1a Leitura - 1 Samuel 1,24-28
Leitura do primeiro livro de Samuel.
Naqueles dias, 1 24 após tê-lo desmamado, Ana tomou-o consigo, e levando também três touros, um efá de farinha e um odre de vinho, conduziu-o à casa do Senhor em Silo. O menino era ainda muito criança.
25 Imolaram o touro e conduziram o menino a Heli.
26 Ana disse-lhe: "Ouve, meu Senhor, por tua vida, eu sou aquela mulher que esteve aqui em tua presença orando ao Senhor.
27 Eis aqui o menino por quem orei; o Senhor ouviu o meu pedido.
28 Portanto, eu também o dou ao Senhor: ele será consagrado ao Senhor para todos os dias de sua vida". E prostraram-se naquele lugar diante do Senhor.
Palavra do Senhor.
Salmo - 1Sm 2
Meu coração exultou no meu Senhor salvador.
Exulta no Senhor meu coração,
e se eleva a minha fronte no meu Deus.
Minha boca desafia os meus rivais
porque me alegro com a vossa salvação.
O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado,
mas os pobres e os famintos se fartaram.
Muitas vezes deu à luz a que era estéril,
mas a mãe de muitos filhos definhou.
É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz descer à sepultura e faz voltar;
é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico,
é o Senhor quem nos humilha e nos exalta.
O Senhor ergue do pó o homem fraco,
e do lixo ele retira o indigente,
para fazê-los assentar-se com os nobres
num lugar de muita honra e distinção.
Leitura do primeiro livro de Samuel.
Naqueles dias, 1 24 após tê-lo desmamado, Ana tomou-o consigo, e levando também três touros, um efá de farinha e um odre de vinho, conduziu-o à casa do Senhor em Silo. O menino era ainda muito criança.
25 Imolaram o touro e conduziram o menino a Heli.
26 Ana disse-lhe: "Ouve, meu Senhor, por tua vida, eu sou aquela mulher que esteve aqui em tua presença orando ao Senhor.
27 Eis aqui o menino por quem orei; o Senhor ouviu o meu pedido.
28 Portanto, eu também o dou ao Senhor: ele será consagrado ao Senhor para todos os dias de sua vida". E prostraram-se naquele lugar diante do Senhor.
Palavra do Senhor.
Salmo - 1Sm 2
Meu coração exultou no meu Senhor salvador.
Exulta no Senhor meu coração,
e se eleva a minha fronte no meu Deus.
Minha boca desafia os meus rivais
porque me alegro com a vossa salvação.
O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado,
mas os pobres e os famintos se fartaram.
Muitas vezes deu à luz a que era estéril,
mas a mãe de muitos filhos definhou.
É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz descer à sepultura e faz voltar;
é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico,
é o Senhor quem nos humilha e nos exalta.
O Senhor ergue do pó o homem fraco,
e do lixo ele retira o indigente,
para fazê-los assentar-se com os nobres
num lugar de muita honra e distinção.
Evangelho - Lucas 1,46-56
Aleluia, aleluia, aleluia. Ó rei e Senhor das nações e pedra angular da Igreja, vinde salvar a mulher e o homem, que, um dia, formastes do barro.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naqueles dias, 1 46 Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor,
47 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
48 porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
49 porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
50 Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
51 Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
52 Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
53 Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
54 Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
55 conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre".
56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa.
Palavra da Salvação.
Reflexão
o Magnificat é uma das
mais belas orações do Novo Testamento, com várias reminiscências do Antigo
Testamento (cf. 1 Sam 2, 1-18; SI 110, 9; 102, 17; 88, 11;
106, 9; Is 41, 8-9). É
o cântico dos pobres, dos simples e humildes, sempre prontos a acolher e a
admirar-se com as iniciativas de Deus ..
É significativo que
este cântico tenha sido posto nos lábios de Maria, a criatura mais digna do
louvor a Deus, que nasce no culminar da história da salvação, e que é imagem da
Igreja, sempre guiada por Deus, que usa de amor e de misericórdia para com
todos, especialmente para com os pobres e pequenos.
O texto divide-se em
duas partes: Maria dá glória a Deus pelas maravilhas realizadas na sua humilde
vida, tornando-a colaboradora da salvação realizada por Cristo, seu Filho (vv.
46-49). Depois, exalta a misericórdia de Deus pelos critérios extraordinários e
impensáveis com que confunde as situações humanas, expressas por seis verbos:
«Manifestou, dispersou, derrubou, exaltou, despediu, acolheuD », que reflectem
o modo de agir forte e paterno de Deus em favor dos últimos e dos carenciados
(vv. 50-53). Finalmente, recorda o cumprimento fiel das promessas de Deus,
feitas aos Pais e mantidas em relação a Israel (vv. 54-55). Deus realiza sempre
grandes coisas na história dos homens, mas apenas se serve daqueles que se
fazem pequenos e querem servi-lo com fidelidade, no escondimento e no silêncio
adorante.
Meditatio
As leituras de hoje
falam-nos da acção de graças de duas mães: Ana e Maria.
Ana agradece com três
novilhos, uma medida de farinha, um odre de vinho e, sobretudo, com o dom do
próprio filho, a graça da maternidade. Samuel, devolvido ao Senhor, torna-se um
laço vivo entre Ana e Deus.
Maria também dá graças
ao Senhor, com grande efusão de alma: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu
espírito se alegra em Deus, meu Seivedor», Jesus ainda não tinha nascido. Mas a
Virgem já dava graças por Ele e O oferecia a Deus¬Pai, porque tinha dado início
à obra da salvação, santificando João Baptista no seio de sua mãe.
