Senhor, se levardes em conta as nossas faltas, quem poderá subsistir? Mas em vós encontra-se o perdão, Deus de Israel (Sl 129,3s).
O Senhor, que põe um fim à desonra do seu povo, prepara-nos o banquete em sua casa, para celebrarmos sua salvação. A Igreja em saída, fazendo da sinodalidade seu modo de ser, compartilha as dificuldades da humanidade e anuncia a alegria e a esperança do Evangelho pelos caminhos e encruzilhadas, convidando a todos. Vestidos com o traje de festa, tomemos parte na comunidade-esposa de Cristo.
Leitura do livro do profeta Isaías – 6O Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos. 7Ele removerá, neste monte, a ponta da cadeia que ligava todos os povos, a teia em que tinha envolvido todas as nações. 8O Senhor Deus eliminará para sempre a morte, e enxugará as lágrimas de todas as faces, e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra; o Senhor o disse. 9Naquele dia se dirá: “Este é o nosso Deus, esperamos nele, até que nos salvou; este é o Senhor, nele temos confiado: vamos alegrar-nos e exultar por nos ter salvo”. 10E a mão do Senhor repousará sobre este monte. – Palavra do Senhor.
Na casa do Senhor habitarei eternamente.
1. O Senhor é o pastor que me conduz; / não me falta coisa alguma. / Pelos prados e campinas verdejantes / ele me leva a descansar. / Para as águas repousantes me encaminha / e restaura as minhas forças. – R.
2. Ele me guia no caminho mais seguro, / pela honra do seu nome. / Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, / nenhum mal eu temerei; / estais comigo com bastão e com cajado: / eles me dão a segurança! – R.
3. Preparais à minha frente uma mesa, / bem à vista do inimigo, / e com óleo vós ungis minha cabeça; / o meu cálice transborda. – R.
4. Felicidade e todo bem hão de seguir-me / por toda a minha vida; / e na casa do Senhor habitarei / pelos tempos infinitos. – R.
Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses – Irmãos, 12sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando farto ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade. 13Tudo posso naquele que me dá força. 14No entanto, fizestes bem em compartilhar as minhas dificuldades. 19O meu Deus proverá esplendidamente, com sua riqueza, a todas as vossas necessidades, em Cristo Jesus. 20Ao nosso Deus e Pai, a glória pelos séculos dos séculos. Amém. – Palavra do Senhor.
[A forma breve está entre colchetes.]
Aleluia, aleluia, aleluia.
Que o Pai do Senhor Jesus Cristo / nos dê do saber o espírito; / conheçamos, assim, a esperança / à qual nos chamou, como herança! (Ef 1,17s) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – [Naquele tempo, 1Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, dizendo: 2“O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3E mandou os seus empregados para chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir. 4O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos, e tudo está pronto. Vinde para a festa!’ 5Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. 7O rei ficou indignado e mandou suas tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. 8Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. 9Portanto, ide até as encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’. 10Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados.] 11Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu. 13Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Aí haverá choro e ranger de dentes’. 14Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”. – Palavra da salvação.
O Evangelho de hoje nos fala do convite para a festa nupcial do Filho de Deus. É uma dessas parábolas que abrangem toda a história da salvação. O que nós vemos naquele relato feito por Jesus? Em primeiro lugar, temos um rei que preparou as núpcias do seu filho. Isso aqui é a história da salvação, que é a união entre a humanidade e a divindade.
Jesus é a própria união entre a humanidade e Deus: Ele, perfeitamente homem e perfeitamente Deus, quer que nós entremos nessa união, nesse casamento, ou seja, já não existe mais abismo entre Deus e o homem. O fato, porém, é que o pai convida para as núpcias do seu filho aqueles que são judeus, o povo eleito. Há um primeiro convite e esse primeiro convite é o que temos no Antigo Testamento, com Moisés e os profetas; depois, devido à rejeição, Deus insiste e faz um segundo convite.
É quando, então, Jesus vem ao mundo e pede aos judeus que aceitem a Boa-nova da Salvação. Já está tudo pronto, esta é a plenitude dos tempos. No entanto, os judeus mesmo assim rejeitam Jesus. Então, a salvação se abre para todos os povos, para os gentios. É uma grande graça vermos que essa salvação, desde toda a eternidade, estava endereçada a nós, que não somos de sangue judeu.
Nós, que somos gentios e cremos, devemos notar que, para aceitarmos o convite de ir às núpcias, precisamos do ato de fé. É através da fé que começamos a entrar nesse casamento entre Deus e o homem. O ato da fé é o primeiro ato. No entanto, é necessário dar mais passos. E isso é simbolizado por aquele homem que é encontrado dentro do banquete, mas não leva consigo o hábito nupcial. Ou seja: ele, sim, teve fé, aceitou o convite, foi até a Jesus, mas não estava em estado de graça. Estar em estado de graça significa exatamente esse “revestir-se” de Cristo, o hábito nupcial. É assim que somos configurados a Cristo cada vez mais e poderemos participar na eternidade das núpcias do Cordeiro.Essa é a explicação da parábola. O projeto divino desde o Antigo Testamento até chegar às núpcias do Cordeiro no fim dos tempos. Mas como aplicar isso à nossa vida? Em primeiro lugar e muito claramente, o convite de Deus para termos fé. A fé é o primeiro passo, mas infelizmente as pessoas não se dão conta do quanto nós precisamos crescer na fé. A pessoa presunçosa acha que já tem fé suficiente. Mas, não. Talvez você seja um desses que, pertencentes aos convidados, ao povo de Deus, não ouvem realmente a Palavra de Deus que ecoa no seu coração pedindo uma mudança de vida.
Essa mudança de vida é a mudança de hábito, de veste — “Revesti-vos de Cristo!” —, onde nós verdadeiramente renunciamos a nós mesmos e começamos a viver de Cristo.
Isso só é possível se houver fé, uma fé que, aprofundada, faz com que você cada vez mais tenha pressa de amar a Deus. Essas são as três virtudes teologais: a fé; a pressa, que é a esperança; e o amar a Deus. É assim que vamos crescer espiritualmente. Essa grande história da salvação se reflete na pequena história de salvação que é a de cada um de nós.
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