Virgem? Concebida pura? Esmagando a serpente? Dogma? Promulgado por um papa? "Quantos absurdos!"
Em 1854, com a bula "Ineffabilis”, o papa Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição de Maria.
Em 1858, entre os dias 11 de fevereiro e 16 de julho, Maria apareceu nada menos que dezoito vezes para uma menina de 14 anos chamada Bernadette Soubirous, declarando ser a Imaculada Conceição – um conceito de entendimento complicado para uma criança. A localidade era Lourdes, na França.
Quando Pio IX tinha definido o dogma da Imaculada Conceição, a repercussão fora variada: boa parte dos fiéis católicos o recebeu com profunda piedade; para os céticos, porém, que já eram numerosos e influentes num mundo ocidental cada vez mais incrédulo diante das obras de Deus e cada vez mais embriagado com as promessas de felicidade material igualitária e de liberdade moral relativista, aquilo era uma afronta grosseira à razão.
O dogma da Imaculada Conceição, afinal, afirma que Maria foi concebida livre do pecado original, por especialíssima graça de Deus, o que significa um privilégio excelso que a mentalidade do igualitarismo revolucionário não podia tolerar. E mais: a concepção sem mácula evoca a nobreza da castidade, virtude cada vez mais ridicularizada e combatida pela cultura relativista e hedonista que anda sempre lado a lado com os igualitarismos panfletários. Além disso, a imagem da Virgem Imaculada recorda necessariamente a cabeça da serpente esmagada sob o seu calcanhar: uma clara afirmação do triunfo da graça sobre o demônio e sobre as suas obras mundanas, que incluem a corrupção dos costumes, a dissolução da família, o afastamento da fé, o materialismo e o suposto “racionalismo” laico. Como se não bastasse, tratava-se de um dogma, ou seja, uma declaração de fé a ser aceita e professada por todos os católicos, em plena era do “culto à ciência”. E, finalmente, quem proclamava o dogma era o papa, aquela controversa, pomposa e antiquada figura humana que se apresentava como nada menos que o Vigário de Cristo na terra.
Nesse contexto furiosamente hostil à religião, Bernadette virou alvo imediato de descrédito. Perseverante apesar do escárnio e da suspeita, a menina asmática da família mais pobre da cidade aprendeu a virtude da obediência naquela que o papa Pio XII chamaria de "Escola de Maria". Graças à sua submissão às orientações da “Senhora” que lhe aparecera, brotou no local das aparições uma fonte cujas águas realizariam incontáveis e documentados milagres de cura ao longo dos anos seguintes.
A “Senhora” pediu a Bernardette para conclamar os pecadores à penitência e à conversão, além de indicar o desejo de que um santuário fosse construído sobre o depósito de lixo em que as aparições ocorriam. A menina retransmitiu ao pároco o pedido da “Senhora”. O próprio pároco rejeitou inicialmente o que aquela pobre coitada lhe dissera, mas a baixa instrução da menina acabou servindo para confirmar a autenticidade daqueles eventos sobrenaturais e dos complexos conceitos envolvidos neles.
“Eu sou a Imaculada Conceição”, tinha dito a “Senhora”, de acordo com Bernadette. Como é que aquela pobre menina poderia saber que, quatro anos antes, tinha sido promulgado o dogma da Imaculada Conceição? A menina nem sequer sabia o que significava a palavra "conceição"!
As autoridades locais queriam impedir as multidões de visitarem a cena das aparições e tentaram forçar uma condenação por parte do bispo, que criou uma comissão de investigação. Quatro anos mais tarde, as aparições foram declaradas autênticas e, em 1876, a basílica sobre a gruta foi consagrada.
Graças às aparições em Lourdes, o dogma da Imaculada Conceição se tornou assunto de discussão comum e ajudou a espalhar uma compreensão da lógica divina ao preservar Maria da mancha do pecado.
Quanto a Bernadette, ela morreu num convento, escondida do mundo, vinte e um anos depois da última aparição de Maria. Seu corpo ficou incorrupto internamente, mas não sem defeitos exteriores; durante a terceira exumação, em 1925, revestimentos de cera foram colocados em seu rosto e em suas mãos, antes que o corpo fosse transferido para um relicário de cristal.
Para os católicos, os santos incorruptos ajudam a contemplar o quanto a iluminação divina consegue elevar um ser humano a um estado tal de santidade que as próprias células destinadas ao pó permanecem preservadas.
Para os incrédulos, tudo o que está envolvido com este dogma e com as manifestações da graça de Deus não passa de absurdo, ignorância, superstição, manipulação, mentira. Uma “mentira”, porém, cujos milagres eles nunca conseguem explicar.