Ana e Maria, cheias de
alegria, agradecem o dom da vida que está nelas, sinal da bondade de Deus. Ao
mesmo tempo, com simplicidade e pureza de coração, entregam-se ao Senhor porque
«a sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem»
(v. 50).
É bom que também nós
nos demos conta de que a pobreza e a simplicidade de coração são condições
essenciais para agradar a Deus e ser cheios da sua riqueza. Os frutos das obras
de Deus desenvolvem-se no silêncio e na calma, não na agitação ou na violência.
Deus actua com discrição e no segredo. Não se podem forçar os tempos do
Espírito.
Como Maria, somos
convidados, na proximidade do Natal, a partilhar esta delicadeza do Senhor,
confiando todos os nossos projectos e a nossa vida Àquele que nos amou por primeiro
e quer o nosso bem. Ofereçamos-lhe o nosso louvor, porque Ele «escolheu o que
era louco aos olhos do mundo para confundir os sábios, escolheu aquilo que no
mundo era fraco para confundir os fortesDpara que ninguém possa gloriar-se
diante de Deus» (1 Cor 1, 27-29).
O louvor e a acção de
graças, como as outras dimensões da oração, nascem do silêncio que possibilita
a escuta do Senhor que fala, e que possibilita dar-nos contas das maravilhas
que faz em nós e à nossa volta. O barulho e a agitação dispersam, distraem. Um
salmista rezava: "Ponde, Senhor, vigilância à minha boca, guardai a porta
dos meus lábios" (SI 141(140),3). O tempo de Natal implica sempre alguma
agitação. É natural, mas há que ter o cuidado de não perdermos o essencial.
As nossas Constituições
lembram: "Como Jesus gostava de se entreter com o Pai, também nós
reservaremos momentos de silêncio e de solidão para nos deixarmos renovar na
intimidade com Cristo e nos unirmos ao seu amor pelos homens".
Muitas pessoas do
nosso tempo, também religiosos, perderam o sentido do silêncio; parece terem
medo dele. Desperdiçaram um grande valor, um dom importante, e correm o risco
de perder a si mesmos. Pelo silêncio, entramos na profundidade de nós mesmos,
conhecemos as nossas verdadeiras exigências, aceitamo-Ias e, com a ajuda do
Espírito, realizamo-Ias.
Demasiadas pessoas
andam imersas em tagarelices, rumores, músicas, imagens; estão sem defesas, sem
refúgio interior; an
dam fora de si, alienados. Por isso, não se reconhecem, nem reconhecem o que Deus faz e quer fazer nelas. Por isso, não cantam os louvores de Deus! Nem vistam os que precisam, porque não ouvem os seus gritos!
dam fora de si, alienados. Por isso, não se reconhecem, nem reconhecem o que Deus faz e quer fazer nelas. Por isso, não cantam os louvores de Deus! Nem vistam os que precisam, porque não ouvem os seus gritos!
Oratio
Senhor, nosso Deus,
que pusestes nos lábios de Ana e de Maria a oração de louvor e de acção de
graças, e que fizestes germinar nos seus corações a alegria, fruto da tua
visita amorosa e paterna, dá-nos a graça de, também nós, descobrirmos e
praticarmos na oração as atitudes de louvor e de reconhecimento pelas
maravilhas que gratuitamente fizeste e continuas a fazer em nós e à nossa
volta, na Igreja e no mundo.
Queres que vivamos na
alegria, pela experiência do teu amor de Pai misericordioso e fiel. Ajuda-nos a
dispormos, pelo silêncio e pela solidão, para acolhermos essa experiência, a
única capaz de transformar a nossa vida, de nos pôr generosamente ao serviço do
teu projecto de salvação, ao serviço de quem precisa de nós, de escrevermos o
nosso próprio Magnificat. Na oração de louvor e de acção de graças,
dar-nos-emos conta de que as riquezas que nos confias são mais importantes e
mais numerosas do que as nossas carências, e que os dons que pões nas nossas
mãos, e nas dos nossos irmãos, são sinal de cuidas de nós com amor de Pai.
Amen.
Contemplatio
Jesus e Maria rezavam
sempre no fundo do seu coração. Jesus no-lo diz: «É preciso rezar sempre e sem
cesser» (Lc 18, 1).
Alguns versículos do
Evangelho traem a oração íntimactle Maria.
Quando o arcanjo
Gabriel desce a Nazaré, Maria revela-nos a sua alma: «Ecce ancilla Domini, fiat
mihi secundum verbum tuum: sou a serva do Senhor, que me seja feito segundo a
vossa palavra!».
Eis, portanto, a
disposição habitual de Maria na sua oração, é a humildade e o abandono: o que
Deus quer, e é tudo. É a suprema santidade.
O Magnificat diz-nos
mais amplamente os sentimentos da oração de Maria. É um cântico lírico à glória
de Deus. É o louvor, o reconhecimento, a humildade. Nada de preocupação
pessoal; Deus é bom, isso lhe basta, rejeita os orgulhosos e abençoa os humildes.
Repara também, protesta contra os soberbos e os avarentos. O amor puro e acção
de graças são a nota dominante: «A minha alma glorifica o Senhor!» (Pe. Dehon,
OSP 3, p. 177s.).
Actio
Repete frequentemente
e vive hoje a palavra: «A minha alma glorifica o Senhor!» (Lc 1,46)
Dehonianos
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