1a Leitura - Apocalipse 14,1-5
Leitura do livro do Apocalipse de São João.
Naquele tempo, 14 1 Eu, João, vi ainda: o Cordeiro estava de
pé no monte Sião, e perto dele cento e quarenta e quatro mil pessoas que
traziam escritos na fronte o nome dele e o nome de seu Pai.
2 Ouvia, entretanto, um coro celeste semelhante ao ruído de
muitas águas e ao ribombar de potente trovão. Esse coro que eu ouvia era
ainda semelhante a músicos tocando as suas cítaras.
3 Cantavam como que um cântico novo diante do trono, diante
dos quatro Animais e dos Anciãos. Ninguém podia aprender este cântico, a
não ser aqueles cento e quarenta e quatro mil que foram resgatados da
terra.
4 Estes são os que não se contaminaram com mulheres, pois são
virgens. São eles que acompanham o Cordeiro por onde quer que vá; foram
resgatados dentre os homens, como primícias oferecidas a Deus e ao
Cordeiro.
5 Em sua boca não se achou mentira, pois são irrepreensíveis.
Palavra do Senhor.
Salmo - 23/24
É assim a geração dos que buscam vossa face,
Ó Senhor, Deus de Israel.
Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra,
O mundo inteiro com os seres que o povoam;
Porque ele a tornou firme sobre os mares
E, sobre as águas, a mantém inabalável.
“Quem subirá até o monte do Senhor,
quem ficará em sua santa habitação?”
“Quem tem mãos puras e inocente coração,
que não dirige sua mente para o crime.
Sobre este desce a bênção do Senhor
E a recompensa de seu Deus e salvador.”
“É assim a geração dos que o procuram
e do Deus de Israel buscam a face.”
Evangelho - Lucas 21,1-4
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
21 1 Levantando os olhos, viu Jesus os ricos que deitavam as suas ofertas no cofre do templo.
2 Viu também uma viúva pobrezinha deitar duas pequeninas moedas,
3 e disse: “Em verdade vos digo: esta pobre viúva pôs mais do que os outros.
4 Pois todos aqueles lançaram nas ofertas de Deus o que lhes
sobra; esta, porém, deu, da sua indigência, tudo o que lhe restava para o
sustento”.
Palavra da Salvação.
Reflexão
No evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, o testemunho de uma
pobre viúva, vem nos mostrar, que a generosidade de uma pessoa, não está no
quanto ela doa, e sim, no seu espírito de partilha!
Uma doação, só tem valor para Deus, se ela for de coração. Foi o que Jesus
constatou no templo: enquanto que os ricos depositavam altas quantias no cofre
das ofertas do templo, uma viúva, fez uma doação de coração, ou seja, depositou
tudo o que ela possuía para a sua sobrevivência, apenas duas moedas. Para
Jesus, essa viúva, doou muito mais do que os ricos, estes, doavam o que lhes
sobravam e ela, tudo o que tinha! Os ricos faziam questão de se mostrarem
generosos, enquanto que ela, fez questão de colocar a sua oferta discretamente,
sem que ninguém visse.
O olhar de Jesus ultrapassa as aparências, vai além do visual humano, Ele vê o
interior das pessoas, conhece a sua intensão. Só Jesus percebe, o gesto
abnegado daquela pobre mulher. Com um gesto de amor, concretizado na partilha,
ela deixa transparecer a generosidade do seu coração, nos dando um grande
exemplo de desapego. Ao doar tudo o que possuía, ela demonstrou uma total
confiança na providência divina.
O exemplo desta viúva, em contraposição com as atitudes dos doutores da lei,
caiu como uma luva para que Jesus pudesse alertar os discípulos e hoje a nós,
sobre o perigo de vivermos de aparência, de mostrar o que não somos
interiormente.
Estejamos certos: podemos enganar as pessoas falando maravilhosamente de Deus,
ajoelhando com os olhos fechados diante a mesa da Eucaristia, mas a Deus
ninguém engana Ele nos conhece do avesso.
É importante estarmos atentos quanto ao risco que corremos de nos deixar levar
por uma religiosidade externa de aparência, uma religiosidade que não nos
leva ao comprometimento com o projeto de Deus, por não estar vinculada ao
coração que é a fonte de onde brotam as nossas boas ações.
O que agrada verdadeiramente a Deus é o que vem do coração, o que fazemos só
para sermos vistos e elogiado pelas pessoas, não ficam registrados no coração
de Deus.
A narrativa nos sugere um questionamento: Existe coerência entre o que falamos
e o que vivemos? Estamos dispostos a partilhar o que somos e o que temos?
Reflexão
de Olivia Coutinho
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