Leitura da profecia de Oseias.
Assim fala o Senhor: 11 1 “Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu filho.
2 Mas, quanto mais os chamei, mais se afastaram; ofereceram sacrifícios aos Baal e queimaram ofertas aos ídolos.
3 Eu, entretanto, ensinava Efraim a andar, tomava-o nos meus braços, mas não compreenderam que eu cuidava deles.
4 Segurava-os com laços humanos, com laços de amor; fui para eles como o que tira da boca uma rédea, e lhes dei alimento.
8 Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim, ou trair-te, ó Israel? Como poderia eu tratar-te como Adama, ou tornar-te como Seboim? Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo de dó e compaixão.
9 Não darei curso ao ardor de minha cólera, já não destruirei Efraim, porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não gosto de destruir”.
Palavra do Senhor.
Sobre nós iluminai a vossa face
E, então, seremos salvos, ó Senhor!
Ó pastor de Israel, prestai ouvidos.
Vós, que sobre os querubins vos assentais,
Despertai vosso poder, ó nosso Deus,
E vinde logo nos trazer a salvação!
Voltai-vos para nós, Deus do universo!
Olhai dos altos céus e observai.
Visitai a vossa vinha e protegei-a!
Foi a vossa mão direita que a plantou;
Protegei-a, e ao rebento que firmastes!
Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando! (Mc 1,15).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 10 7 "Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo.
8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!
9 Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos,
10 nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento.
11 Nas cidades ou aldeias onde entrardes, informai-vos se há alguém ali digno de vos receber; ficai ali até a vossa partida.
12 Entrando numa casa, saudai-a: ‘Paz a esta casa’.
13 Se aquela casa for digna, descerá sobre ela vossa paz; se, porém, não o for, vosso voto de paz retornará a vós.
14 Se não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés.
15 Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade.
Palavra da Salvação.
Reflexão
Ao enviar seus Apóstolos para pregar a Boa-nova do Reino, Jesus não se limita a confiar-lhes um encargo, uma função como outra qualquer; pede-lhes, antes de tudo, um estilo de vida condizente com o apostolado cristão. Como já meditamos noutra ocasião, os discípulos de Cristo — e, de forma bastante especial, os sacerdotes — têm de viver abandonados aos cuidados da Providência divina: "Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos". Esta entrega filial aos braços de Deus significa, em primeiro lugar, que a riqueza do apóstolo deve ser a sua pobreza: pobreza essa não somente material, mas sobretudo espiritual.
Com efeito, a própria palavra "apóstolo" (ἀπόστολος) — ou seja, "embaixador" (cf. 2 Cor 5, 20) — já é sinal dessa realidade: o apóstolo é aquele que, fazendo as vezes do seu emissário, tem a obrigação de comunicar uma mensagem que não é sua, mas daquele que o enviou. Ele nada tem de seu, nada considera como próprio, vive para ser a voz e o guardião dos interesses de seu rei e senhor. Assim também os bispos e os padres nada devem ter de seu: nem ouro nem prata nem nenhuma riqueza pessoal; são, como se costuma dizer, meros servos e ministros: celebram o sacrifício da Missa, que não é propriedade nem invenção sua; administram sacramentos, que não são seus; pregam, enfim, um Evangelho, que não é obra de homens.
É justamente nessa pobreza que reside a autoridade e o poder, vindos do alto, de curar os doentes, que sentem palpitar dentro de si a inclinação para o pecado; ressuscitar os mortos, que se deixaram sepultar pela iniquidade; purificar os leprosos, que, com sua vida pouco honesta, são escândalo e ocasião de pecado para os demais; e expulsar os demônios, ou seja, libertar os que já fizeram da maldade um estilo de vida. Peçamos, pois, a Deus que envie à sua messe trabalhadores com tais disposições, desapegados de si mesmos e das coisas do mundo. Que o Senhor, pela intercessão da Bem-aventurada e sempre virgem Maria, se digne dar à sua Igreja sacerdotes que vivam humildemente à altura de ser embaixadores em nome de Cristo.
https://padrepauloricardo.org
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