A liturgia deste dia
convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na encarnação de Jesus…
Ele é a “Palavra” que Se fez pessoa e veio habitar no meio de nós, a fim de nos
oferecer a vida em plenitude e nos elevar à dignidade de “filhos de Deus”.
A primeira leitura
anuncia a chegada do Deus libertador. Ele é o rei que traz a paz e a salvação,
proporcionando ao seu Povo uma era de felicidade sem fim. O profeta convida,
pois, a substituir a tristeza pela alegria, o desalento pela esperança.
A segunda leitura
apresenta, em traços largos, o plano salvador de Deus. Insiste, sobretudo, que
esse projeto alcança o seu ponto mais alto com o envio de Jesus, a “Palavra” de
Deus que os homens devem escutar e acolher.
O Evangelho
desenvolve o tema esboçado na segunda leitura e apresenta a “Palavra” viva de
Deus, tornada pessoa em Jesus. Sugere que a missão do Filho/”Palavra” é
completar a criação primeira, eliminando tudo aquilo que se opõe à vida e
criando condições para que nasça o Homem Novo, o homem da vida em plenitude, o
homem que vive uma relação filial com Deus.
1ª leitura: Is. 52,7-10 - AMBIENTE
Entre 586 e 539 a.C.,
o povo de Deus experimenta a dura prova do Exílio na Babilônia. À frustração
pela derrota e pela humilhação nacional, juntam-se as saudades de Jerusalém e o
desespero por saber a cidade de Deus – orgulho de todo o israelita – reduzida a
cinzas. Ao povo exilado, parece que Deus os abandonou definitivamente e que
desistiu de Judá (alguns perguntam mesmo se Jahwéh será o Deus libertador –
como anunciava a teologia de Israel – ou será um “bluff”, incapaz de proteger o
seu Povo e de salvar Judá). Rodeado de inimigos, perdido numa terra estranha,
ameaçado na sua identidade, sem perspectivas de futuro, com a fé abalada, Judá
está desolado e abandonado e não vê saída para a sua triste situação. Quando,
já na fase final do Exílio, as vitórias de Ciro, rei dos Persas, anunciam o fim
da Babilônia, os exilados começam a ver uma pequenina luz ao fundo do túnel;
mas, então, a libertação aparece-lhes como o resultado da ação de um rei
estrangeiro e não como resultado da ação libertadora de Jahwéh… Ora, isso
agrava mais ainda a crise de confiança em Jahwéh por parte dos exilados.
É neste contexto que
aparece o testemunho profético do Deutero-Isaías. A sua mensagem (cf. Is.
40-55) é uma mensagem de consolação e de esperança (os capítulos que recolhem a
palavra do Deutero-Isaías são, precisamente, conhecidos como “livro da
Consolação”); diz que a libertação está próxima e é obra de Jahwéh.
O nosso texto está
integrado na segunda parte do “livro da Consolação” (cf. Is. 40-55).
Aí, o profeta (que na
primeira parte – Is. 40-48 – havia, sobretudo, anunciado a libertação do
cativeiro e um “novo êxodo” do Povo de Deus, rumo à Terra Prometida) fala da
reconstrução e da restauração de Jerusalém. O profeta garante que Deus não Se
esqueceu da sua cidade em ruínas e vai voltar a fazer dela uma cidade bela e
cheia de vida, como uma noiva em dia de casamento. É neste ambiente que podemos
situar a primeira leitura de hoje.
MENSAGEM
Para revitalizar a
esperança dos exilados, o profeta põe-nos a contemplar um quadro, fictício mas
sugestivo quanto ao significado: à Jerusalém desolada e em ruínas, chega um
mensageiro com uma “boa notícia”. Qual é essa “boa notícia” que o mensageiro
traz? Ele anuncia “a paz” (“shalom”: paz, bem-estar, harmonia, felicidade),
proclama a “salvação” e promete o “reinado de Deus”. A questão é, portanto,
esta: Deus assume-se como “rei” de Judá… Ele não reinará à maneira desses reis
que conduziram o Povo por caminhos de egoísmo e de morte, de desgraça em
desgraça até à catástrofe final do Exílio; mas Jahwéh exercerá a realeza de
forma a proporcionar a “salvação” ao seu Povo – isto é, inaugurando uma era de
paz, de bem-estar, de felicidade sem fim.
