Diante da ansiedade na busca por respostas para entender o porquê de um servo entrar em um processo de declínio, uma somente pode ser encontrada, pois único motivo pelo qual qualquer pessoa se afasta e pode enfraquecer sua fé, é o pecado. É ele o dominador, o agente opressor, a força da divisão presente na vida dos filhos de Deus. É o caçador implacável, incansável tentador, conquistador destemido das almas tíbias , enfraquecidas pela falta de vigilância na oração.
O pecado é a transgressão da lei (1Jo 3,4). Rebelião contrária aos princípios divinos, que tem sua origem fundamentada no egoísmo. Foi o que aconteceu no Jardim. Acreditando que seria como Deus, o primeiro homem deixou-se levar pela mentira do diabo e conheceu a queda, o afastamento e todas as consequências geradas pelo pecado.
A queda é sempre terrível. Com ela, vem a perca do interesse pelas coisas de Deus, o abandono dispensado não somente pelos “santos”, bem como, pelo próprio sentimento em relação a Deus, além das incertezas, todos como consequências inevitáveis.
Uma escolha errada, um ato egocêntrico, e o homem conhece a dor, o medo, o desprezo, o sofrimento... a morte.
“Ai do ímpio, para ele o mal; porque ele será tratado segundo as suas obras.”(Is3,11).(Trd. Ave Maria).
È a certeza.
Para mostrar de forma gradativa o processo inicial da queda, usarei como ilustração, o fato ocorrido com o rei Davi, um homem escolhido segundo o coração de Deus, mas que não conseguiu permanecer de pé.
Com o filho de Jessé, aprendemos a ver como se dar o ato de rebelar-se contra os princípios divinos.
Assim como com Davi, quando já não há dedicação ao que foi confiado por Deus, é dado o primeiro passo para a descida. E aquele fervoroso guerreiro, incansável conquistador, já não sai mais para a luta, já não estava mais a frente das batalhas, e por isso entra em um processo sucessivo de ócio.
Quando já não há intensidade na oração, se já não existe vigilância, acontece o segundo passo, o homem passa a alimentar-se de pensamentos errados(2Sm11,2), e com eles, o início do desrespeito as advertências existentes sobre o pecado (Davi era conhecedor da palavra e a ignorou, sabia que era casado e sabia que bate-seba também era), então, abre-se canais que facilitam a entrada e prática pecaminosa.
É o ato.
Por mais inteligente e conhecedor das muitas ciências aprendidas em bancos escolares , da prática intensa da leitura bíblica e de todo acervo cultural religioso, para o homem se faltar a leitura e a meditação, se faltar ainda, a vivência desse aprendizado e a baixa intensidade na oração, o homem irá imperceptivelmente se distanciando espiritualmente da verdade. Com isso, perde a sensatez para discorrer sobre qualquer assunto referente a esta verdade. Dessa forma é coerente o afastamento imediato do serviço, pois sua permanência, poderá levar outros a se escandalizarem. (2Tm 2,15-18).
Infelizmente ainda existem aqueles que vivem submetidos a uma pseudo piedade, e insiste em acreditar que Deus está alheio às suas práticas e que ignora seus atos contraditórios à sua vontade. Insiste em acreditar, que sua misericórdia emcobre seus pecados quando há a insensatez de permanecer praticando-os.
O pecado em fase inicial, é possível ocultar das pessoas e até do próprio coração, mas nunca, jamais de Deus. “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4,13).
É sempre muito difícil buscar uma compreensão das diversas situações que sobrevêm ao homem. Mas, mais difícil ainda, é compreender a si mesmo diante de um mar tempestuoso. E a busca dessa compreensão pode lavá-lo a questionar sua própria existência. Sei que não somos produto do acaso e que nascemos com um propósito. Não detenho conhecimento em humanas, mas sei o suficiente para entender que não sou o resultado das múltiplas causalidades que determinam meu “psíquico”. Não posso aceitar que seja um experimento para nenhuma ciência. Mas compreendo-me como sendo obra de uma força superior. Uma criatura, produto das mãos do Criador.
Mas, uma vez que se encontre afastado dos ensinamentos do Senhor, passa a existir uma uma força que produz o enfraquecimento mental, levando a questionar até verdades antes lidas e creditadas como verdades absolutas. Está entre os paredões do vale tenebroso, é ser levado a questionar-se sobre essas verdades, uma delas é a doutrina da predestinação. Foi assim comigo. Quando já tive a certeza da sua não existência, voltei-me com pensamento duvidoso e o questionamento sobre a mesma. Talvez um impulso para acreditar que tudo está consumado e que não tem mais jeito, pois não importa o que se faça, se existir a predestinação, tudo será vã.
É o momento mais delicado da queda. Quando se esboça qualquer reação para um retorno, o índice das tentações e dos pecados cometidos, se inssurge contra você. Eles aparecem e te dizem: não há mais como voltar. está escrito. A predestinação nunca poderá ser alterada. então o homem inicia seu processo de multiplicação dos pecados e com certeza , a viver sob um regime escravocrata. Torna-se insensível, já não sente mais o remorso que poderia sentir, a tristeza que poderia ser visível. E um após o outro, vão se somando e com eles, convites para levar outros na mesma prática delituosa perante às leis divinas e até humanas.
CONTINUA...
por
Wellington Dantas
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