Em 1858, entre os dias 11 de fevereiro e 16 de julho, Maria apareceu nada menos que dezoito vezes para uma menina de 14 anos chamada Bernadette Soubirous, declarando ser a Imaculada Conceição – um conceito de entendimento complicado para uma criança. A localidade era Lourdes, na França.
Quando Pio IX tinha definido o dogma da Imaculada Conceição, a repercussão fora variada: boa parte dos fiéis católicos o recebeu com profunda piedade; para os céticos, porém, que já eram numerosos e influentes num mundo ocidental cada vez mais incrédulo diante das obras de Deus e cada vez mais embriagado com as promessas de felicidade material igualitária e de liberdade moral relativista, aquilo era uma afronta grosseira à razão.
O dogma da Imaculada Conceição, afinal, afirma que Maria foi concebida livre do pecado original, por especialíssima graça de Deus, o que significa um privilégio excelso que a mentalidade do igualitarismo revolucionário não podia tolerar. E mais: a concepção sem mácula evoca a nobreza da castidade, virtude cada vez mais ridicularizada e combatida pela cultura relativista e hedonista que anda sempre lado a lado com os igualitarismos panfletários. Além disso, a imagem da Virgem Imaculada recorda necessariamente a cabeça da serpente esmagada sob o seu calcanhar: uma clara afirmação do triunfo da graça sobre o demônio e sobre as suas obras mundanas, que incluem a corrupção dos costumes, a dissolução da família, o afastamento da fé, o materialismo e o suposto “racionalismo” laico. Como se não bastasse, tratava-se de um dogma, ou seja, uma declaração de fé a ser aceita e professada por todos os católicos, em plena era do “culto à ciência”. E, finalmente, quem proclamava o dogma era o papa, aquela controversa, pomposa e antiquada figura humana que se apresentava como nada menos que o Vigário de Cristo na terra.
Nesse contexto furiosamente hostil à religião, Bernadette virou alvo imediato de descrédito. Perseverante apesar do escárnio e da suspeita, a menina asmática da família mais pobre da cidade aprendeu a virtude da obediência naquela que o papa Pio XII chamaria de "Escola de Maria". Graças à sua submissão às orientações da “Senhora” que lhe aparecera, brotou no local das aparições uma fonte cujas águas realizariam incontáveis e documentados milagres de cura ao longo dos anos seguintes.
A “Senhora” pediu a Bernardette para conclamar os pecadores à penitência e à conversão, além de indicar o desejo de que um santuário fosse construído sobre o depósito de lixo em que as aparições ocorriam. A menina retransmitiu ao pároco o pedido da “Senhora”. O próprio pároco rejeitou inicialmente o que aquela pobre coitada lhe dissera, mas a baixa instrução da menina acabou servindo para confirmar a autenticidade daqueles eventos sobrenaturais e dos complexos conceitos envolvidos neles.
“Eu sou a Imaculada Conceição”, tinha dito a “Senhora”, de acordo com Bernadette. Como é que aquela pobre menina poderia saber que, quatro anos antes, tinha sido promulgado o dogma da Imaculada Conceição? A menina nem sequer sabia o que significava a palavra "conceição"!
As autoridades locais queriam impedir as multidões de visitarem a cena das aparições e tentaram forçar uma condenação por parte do bispo, que criou uma comissão de investigação. Quatro anos mais tarde, as aparições foram declaradas autênticas e, em 1876, a basílica sobre a gruta foi consagrada.
Graças às aparições em Lourdes, o dogma da Imaculada Conceição se tornou assunto de discussão comum e ajudou a espalhar uma compreensão da lógica divina ao preservar Maria da mancha do pecado.
Quanto a Bernadette, ela morreu num convento, escondida do mundo, vinte e um anos depois da última aparição de Maria. Seu corpo ficou incorrupto internamente, mas não sem defeitos exteriores; durante a terceira exumação, em 1925, revestimentos de cera foram colocados em seu rosto e em suas mãos, antes que o corpo fosse transferido para um relicário de cristal.
Para os católicos, os santos incorruptos ajudam a contemplar o quanto a iluminação divina consegue elevar um ser humano a um estado tal de santidade que as próprias células destinadas ao pó permanecem preservadas.
Para os incrédulos, tudo o que está envolvido com este dogma e com as manifestações da graça de Deus não passa de absurdo, ignorância, superstição, manipulação, mentira. Uma “mentira”, porém, cujos milagres eles nunca conseguem explicar.
sources: Aleteia
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