Nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável (Is 9,5).
As promessas de Deus se cumprem: sua salvação chegou até nós na pessoa do menino Jesus. Celebremos o Esplendor da glória do Pai, a Luz que ilumina os caminhos da humanidade, a Palavra que se fez carne e habitou entre nós.
Leitura do livro do profeta Isaías – 7Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: “Reina teu Deus!” 8Ouve-se a voz de teus vigias, eles levantam a voz, estão exultantes de alegria, sabem que verão com os próprios olhos o Senhor voltar a Sião. 9Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo, ó ruínas de Jerusalém; o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém. 10O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus. – Palavra do Senhor.
Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus.
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios! / Sua mão e o seu braço forte e santo / alcançaram-lhe a vitória. – R.
2. O Senhor fez conhecer a salvação, / e às nações, sua justiça; / recordou o seu amor sempre fiel / pela casa de Israel. – R.
3. Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / alegrai-vos e exultai! – R.
4. Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa / e da cítara suave! / Aclamai, com os clarins e as trombetas, / ao Senhor, o nosso rei! – R.
Leitura da carta aos Hebreus – 1Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus outrora aos nossos pais pelos profetas; 2nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo. 3Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas. 4Ele foi colocado tanto acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o nome deles. 5De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”? Ou ainda: “Eu serei para ele um Pai, e ele será para mim um filho”? 6Mas, quando faz entrar o Primogênito no mundo, Deus diz: “Todos os anjos devem adorá-lo!” – Palavra do Senhor.
[A forma breve está entre colchetes.]
Aleluia, aleluia, aleluia.
Despontou o santo dia para nós: / ó nações, vinde adorar o Senhor Deus, / porque hoje grande luz brilhou na terra! – R.
Proclamação do santo Evangelho segundo João – [1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.] 6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que [era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela -, mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade.] 15Dele João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude, todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. – Palavra da salvação.
RReflexão
A alegria do Natal é a resposta de Deus à tristeza do homem. Cumprindo as promessa feitas à Abraão e à sua descendência (cf. Lc 1, 55), Ele visita hoje o povo que, segundo o Seu beneplácito, escolheu para Si; fá-lo, porém, para além de tudo quanto o coração humano possa esperar: cheio de bondade e ternura, o Pai de misericórdias (cf. 2Cor 1, 3) envia-nos numa carne (cf. 1Jo 4, 2) em tudo semelhante à nossa, menos no pecado (cf. Hb 4, 15), o Seu "Filho bem-amado" (Mc 1, 11). Deus hoje Se encarna, faz-Se presente aos que por tanto tempo fugiram à Sua presença. Escondido na humildade de um recém-nascido, Jesus Cristo assume hoje todas as perfeições e delicadezas por que quis ser prefigurado e anunciado aos nossos pais na fé: a inocência de um Abel, a pureza de um José, a mansidão de um Moisés—tudo isto se encarna hoje, sob a doçura frágil de um menino, n'Aquele que Se faz carne por amor ao homem. É o mesmo Senhor que, permanecendo o que era e assumindo o que não era, faz tremer a humanidade diante do mistério de Sua presença e da presença deste tão grande Mistério.
A alegria do Natal é, pois, a resposta de um Amor que, vendo a solidão e o sofrimento humanos, quis sofrer conosco, quis vir a este desterro para tirar-nos a nós, degredados da glória celeste, da nossa solidão terrena. Assumindo a nossa natureza, Ele nos chama a participar da Sua; padecendo as nossas dores, Ele nos convida a gozar as Suas alegrias. O Filho de Homem, contudo, não tem hoje onde reclinar a cabeça (cf. Mt 8, 20): Ele nos deu tudo o que temos e Se priva agora de tudo o que, por direito, poderia ter. Ele, que é muito mais do que sequer podemos conceber, faz-Se servo dos que deseja chamar amigos. Deus é, de hoje em diante, Deus conosco, o Emanuel há tanto esperado! Porque só Ele poderia vir, só Ele poderia transpor o abismo que existe entre a nossa indigência e solidão e a plenitude de amor e comunhão de que goza a Trindade Santa pelos séculos sem fim.
Que este Natal seja de profunda e sentida gratidão pela forma maravilhosa por que o Pai quis salvar-nos, reconciliando-nos Consigo, e dar-nos a conhecer o Seu amor por nós, vivido até o extremo da Cruz por Aquele que não nos desprezou, não teve nojo de nós—antes, preferiu ser Ele mesmo desprezado e rejeitado pelos que eram Seus (cf. Jo 1, 11), para que todo o que n'Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (cf. Jo 3, 18). Demos graças ao Senhor pela única e verdadeira boa notícia que nos foi anunciada: hoje nasceu para nós um Salvador, que é o Cristo Senhor! Não estamos mais a sós! Glória e honra a Ele por todos os séculos dos séculos. Amém.
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