Num desenvolvimento
muito bonito, o profeta/poeta põe as sentinelas da cidade (alertadas pelo
anúncio do “mensageiro”) a olhar na direção em que deve chegar o Senhor. De
repente, soa o grito das sentinelas… Não é, no entanto, um grito de alarme, mas
de alegria contagiante: elas vêem o próprio Jahwéh regressar ao encontro da sua
cidade. Com Deus, Jerusalém voltará a ser uma cidade bela e harmoniosa, cheia
de alegria e de festa. O profeta/poeta convida as próprias pedras da cidade em
ruínas a cantar em coro, porque a libertação chegou. E a salvação que Deus
oferece à sua cidade e ao seu Povo será testemunhada por toda a terra, como se
o mundo estivesse de olhos postos na ação vitoriosa de Deus em favor de Judá.
ATUALIZAÇÃO
A alegria pela
libertação do cativeiro da Babilônia e pela “salvação” que Deus oferece ao seu
Povo anuncia essa outra libertação, plena e total, que Deus vai oferecer ao seu
Povo através de Jesus. É isso que celebramos hoje: o nascimento de Jesus
significa que a opressão terminou, que chegou a paz definitiva, que o “reinado
de Deus” alcançou a nossa história. Para que essa “boa notícia” se cumpra é, no
entanto, preciso acolher Jesus e aderir ao “Reino” que Ele veio propor.
A alegria contagiante
das sentinelas e os brados de contentamento das próprias pedras da cidade
convidam-nos a acolher com alegria e em festa o Deus que veio libertar-nos… Se
temos consciência da opressão que, dia a dia, nos rouba a vida e nos impede de
ser livres e felizes, certamente sentiremos um grande contentamento ao deparar
com essa proposta de liberdade que Jesus veio trazer. É essa alegria que nos
anima, neste dia em que celebramos a chegada libertadora de Jesus?
As sentinelas atentas
que, nas montanhas em redor de Jerusalém, identificam a chegada do Deus
libertador são um modelo para nós: convidam-nos a ler, atentamente, os sinais
da presença libertadora de Deus no mundo e a anunciar a todos os homens que
Deus aí está, para reinar sobre nós e para nos dar a salvação e a paz. Somos
sentinelas atentas que descobrem os sinais do Senhor nos caminhos da história e
anunciam o seu “reinado”, ou somos sentinelas negligentes
que não vigiam nem
alertam e que fazem com que o Deus libertador seja acolhido com indiferença
pelo povo da “cidade”?
2ª leitura: Hb. 1,1-6 - AMBIENTE
A carta aos Hebreus é
um escrito de autor anônimo e cujos destinatários, em concreto, desconhecemos
(o título “aos hebreus” provém das múltiplas referências ao Antigo Testamento e
ao ritual dos “sacrifícios” que a obra apresenta). É possível que se dirija a
uma comunidade cristã constituída majoritariamente por cristãos vindos do
judaísmo; mas nem isso é totalmente seguro, uma vez que o Antigo Testamento era
um patrimônio comum, assumido por todos os cristãos – quer os vindos do
judaísmo, quer os vindos do paganismo. Trata-se, em qualquer caso, de cristãos
em situação difícil, expostos a perseguições e que vivem num ambiente hostil à
fé… São, também, cristãos que facilmente se deixam vencer pelo desalento, que
perderam o fervor inicial e que cedem às seduções de doutrinas não muito
coerentes com a fé recebida dos apóstolos… O objetivo do autor é estimular a
vivência do compromisso cristão e levar os crentes a crescer na fé. Para isso,
expõe o mistério de Cristo (apresentado, sobretudo, como “o sacerdote” da Nova
Aliança) e recorda a fé tradicional da Igreja.
O texto que nos é
hoje proposto pertence ao prólogo do sermão. Nesse prólogo, o pregador
apresenta a visão global e as coordenadas fundamentais que ele vai, depois,
desenvolver ao longo da obra.
MENSAGEM
Temos aqui esboçadas,
em traços largos, as coordenadas fundamentais da história da salvação. Deus é o
protagonista dessa história…
O texto alude ao
projeto salvador de Deus. Esse projeto manifestou-se, numa primeira fase,
através dos porta-vozes de Deus – os profetas; eles transmitiram aos homens a
proposta salvadora e libertadora de Deus.
Veio, depois, uma
segunda etapa da história da salvação: “nestes dias que são os últimos”, Deus
manifestou-se através do próprio “Filho” – Jesus Cristo, o “menino de Belém”, a
Palavra plena, definitiva, perfeita, através da qual Deus vem ao nosso encontro
para nos “dizer” o caminho da salvação e da vida nova. O nosso texto reflete
então – sem contudo desenvolver uma lógica muito ordenada – sobre a relação de
Jesus com o Pai, com os homens e com os anjos (o que nos situa no ambiente de
uma comunidade que dava importância excessiva ao culto dos “anjos” e que lhes
concedia um papel preponderante na salvação do homem).
