Escândalos no Vaticano
expõem fracasso da liderança do papa Bento
16
Der Spiegel, em
Roma
Alessandro
Bianchi/Reuters
Praça São Pedro, no
Vaticano
Os dois se conheciam? Um era a fonte do outro?
Teriam se unido para prejudicar o chefe
da Igreja Católica, o papa Bento 16, nascido na
Alemanha?
Poucos em Roma foram objeto de tamanha
especulação ultimamente quanto esses
dois homens. Mas apesar de sua proximidade física, provavelmente não devem se esbarrar tão
cedo.
Um deles está em uma cela de detenção de 16
metros quadrados, na delegacia de
polícia do Vaticano, dentro dos domínios papais. Ele está sentado ali há quase duas semanas, e quase
todos conhecem seu nome: Paolo Gabriele,
46, mordomo pessoal do papa.
Pouco antes do Pentecostes, o secretário
privado de Bento, Monsenhor Georg
Gênswein, teria descoberto que Gabriele era um espião. Investigadores encontraram no apartamento de
Gabriele quatro caixas com cópias de
cartas estritamente confidenciais de e para o papa
Bento.
Desde então, Gabriele foi considerado traidor e
chamado de "il corvo", animal conhecido
por sua capacidade de enganar. Seus advogados dizem que ele vai finalmente ser submetido a
questionamentos nesta semana e que está
disposto a contar tudo.
Seria este o clímax do chamado escândalo do
"Vatileaks", que vem se desenrolando
desde janeiro, quando começou a surgir uma série de documentos secretos? Ou será apenas o começo?
Não há dúvida que este dilúvio de papéis
do Vaticano é um sinal do que a revista italiana "Panorama" chama de uma das "piores crises da
história da Santa Sede", ou o que o
porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi descreveu como "difícil teste" para o
papa.
De qualquer forma, é uma história de crime que
nem mesmo Dan Brown poderia ter
imaginado -na qual Gabriele possivelmente é apenas uma figura marginal, porque a segurança do
Vaticano ainda está buscando os
verdadeiros mandantes por trás do
escândalo.
De fato, eles parecem estar foragidos. Apesar
da prisão do mordomo, os vazamentos
continuaram. Enquanto o papa estava em uma viagem de três dias para Milão, o jornal italiano "La
Repubblica" publicou documentos do
Vaticano, sendo dois com a assinatura do
secretário.
Após os mais recentes eventos cercando o
escândalo de resultados acertados de
jogos da seleção de futebol da Itália, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, sugeriu simplesmente
suspender os jogos da série A por dois
ou três anos. Muitos romanos acharam que isso não era uma má ideia, a princípio, mas que deveria ser
aplicada à Igreja e não ao futebol.
Fechem a Santa Sede, concordaram, mas não os
estádios.
Mas o Vaticano está na defensiva. Durante sua
audiência geral no dia 30 de maio, Bento
fez seus primeiros comentários públicos acerca do escândalo do Vatileaks e disse que continua a
apoiar seus colegas no Vaticano, leais
ou não. O arcebispo Angelo Becciu, subsecretário de Estado do Vaticano, cargo equivalente ao de
ministro do interior, disse ao jornal do
Vaticano "L'Osservatore Romano" que considerava a publicação de cartas confidenciais "um ato
imoral de gravidade inusitada" e
estimulou os jornalistas a "evitarem claramente a iniciativa de um colega" a quem não hesita em
chamar de criminoso.
Esse colega é Gianluigi Nuzzi. Aos olhos do
Vaticano, ele é claramente o verdadeiro
culpado por esse assunto. O famoso jornalista investigativo já havia revelado casos de corrupção e
lavagem de dinheiro no banco do Vaticano
em 2009 em seu livro "Vaticano S.p.A" ou "Vaticano Ltda". Agora o Vaticano está ameaçando entrar na justiça
contra sua mais recente obra, "His
Holiness: The Secret Papers of Benedict 16" (Sua Santidade: os documentos secretos de Bento 16),
publicado no dia 18 de maio. Vários dias
depois, o diretor do Banco do Vaticano, Ettore Gotti Tedeschi, foi demitido de seu cargo por negligência do
dever. Reportagens disseram que os
memorandos vazados indicam diferenças nas políticas de transparência financeira dentro do
Vaticano.
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OBS: Coloco esta reportagem, não somente
para que os leitores continuem acompanhando a crise, mas porque ela contém
palavras que nitidamente são plantadas na imprensa pela besta diabólica. Esta
palavra maligna é: fracasso na liderança do Papa Bento XVI.
Nota-se aqui uma ACUSAÇÃO formal, totalmente sem provas, porque qualquer grande
corporação do mundo, por mais sigilosa que seja, está sempre sujeita a roubo de
dados e documentos. E isso não significa, de forma alguma, ineficiência do seu
presidente ou diretor.
Mas aqui, pelo menos, os autores da
reportagem mostram sensatez lembrando que embora o mordomo esteja preso, novos
documentos estão sendo revelados, prova de que tem mais gente envolvida na
trama. Ou que a trama é toda, de gente diferente. Humanamente, por um
discernimento lógico, eu diria que, se de fato este mordomo furtou as cartas,
das duas uma, ou ele é um asno vestido de terno e gravata, ou a grana que ele
recebeu compensa este escândalo. Porque, se ele de fato estivesse envolvido na
trama ou fosse autor dela, primeiro ela daria fim aos documentos, ou os
guardaria fora de sua casa, e segundo ele tentaria fugir, escapando da justiça.
Sente-se que os verdadeiros corvos, ou
abutres, são outros. As cartas muito bem
podem ter sido plantadas na casa do mordomo, até porque, no romance
policialesco, sempre “o mordomo é o
assassino”. Mas, aguardemos o
depoimento dele, e veremos a verdade. O fato é que, sabendo que a besta
apocalíptica está dentro do Vaticano e tenta empurrar o Papa fora do Trono de
Pedro, tudo leva a crer que os gigantes da trama vestem roupas vermelhas e usam
barretes de cardeal. São cérebros satânicos, e seu poder é maior do que se possa
imaginar. Mas sem dúvida, Deus dará um jeito em todos
eles.
recadosdoaarão
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