Leitura do livro do profeta Isaías.
10 5 “Ai da Assíria, vara de minha cólera e bastão que maneja o meu furor.
6 Eu o enviei contra uma nação ímpia, e o lancei contra o povo, o objeto de minha cólera, para que o entregasse à pilhagem e lhe levasse os despojos, e o calcasse aos pés como a lama das ruas.
7 Mas ele não entendeu dessa maneira, e este não foi o seu pensamento. Ele só pensa em destruir, em exterminar nações em massa.
13 Foi pela força de minha mão que eu agi, e pela minha destreza, porque sou hábil. Dilatei as fronteiras, saqueei os tesouros e lancei por terra aqueles que estavam no trono.
14 Minha mão tomou como um ninho a riqueza dos povos. Assim como se recolhem os ovos abandonados, eu reuni a terra inteira. Ninguém moveu a asa, nem abriu o bico, nem piou.
15 Acaso o machado se vangloria à custa do lenhador? Ou a serra se levanta contra o serrador? Como se a vara fizesse agitar aquele que a maneja, como se o bastão fizesse mover o braço!
16 Por isso o Senhor Deus dos exércitos fará enfraquecer seus robustos guerreiros, e debaixo de sua glória acender-se-á um fogo como o de um incêndio”.
Palavra do Senhor.
O Senhor não rejeita o seu povo.
Eis que oprimem, Senhor, vosso povo
e humilham a vossa herança;
estrangeiro e viúva trucidam,
e assassinam o pobre e o órfão!
Eles dizem: “O Senhor não nos vê
e o Deus de Jacó não percebe!”
Entendei, ó estultos do povo;
insensatos, quando é que vereis?
O que fez o ouvido não ouve?
Quem os olhos formou não verá?
Quem educa as nações não castiga?
Quem os homens ensina não sabe?
O Senhor não rejeita o seu povo
e não pode esquecer sua herança:
voltarão a juízo as sentenças;
quem é reto andará na justiça.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da
terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos,
escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
11 25 Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: "Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos.
26 Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado.
27 Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo”.
Palavra da Salvação.
Reflexão
A obra evangelizadora dos discípulos é ainda incipiente, mas Jesus exulta hoje de alegria, clamando: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra”, pois os que há pouco escolhera para semear a Boa-nova voltam agora relatando muitos prodígios de conversão. Pois Cristo tem sede de almas, de almas humildes e dóceis à sua palavra, incompreensível aos soberbos, aos “sábios e entendidos” deste mundo. Não porque Deus fale a uns e negue-se a falar a outros, mas porque só podem escutá-lo como convém à salvação os humildes e pequeninos de coração. São estes os verdadeiros sábios, e não aqueles tolos, que se pavoneiam com sua ciência humana, enquanto tapam os ouvidos para a Sabedoria incriada, Verdade subsistente, Fonte de todo saber. Deus falou e fala conosco continuamente. Sua Palavra eterna se fez carne, deixou na terra uma Igreja como sinal visível de salvação e dirige-se a cada alma através de incontáveis graças atuais, que são como um verbum interius, uma “palavra interior” pela qual Ele nos chama à conversão. Mas como ouvi-la se estamos distraídos, ensurdecidos pelas coisas do mundo, convencidos de que a nossa ciência nos basta? Se não nos humilharmos, se não aprendermos a ser como crianças, que se deixam ensinar e instruir, jamais acolheremos de verdade o Evangelho: seremos, no máximo, convertidos pela metade, superficialmente. Por isso, ajoelhemo-nos diante de Deus, suplicando-lhe nos conceda um coração simples e humilde, atento às suas palavras, dócil às suas verdades, disposto a se deixar guiar aonde Ele nos quiser conduzir.
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