Como é que se define
a relação de Jesus com o Pai? Para o autor da carta aos Hebreus, Jesus, o
“Filho”, identifica-Se plenamente com o Pai. Ele é o esplendor da glória do Pai,
a imagem do ser do Pai, a reprodução exata e perfeita da substância do Pai:
desta forma, o autor da carta afirma que Jesus procede do Pai e é igual ao Pai.
N’Ele manifesta-se o
Pai; quem olha para Ele, encontra o Pai.
Definida a relação de
Jesus com Deus, o autor reflete sobre a relação de Jesus com o mundo… O Filho
está na origem do universo (e, portanto, também do homem); por isso, Ele tem um
senhorio pleno sobre toda a criação. Essa soberania expressa-se, inclusive, na
encarnação e redenção: Ele veio ao encontro do homem e purificou-o do pecado:
dessa forma, Ele completou a obra começada pela Palavra criadora, no início.
É como “o Senhor” –
que possui soberania sobre os homens e sobre o mundo, que cria e que salva –
que os homens o devem ver e acolher.
A igualdade
fundamental do “Filho” com o Pai fá-lo muito superior aos anjos: os anjos não
são “filhos”; mas Jesus é “o Filho” e o próprio Deus proclamou essa relação de
filiação plena, real, perfeita. Não são os anjos que salvam, mas sim “o Filho”.
Sendo a Palavra
última e definitiva de Deus, Ele deve ser escutado pelos homens como o caminho
mais seguro para chegar a essa vida nova que o Pai nos quer propor.
É tendo consciência
desse fato que devemos acolher o “menino de Belém”.
ATUALIZAÇÃO
Celebrar o nascimento
de Jesus é, em primeiro lugar, contemplar o amor de um Deus que nunca abandonou
os homens à sua sorte; por isso, rompeu as distâncias, encontrou forma de
dialogar com o homem e enviou o próprio Filho para conduzir o homem ao encontro
da vida definitiva, da salvação plena. No dia de Natal, nunca será demais
insistir nisto: o Deus em quem acreditamos é o Deus do amor e da relação, que
continua a nascer no mundo, a apostar nos homens, a querer dialogar com eles, e
que não desiste de propor aos homens – apesar da indiferença com que as suas
propostas são, às vezes, acolhidas – um caminho para chegar à felicidade plena.
Jesus Cristo é a
Palavra viva e definitiva de Deus, que revela aos homens o verdadeiro caminho
para chegar à salvação. Celebrar o seu nascimento é acolher essa Palavra viva
de Deus… “Escutar” essa Palavra é acolher o projeto que Jesus veio apresentar e
fazer dele a nossa referência, o critério fundamental que orienta as nossas
atitudes e as nossas opções. A Palavra viva de Deus (Jesus) é, de fato, a nossa
referência? O que Ele diz orienta e condiciona as minhas atitudes, os meus
valores, as minhas tomadas de posição? Os valores do Evangelho são os meus
valores? Vejo no Evangelho de Jesus a Palavra viva de Deus, a Palavra plena e
definitiva através da qual Deus me diz como chegar à salvação, à vida
definitiva?
Evangelho: Jo 1,1-18 - AMBIENTE
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito.
4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
10A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram.
12Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
14E
a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua
glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e
de verdade. 15Dele, João dá testemunho, clamando: “Este
é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha
frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. Palavra da Salvação.Glória a vós, Senhor.
A Igreja primitiva
recorreu, com frequência, a hinos para celebrar, expressar e anunciar a sua fé.
O prólogo ao Evangelho segundo João (que hoje nos é proposto) é um desses
hinos.
Não é certo se este
hino foi composto por João, ou se o autor do quarto Evangelho usou um primitivo
hino cristão conhecido da comunidade joânica, adaptando-o de forma a que ele
servisse de prólogo à sua obra. O que é certo é que o hino cristológico que
chegou até nós expressa, em forma de confissão, a fé da comunidade joânica em
Cristo enquanto Palavra viva de Deus, a sua origem eterna, a sua procedência
divina, a sua influência no mundo e na história, possibilitando aos homens que
O acolhem e escutam tornar-se “filhos de Deus”. Essas grandes linhas,
enunciadas neste prólogo, vão depois ser desenvolvidas pelo evangelista ao
longo da sua obra.
