sábado, 28 de outubro de 2023

Festa de São Simão e São Judas, Apóstolos - Se Cristo rezou, por que nós não rezamos?

 


No seu amor inabalável, o Senhor escolheu como apóstolos Simão e Judas e lhes deu uma glória eterna.

Simão, o “Cananeu” ou “Zelota”, e Judas Tadeu foram chamados diretamente por Jesus. Seus nomes encontram-se em todas as listas dos apóstolos. Judas tornou-se popular e é cultuado como o padroeiro das causas desesperadas. O exemplo desses fiéis seguidores de Cristo nos estimule a manter a unidade na Igreja e nas famílias.

Primeira Leitura: Efésios 2,19-22

Leitura da carta de São Paulo aos Efésios – Irmãos, 19já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. 20Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. 21É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor. 22E vós também sois integrados nessa construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 18(19A)

Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.

1. Os céus proclamam a glória do Senhor, / e o firmamento, a obra de suas mãos; / o dia ao dia transmite essa mensagem, / a noite à noite publica essa notícia. – R.

2. Não são discursos nem frases ou palavras, / nem são vozes que possam ser ouvidas; / seu som ressoa e se espalha em toda a terra, / chega aos confins do universo a sua voz. – R.

Evangelho: Lucas 6,12-19

Aleluia, aleluia, aleluia.

A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; / vos louva, ó Senhor, o coro dos apóstolos! – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 12Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor. 17Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18Vieram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele e curava a todos. – Palavra da salvação.

Reflexão
Hoje, o evangelista S. Lucas nos narra, com sua peculiar precisão de historiador, a eleição dos doze Apóstolos: foi após uma noite inteira de oração que Jesus escolheu os que, desde a fundação do mundo, já haviam sido eleitos como testemunhas oculares da Ressurreição, fundamentos do novo Israel e anunciadores da Boa-Nova. Um detalhe chamativo deste relato de Lucas é precisamente o fato de Cristo ser-nos apresentado em oração: era Ele Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; e, no entanto, quis como nós ter a experiência da oração. Enquanto Verbo divino, é claro, o Senhor não precisava orar: a sua vontade era una com a do Pai, cujo rosto Ele via sempre; a sua inteligência era iluminada, além disso, pela ciência que o próprio Deus tem de si mesmo: nele, portanto, não havia lugar para a fé — tudo lhe era claro e transparente. E, apesar disso, Jesus quis rezar, e o quis não só para servir-nos de exemplo, mas ainda para demonstrar, na experiência concreta de sua vida neste mundo, de que maneira Deus quer operar e agir na vida de cada um de nós. Sem oração, estamos perdidos, porque quem reza, diz S. Afonso, certamente se salva, e quem não reza certamente se condena. Temos, pois, de rezar, e rezar muito, porque era a nossa oração o que o Senhor pedia ao Pai quando da escolha dos Doze, com os quais todos nós fomos também escolhidos — escolhidos para ouvir o chamado do Evangelho, esse apelo de conversão que o Senhor quer fazer ressoar em nossos corações, mas sem prescindir da nossa livre e atenta escuta. Que a partir de hoje possamos dedicar tempo, um tempo generoso, à nossa oração pessoal, inspirados no exemplo daquele que, por amor, submeteu-se livremente ao que, para nós, é uma necessidade irrenunciável.

https://padrepauloricardo.org

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