terça-feira, 3 de novembro de 2020

Liturgia Diária - O convite do Senhor.


PARÓQUIA DIVINO ESPÍRITO SANTO: Evangelho de hoje, terça-feira, 06/11/2018

1a Leitura - Filipenses 2,5-11
Leitura da Carta de São aos Filipenses.
2 5 Irmãos, dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus.
6 Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus,
7 mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.
8 E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
9 Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes,
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos.
11 E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.
Palavra do Senhor.

Salmo - 21/22
Ó Senhor, sois meu louvor em meio à grande assembléia!

Cumpro meus votos ante aqueles que vos temem!
Vossos pobres vão comer e saciar-se,
E os que procuram o Senhor o louvarão:
“Seus corações tenham a vida para sempre”!

Lembrem-se disso os confins de toda a terra,
Para que voltem ao Senhor e se convertam,
E se prostrem, adorando, diante dele,
Todos os povos e as famílias das nações.
Pois ao Senhor é que pertence a realeza;
Ele domina sobre todas as nações.
Somente a ele adorarão os poderosos.

Toda a minha descendência há de servi-lo;
Às futuras gerações anunciará
O poder e a justiça do Senhor;
Ao povo novo que há de vir, ele dirá:
“Eis a obra que o Senhor realizou!”

Evangelho - Lucas 14,15-24
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde a mim, todos vós que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o senhor (Mt 11,28)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 14 15 a estas palavras, disse a Jesus um dos convidados: “Feliz daquele que se sentar à mesa no Reino de Deus!”
16 Respondeu-lhe Jesus: “Um homem deu uma grande ceia e convidou muitas pessoas.
17 E à hora da ceia, enviou seu servo para dizer aos convidados: ‘Vinde, tudo já está preparado’.
18 Mas todos, um a um, começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: ‘Comprei um terreno e preciso sair para vê-lo; rogo-te me dês por escusado’.
19 Disse outro: ‘Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te me dês por escusado’.
20 Disse também um outro: ‘Casei-me e por isso não posso ir’.
21 Voltou o servo e referiu isto a seu senhor. Então, irado, o pai de família disse a seu servo: ‘Sai, sem demora, pelas praças e pelas ruas da cidade e introduz aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos’.
22 Disse o servo: ‘Senhor, está feito como ordenaste e ainda há lugar’.
23 O senhor ordenou: ‘Sai pelos caminhos e atalhos e obriga todos a entrar, para que se encha a minha casa.
24 Pois vos digo: nenhum daqueles homens, que foram convidados, provará a minha ceia’”.
Palavra da Salvação.

Reflexão

Jesus continua hoje a cear na casa de um fariseu notável. Eis que, de repente, um dos convivas exclama, um tanto empolgado: "Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus!" Este homem desconhecido faz eco, pois, às palavras que ainda hoje repetimos em cada Missa: "Felizes os convidados para a Ceia do Senhor!" Jesus, porém, a fim de dosar um pouco essa empolgação, conta-lhe uma parábola. Nela, o Senhor nos mostra como somos capazes de arranjar pretextos para recusarmos os convites de Deus; quantas são, enfim, as desculpas que damos Àquele que nos chama a participar da Mesa do Reino! Feliz, sim, aquele que é convidado; mais feliz, contudo, é quem aceita o convite para o banquete do Céu. Bem-aventurados, ensina Cristo, os que, ouvindo o chamado do Senhor, largam tudo (campo, bois, esposa) e vão às pressas à casa do Anfitrião.

O Evangelho desta 3.ª-feira, por isso, nos apresenta três desculpas, todas tolas, todas insensatas, todas elas porém comuns e corriqueiras. Santo Agostinho, ao comentar essa passagem, associa cada uma delas àqueles três grandes vícios e desejos de que nos fala a Primeira Epístola de São João (cf. 1 Jo 2, 16): a concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida. Há aqui, resumidos e compendiados, os laços com que o mundo nos enreda, as tentações com que nos hipnotiza. A primeira desculpa, "comprei um campo", Santo Agostinho a identifica com a soberba da vida. São aqui as riquezas deste mundo passageiro que afastam de Deus inúmeras almas: o "campo" as solicita, as preocupa, lhes rouba à existência um tempo precioso, que bem poderiam ter empregado em amar mais a bondade de Deus do que aos bens da terra.

Na segunda desculpa, "experimentar as cinco juntas de boi", Santo Agostinho vê a concupiscência dos olhos. Que são, afinal, aquelas "cinco juntas" senão os cinco sentidos com que Deus nos fez para que chegássemos ao conhecimento da verdade e servíssemos ao seu poder? Que é, pois, aquele desejo de "experimentar as juntas" senão uma profanação desses mesmos sentidos? Devêramos usá-los para o bem, para o fim a que se destinam; e no entanto os usamos com frivolidade, em busca de deleites e satisfações. Vamos, assim, de prazer em prazer, de desejo em desejo, nos tornando reféns da concupiscência da carne, do "casei-me, e por isso não posso ir". É a loucura de querer encontrar a felicidade no sexo e nos prazeres mais rudes. É a terceira desculpa, como que enfim dizemos a Deus: "prefiro minha esposa a ti, prefiro os meus desejos à tua vontade, prefiro a mim mesmo ao teu amor".

Jesus nos convida, sim, a fazer parte da sua Ceia. Mas, para isso, Ele pede que abandonemos a mentalidade do mundo. Se queremos, pois, participar do Banquete das Núpcias do Cordeiro, temos de dar a Deus um sim generoso, um sim exclusivo para Ele e um não, firme e decidido, para o mundo, para a concupiscência do olhos, para a concupiscência da carne, para a soberba da vida. Peçamos hoje ao Senhor a graça de responder com amor ao seu convite. Que nós, "pobres, aleijados, cegos e coxos", possamos nos sentar à sua Mesa na glória celeste e encher a Casa a que somos convidados.

 

Pe Paulo Ricardo  

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