Leitura do livro do profeta Jeremias – 1A palavra do Senhor foi-me dirigida, dizendo: 2“Vai e grita aos ouvidos de Jerusalém. Isto diz o Senhor: Lembro-me de ti, da afeição da jovem, do amor da noiva, de quando me seguias no deserto, numa terra inculta. 3Israel, consagrado ao Senhor, era como as primícias de sua colheita; todos os que dele comiam pecavam; males caíam sobre eles”, diz o Senhor. 7“Eu vos introduzi numa terra de pomares, para que gozásseis de seus melhores produtos, mas, apenas chegados, contaminastes o país e tornastes abominável minha herança. 8Os sacerdotes nem perguntaram onde está o Senhor. Os versados na Lei não me reconheceram e os chefes do povo voltaram-me as costas, os profetas profetizaram em nome de Baal e correram atrás de coisas que para nada servem. 12Ó céus, espantai-vos diante disso, enchei-vos de grande horror”, diz o Senhor. 13“Dois pecados cometeu meu povo: abandonou-me a mim, fonte de água viva, e preferiu cavar cisternas, cisternas defeituosas que não podem reter água”. – Palavra do Senhor.
Em vós está a fonte da vida, ó Senhor!
1. Vosso amor chega aos céus, ó Senhor, / chega às nuvens a vossa verdade. / Como as altas montanhas eternas / é a vossa justiça, Senhor. – R.
2. Quão preciosa é, Senhor, vossa graça! † Eis que os filhos dos homens se abrigam / sob a sombra das asas de Deus. / Na abundância de vossa morada, / eles vêm saciar-se de bens. / Vós lhes dais de beber água viva / na torrente das vossas delícias. – R.
3. Pois em vós está a fonte da vida, / e em vossa luz contemplamos a luz. / Conservai aos fiéis vossa graça, / e aos retos, a vossa justiça! – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, / pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, / escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 10os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que tu falas ao povo em parábolas?” 11Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não é dado. 12Pois à pessoa que tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem será tirado até o pouco que tem. 13É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque, olhando, eles não veem e, ouvindo, eles não escutam nem compreendem. 14Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir sem nada entender. Havereis de olhar sem nada ver. 15Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’. 16Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram, desejaram ouvir o que ouvis e não ouviram”. – Palavra da salvação.
Reflexão
O Senhor explica-nos hoje o porquê de Ele falar em parábolas às multidões, mas com clareza aos discípulos. E a razão por que Jesus, em seu ministério público, ocultava alguns ensinamentos sob a roupagem de parábolas não era outra senão a dureza de coração das turbas que O seguiam: "O coração deste povo", refere-se o Senhor às palavras de Isaías, "se tornou insensível" (cf. Is 6, 10). As multidões que acorrem apressadas para ouvi-lO, mais curiosas do que bem dispostas, ainda são indignas e incapazes de receber abertamente o que o Deus encarnado lhes tem a ensinar: "Eles ouviram com má vontade", cita outra vez o profeta, "e fecharam seus olhos" (cf. Is 6, 10). Nem mesmo os milagres são o bastante; antes, pelo contrário, parecem contribuir para obcecar o coração daquela gente blasfema, que chega a atribuí-los à ação de Beelzebul (cf. Lc 11, 15). É por isso que Cristo, escreve Santo Tomás, "ensinava algumas coisas ocultamente às turbas, servindo-se de parábolas para falar de mistérios espirituais, porque os ouvintes ou não eram capazes ou não eram dignos de os entender" (S. Th. III, q. 42, a. 3, co.).
Mas até nisto, continua o Angélico, o Senhor manifesta a sua entranhável misericórdia, já que era melhor para as multidões "ouvir a doutrina espiritual sob o véu das parábolas do que serem dela inteiramente privadas" (ibid.). Nós, porém, não sejamos como essas turbas incrédulas e curiosas. Disponhamo-nos interiormente, pelo arrependimento e pela retidão de intenção, às verdades que Jesus quer-nos transmitir. Abramo-nos à fé, com humildade e docilidade, que é necessária para abraçar e compreender os mistérios do Reino dos Céus. Pois Deus, cuja vontade é conduzir todos à salvação e ao conhecimento da verdade (cf. 1Tm 2, 4; Ex 18, 23), por pura bondade fez chegar até nós a sua Palavra. Como pecadores chamados agora à penitência (cf. Lc 5, 31), acolhamo-la em nosso coração e imploremos todos os dias o incremento da fé, fundamento da esperança e certeza a respeito do que não se vê (cf. Hb 11, 1). — Santa Maria, Virgem fiel, rogai por nós!
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