão da nossa peregrinação, até o momento da morte, quando nos será
dado como viático.
§1393 - A comunhão separa-nos do pecado. O
Corpo de Cristo que recebemos na comunhão é "entregue por nós", e o Sangue que
bebemos é "'derramado por muitos para remissão dos pecados". É por isso que a
Eucaristia não pode unir-nos a Cristo sem purificar-nos ao mesmo tempo dos
pecados cometidos e sem preservar-nos dos pecados futuros:
"Toda vez que o recebemos , anunciamos a morte
do Senhor" (1Cor 11,26).
"Se anunciamos a morte do Senhor, anunciamos a
remissão dos pecados. Se, toda vez que o Sangue é derramado, o é para a remissão
dos pecados, devo recebê-lo sempre, para que perdoe sempre os meus pecados. Eu
que sempre peco, devo ter sempre um remédio." (S. Ambrósio, Sacr. 4,28 )
§1394 - Como o alimento corporal serve para
restaurar a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida
diária, tende a arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais
(Conc. de Trento, DS 2638).
Ao dar-se a nós, Cristo reativa o nosso amor e
nos torna capazes de romper as amarras desordenadas com as criaturas e de
enraizar-nos nele.
§1395 - Pela mesma caridade que acende em nós,
a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros. Quanto mais participarmos
da vida de Cristo e quanto mais progredirmos na sua amizade, tanto mais difícil
dele separar-nos pelo pecado mortal.
§1396 - Os que recebem a Eucaristia estão
unidos mais intimamente a Cristo. Por isso mesmo, Cristo os une a todos os fiéis
em um só corpo, a Igreja. A Comunhão renova, fortalece, aprofunda esta
incorporação à Igreja, realizada já pelo batismo. No batismo fomos chamados a
construir um só corpo (1Cor 12,13).
A Eucaristia realiza este apelo: "O cálice de
bênção que abençoamos não é comunhão com o Sangue de Cristo? O pão que partirmos
não é comunhão com o Corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora
muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desde único pão" (1 Cor
10,16-17).
§1397 - A Eucaristia compromete com os
pobres.
Para receber na verdade o Corpo e o Sangue de
Cristo entregues por nós, devemos reconhecer o Cristo nos mais pobres, seus
irmãos (Mt 25,40):
"Degustaste o Sangue do Senhor e não
reconheces sequer o teu irmão. Desonras esta própria mesa, não julgando digno de
compartilhar do teu alimento aquele que foi julgado digno de participar desta
mesa. Deus te libertou de todos pecados e te convidou para esta mesa. E tu, nem
mesmo assim, não te tornaste mais misericordioso" (S. João Damasceno, Hom. in
1Cor 27,5).
§1415 - Quem quer receber a Cristo na comunhão
eucarística deve estar em estado de graça. Se alguém tem consciência de ter
pecado mortalmente, não deve comungar a Eucaristia sem ter recebido previamente
a absolvição no sacramento da penitência.
§1416 - A santa Comunhão do Corpo e do Sangue
de Cristo aumenta a união do comungante com o Senhor, perdoa-lhe os pecados
veniais e o preserva dos pecados graves. Por serem reforçados os laços de
caridade entre o comungante e Cristo, a recepção deste sacramento reforça a
unidade da Igreja, corpo místico de Cristo.
§1417 - A Igreja recomenda vivamente aos fiéis
que recebam a Santa Comunhão quando participam da celebração da Eucaristia;
impõe-lhes a obrigação de comungar pelo menos uma vez por ano.
§1419 - Tendo Cristo passado deste mundo ao
Pai, dá-nos na Eucaristia o penhor da glória junto dele: a participação no Santo
Sacrifício nos identifica com o seu coração, sustenta as nossas forças ao longo
da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna e nos une já à Igreja
do céu, á Santa Virgem Maria e a todos os santos.
Prof. Felipe Aquino
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