MENSAGEM
O prólogo ao quarto
Evangelho começa com a expressão “no princípio”: dessa forma, João enlaça o seu
Evangelho com o relato da criação (cf. Gn. 1,1), oferecendo-nos assim, desde
logo, uma chave de interpretação para o seu escrito… Aquilo que ele vai narrar
sobre Jesus está em relação com a obra criadora de Deus: em Jesus vai acontecer
a definitiva intervenção criadora de Deus no sentido de dar vida ao homem e ao
mundo… A atividade de Jesus, enviado do Pai, consiste em fazer nascer um homem
novo; a sua ação coroa a obra criadora iniciada por Deus “no princípio”.
João apresenta, logo
a seguir, a “Palavra” (“Lógos”). A “Palavra” é – de acordo com o autor do
quarto Evangelho – uma realidade anterior ao céu e à terra, implicada já na
primeira criação. Esta “Palavra” apresenta-se com as características que o
“livro dos Provérbios” atribuía à “sabedoria”: pré-existência (cf. Prov.
8,22-24) e colaboração com Deus na obra da criação (cf. Prov. 8,24-30). No
entanto, essa “Palavra” não só estava junto de Deus e colaborava com Deus, mas
“era Deus”. Identifica-se totalmente com Deus, com o ser de Deus, com a obra
criadora de Deus. É como que o projeto íntimo de Deus, que se expressa e se
comunica como “Palavra”. Deus faz-Se inteligível através da “Palavra”. Essa
“Palavra” é geradora de vida para o homem e para o mundo, concretizando o
projeto de Deus.
Essa “Palavra” veio
ao encontro dos homens e fez-se “carne” (pessoa). João identifica claramente a
“Palavra” com Jesus, o “Filho único cheio de amor e de verdade”, que veio ao
encontro do homem. Nessa pessoa (Jesus), podemos contemplar o projeto ideal de
homem, o homem que nos é proposto como modelo, a meta final da criação de Deus.
Essa “Palavra”
“montou a sua tenda no meio de nós”. O verbo “skênéô” (“montar a tenda”) aqui utilizado
alude à “tenda do encontro” que, na caminhada pelo deserto, os israelitas
montavam no meio ou ao lado do acampamento e que era o local onde Deus residia
no meio do seu Povo (cf. Ex. 27,21; 28,43; 29,4…). Agora, a “tenda de Deus”, o
local onde Ele habita no meio dos homens, é o Homem/Jesus. Quem quiser
encontrar Deus e receber d’Ele vida em plenitude (“salvação”), é para Jesus que
se tem de voltar.
A função dessa
“Palavra” está ligada ao binômio “vida/luz”: comunicar ao homem a vida em
plenitude; ou, por outras palavras, trata-se de acender a luz que ilumina o
caminho do homem, possibilitando-lhe encontrar a vida verdadeira, a vida plena.
Jesus Cristo vai, no
entanto, deparar-se com a oposição à “vida/luz” que Ele traz. Ao longo do
Evangelho, João irá contando essa história do confronto da “vida/luz” com o
sistema injusto e opressor que pretende manter os homens prisioneiros do
egoísmo e do pecado (e que João identifica com a Lei. Os dirigentes judeus que
enfrentam Jesus e o condenam à morte são o rosto visível dessa Lei). Recusar a
“vida/luz” significa preferir continuar a caminhar nas trevas (que se
identificam com a mentira, a escravidão, a opressão), independentemente de
Deus; significa recusar chegar a ser homem pleno, livre, criação acabada e elevada
à sua máxima potencialidade.
Mas o acolhimento da
“Palavra” implica a participação na vida de Deus. João diz mesmo que acolher a
“Palavra” significa tornar-se “filho de Deus”. Começa, para quem acolhe a
“Palavra”/Jesus, uma nova relação entre o homem e Deus, aqui expressa em termos
de filiação: Deus dá vida em plenitude ao homem, oferecendo-lhe, assim, uma
qualidade de vida que potencia o seu ser e lhe permite crescer até à dimensão
do homem novo, do homem acabado e perfeito. Isto é uma “nova criação”, um novo
nascimento, que não provém da carne e do sangue, mas sim de Deus.
A encarnação de Jesus
significa, portanto, que Deus oferece à humanidade a vida em plenitude. Sempre
existiu no homem o anseio da vida plena, conforme o projeto original de Deus; mas,
na prática, esse anseio fica, muitas vezes, frustrado pelo domínio que o
egoísmo, a injustiça, a mentira (o pecado) exercem sobre o homem.
Toda a obra de Jesus
consistirá em capacitar o homem para a vida nova, para a vida plena, a fim de
que Ele possa realizar em si mesmo o projeto de Deus: a semelhança com o Pai.
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