Início do livro do profeta Jeremias.
1Palavras de Jeremias, filho de Helcias, um dos sacerdotes de Anatot, da tribo de Benjamim. 4Foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: 5“Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações”. 6Disse eu: “Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo”. 7Disse-me o Senhor: “Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás, e tudo que eu te mandar dizer, dirás. 8Não tenhas medo deles, pois estou contigo para defender-te”, diz o Senhor. 9O Senhor estendeu a mão, tocou-me a boca e disse-me: “Eis que ponho minhas palavras em tua boca. 10Eu te constituí hoje sobre povos e reinos com poder para extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar”.
Palavra do Senhor.
Minha boca anunciará vossa justiça.
Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor:
que eu não seja envergonhado para sempre!
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!
Escutai a minha voz, vinde salvar-me!
Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Porque sois a minha força e meu amparo,
† o meu refúgio, proteção e segurança!
Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança,
em vós confio desde a minha juventude!
Sois meu apoio desde antes que eu nascesse,
desde o seio maternal, o meu amparo.
Minha boca anunciará todos os dias
vossa justiça e vossas graças incontáveis.
Vós me ensinastes desde a minha juventude,
e até hoje canto as vossas maravilhas.
Aleluia, aleluia, aleluia.
A semente é de Deus a Palavra, o Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. 7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos ouça!”
Palavra da salvação.
Reflexão
Eis que saiu o semeador a semear a Palavra de Deus, diz Cristo Jesus no Evangelho de hoje. Ora, assim como quatro são os tipos de terreno em que pode cair o grão de trigo, assim também são quatro os corações com que pode deparar a pregação evangélica. Parte dos grãos, diz o Senhor, caiu à beira do caminho, isto é, nos corações que, embora deem ouvido à Palavra divina, não chegam nem a compreendê-la nem a dar os primeiros frutos; mal o grão toca o solo, vêm os pássaros do céu para comê-lo e levá-lo embora. Outra parte, porém, caiu em terreno pedregoso e seco, ou seja, naquele coração que, embora tenha fé, não a tem bem enraizada; por isso, ainda que brotem algumas sementes, o calor do sol — quer dizer, das tribulações e contrariedades — as seca e queima, quia non habebant radicem, "porque não tinham raiz". Outros grãos, enfim, caíram em meio aos espinhos; aqui estão simbolizados, pois, aqueles corações que, já tendo superado a secura do terreno, são todavia sufocados por cuidados mundanos, à semelhança de Marta, tão inquieta e ocupada com diversos afazeres (cf. Lc 10, 40ss).
O nosso coração, no entanto, deve ser como a terra boa e virgem, ou seja, como o coração das crianças, que se lançam sem preocupações ao colo do Pai, com aquela confiança de verdadeiros filhos e filhas do Altíssimo. Ora, para chegarmos a dar os frutos que o Senhor deseja colher, temos de percorrer o itinerário que Ele mesmo nos indica hoje: antes de tudo, acolher e meditar a sua Palavra, a fim de que as aves do céu e os ventos de doutrina (cf. Ef 4, 14) não a roubem de nós; em seguida, entregar-se com generosidade à ascese e, com especial empenho, ao apostolado; por fim, ser alma de profunda e perseverante oração, imitando o exemplo de Maria de Betânia, que se deliciava em "perder tempo" aos pés de Cristo, o nosso Único necessário. Roguemos, pois, à Virgem Santíssima que regue e proteja o nosso seco coração e nos ajude, com o seu poderosíssimo auxílio, a ser figueiras repletas de frutos de fé e de amor: Qui habet aures audiendi audiat!
https://padrepauloricardo.org
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