sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Liturgia Diária - A figura deste mundo passa.

 


Leitura (Sabedoria 13,1-9)

Leitura do livro da Sabedoria.
13 1São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus, e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer Aquele que é, nem reconhecer o Artista, considerando suas obras.
2Tomaram o fogo, ou o vento, ou o ar agitável, ou a esfera estrelada, ou a água impetuosa, ou os astros dos céus, por deuses, regentes do mundo.
3Se tomaram essas coisas por deuses, encantados pela sua beleza, saibam, então, quanto seu Senhor prevalece sobre elas, porque é o criador da beleza que fez estas coisas.
4Se o que os impressionou é a sua força e o seu poder, que eles compreendam, por meio delas, que seu criador é mais forte;
5pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor.
6Contudo, estes só incorrem numa ligeira censura, porque, talvez, eles caíram no erro procurando Deus e querendo encontrá-lo:
7vivendo entre suas obras, eles as observam com cuidado, e porque eles as consideram belas, deixam-se seduzir pelo seu aspecto.
8Ainda uma vez, entretanto, eles não são desculpáveis,
9porque, se eles possuíram luz suficiente para poder perscrutar a ordem do mundo, como não encontraram eles mais facilmente aquele que é seu Senhor?
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 18A/19

Os céus proclamam a glória do Senhor!

os céus proclamam a glória do Senhor,
e o firmamento, a obra de suas mãos;
o dia ao dia transmite essa mensagem,
a noite à noite publica essa notícia.

Não são discursos nem frases ou palavras,
nem são vozes que possam ser ouvidas;
seu som ressoa e se espalha em toda a terra,
chega aos confins do universo a sua voz.

Evangelho (Lucas, 17,26-37)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima! (Lc 21,28).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17 26"Como ocorreu nos dias de Noé, acontecerá do mesmo modo nos dias do Filho do Homem.
27Comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Veio o dilúvio e matou a todos.
28Também do mesmo modo como aconteceu nos dias de Lot. Os homens festejavam, compravam e vendiam, plantavam e edificavam.
29No dia em que Lot saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu, que exterminou todos eles.
30Assim será no dia em que se manifestar o Filho do Homem.
31Naquele dia, quem estiver no terraço e tiver os seus bens em casa não desça para os tirar; da mesma forma, quem estiver no campo não torne atrás.
32Lembrai-vos da mulher de Lot.
33Todo o que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á; mas todo o que a perder, encontrá-la-á.
34Digo-vos que naquela noite dois estarão numa cama: um será tomado e o outro será deixado;
35duas mulheres estarão moendo juntas: uma será tomada e a outra será deixada.
36Dois homens estarão no campo: um será tomado e o outro será deixado".
37Perguntaram-lhe os discípulos: "Onde será isto, Senhor?" Respondeu-lhes: "Onde estiver o cadáver, ali se reunirão também as águias".
Palavra da Salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, Jesus fala-nos do Fim dos Tempos e de como nos devemos encontrar quando enfim chegar a hora do Juízo. Para isto, o Senhor refere-se a dois acontecimentos marcantes do Antigo Testamento: de um lado, o dilúvio, ocorrido nos dias de Noé (cf. Gn 6, 9—8, 22); de outro, a destruição de Sodoma e Gomorra, nos tempos de Ló, cuja mulher convertera-se numa estátua de sal (cf. Gn 19, 1-29). Esses dois episódios nos mostram, em primeiro lugar, a necessidade de nos mantermos sempre alertas e vigilantes, já que não sabemos nem o dia nem a hora em que o Filho do Homem baixará dos céus, rodeado de seus anjos, a fim de premiar os justos e castigar os réprobos. Outro ensinamento contido nesta passagem é a necessidade do desapego do mundo, cuja figura, passageira e instável, não deve seduzir-nos e prender-nos, a ponto de já não esperarmos aquele que há, sim, de voltar para pôr termo à história humana e consumar a renovação de todas as coisas. Como os primeiros cristãos, que esperavam a vinda iminente do Senhor, não podemos perder aquele amor e, por assim dizer, aquela “saudade” com que clamavam: Maranatha

O nosso coração deve, pois, estar apaixonado por Cristo, ansioso por vê-lo face a face, não mais sob o véu da fé, mas, sim, a rosto descoberto. A meditação desse tão grande mistério — a visão direta da sagrada e amorosíssima fase do nosso Redentor — tem de incendiar nossa alma, transportá-la de um tal desejo de contemplar aquele que a redimiu que possamos dizer com S. Paulo: “Desejaria desprender-me”, livre deste corpo e da lei que nos inclina ao pecado, “para estar com Cristo” (Fl 1, 23). Não sigamos o exemplo da mulher de Ló, que, apegada aos falsos amores de sua antiga terra, dissolvida sob fogo e enxofre, tornou-se sal e estátua. Que a Virgem SS. nos conceda, por sua intercessão, a graça de nada antepormos ao amor de Cristo e de nos encontrarmos ornados de graça e santidade quando de sua vinda gloriosa e derradeira.

 

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