segunda-feira, 1 de maio de 2023

4ª Semana da Páscoa - É bom demais para ser verdade...

 Sacerdote: o Bom Pastor como promessa de Deus a seu povo - Diocese de Uruaçu

O Cristo, ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não tem mais poder sobre ele, aleluia! (Rm 6,9)

Ao reconhecer a obra divina em favor dos não judeus, os cristãos vindos do judaísmo proclamam: “Também aos pagãos Deus concedeu a conversão que leva para a vida”. Abramos o coração a todos os que escutam e seguem a voz do Bom Pastor.

Primeira Leitura: Atos 11,1-18

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 1os apóstolos e os irmãos que viviam na Judeia souberam que também os pagãos haviam acolhido a Palavra de Deus. 2Quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis de origem judaica começaram a discutir com ele, dizendo: 3“Tu entraste na casa de pagãos e comeste com eles!” 4Então, Pedro começou a contar-lhes, ponto por ponto, o que havia acontecido: 5“Eu estava na cidade de Jope e, ao fazer oração, entrei em êxtase e tive a seguinte visão: vi uma coisa parecida com uma grande toalha que, sustentada pelas quatro pontas, descia do céu e chegava até junto de mim. 6Olhei atentamente e vi dentro dela quadrúpedes da terra, animais selvagens, répteis e aves do céu. 7Depois ouvi uma voz que me dizia: ‘Levanta-te, Pedro, mata e come’. 8Eu respondi: ‘De modo nenhum, Senhor! Porque jamais entrou coisa profana e impura na minha boca’. 9A voz me disse pela segunda vez: ‘Não chames impuro o que Deus purificou’. 10Isso repetiu-se por três vezes. Depois a coisa foi novamente levantada para o céu. 11Nesse momento, três homens se apresentaram na casa em que nos encontrávamos. Tinham sido enviados de Cesareia, à minha procura. 12O Espírito me disse que eu fosse com eles sem hesitar. Os seis irmãos que estão aqui me acompanharam e nós entramos na casa daquele homem. 13Então ele nos contou que tinha visto um anjo apresentar-se em sua casa e dizer: ‘Manda alguém a Jope para chamar Simão, conhecido como Pedro. 14Ele te falará de acontecimentos que trazem a salvação para ti e para toda a tua família’. 15Logo que comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles, da mesma forma que desceu sobre nós no princípio. 16Então eu me lembrei do que o Senhor havia dito: ‘João batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo’. 17Deus concedeu a eles o mesmo dom que deu a nós, que acreditamos no Senhor Jesus Cristo. Quem seria eu para me opor à ação de Deus?” 18Ao ouvirem isso, os fiéis de origem judaica se acalmaram e glorificavam a Deus, dizendo: “Também aos pagãos Deus concedeu a conversão que leva para a vida!” – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 41(42)

Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.

1. Assim como a corça suspira / pelas águas correntes, / suspira igualmente minha alma / por vós, ó meu Deus! – R.

2. A minha alma tem sede de Deus / e deseja o Deus vivo. / Quando terei a alegria de ver / a face de Deus? – R.

3. Enviai vossa luz, vossa verdade: / elas serão o meu guia; / que me levem ao vosso monte santo, / até a vossa morada! – R.

4. Então irei aos altares do Senhor, / Deus da minha alegria. / Vosso louvor cantarei ao som da harpa, / meu Senhor e meu Deus! – R.

Evangelho: João 10,11-18

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu sou o bom pastor; conheço minhas ovelhas, / e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14). – R.

Naquele tempo, disse Jesus: 11“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 12O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. 13Pois ele é apenas um mercenário e não se importa com as ovelhas. 14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, 15assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. 16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. 17É por isso que o Pai me ama, porque dou a minha vida para depois recebê-la novamente. 18Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi do meu Pai”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
Fala-nos Cristo no Evangelho de hoje que há de entregar por si mesmo sua vida e há de retomá-la depois por seu próprio poder. São as duas verdades em que devemos renovar nossa fé neste tempo da Páscoa, e também os dois escândalos por que tantos a rejeitam no todo ou a deformam em parte. Diz Jesus que há de retomar sua vida, referindo-se ao mistério da Ressurreição, e diz que a entregou livremente, referindo-se ao da Paixão. E porque em ambos os mistérios se manifesta, contra toda expectativa humana, a bondade divina e se anunciam as duas melhores notícias que já ouviu o mundo, por isso muitos as rejeitam em bloco, julgando tratar-se de loucuras ou mentiras, e tantos as deformam em parte, julgando excessivo o que contêm. Com a Ressurreição, revela Cristo que a morte já não tem poder sobre Ele nem sobre os que o seguirem. Com a Paixão, revela que o homem é tão amado de Deus, que vale a vida de seu Filho unigênito. Por não crerem que um Homem voltou da morte e que por ela todos podem ganhar a vida, muitos rejeitam a primeira e, com ela, toda a fé cristã; por não aceitarem que Deus, tendo um Filho, o entregou ao suplício por amor à criatura, outros deformam a segunda e, com ela, a identidade de Nosso Senhor. Para aqueles, Cristo nem era Deus nem ressuscitou, se é que existiu; para estes, não era Deus, apesar de ter ressuscitado “em nossos corações”. Mas para nós, se somos verdadeiros católicos, Cristo, sendo Deus, experimentou em sua humanidade a morte física e, sendo Homem, retomou gloriosa a própria vida pelo poder de sua divindade, e tanto no dá-la como no retomá-la foi movido por um único e fundamental motivo, que é o seu amor aos homens: “Eu dou minha vida pelas ovelhas”, não porque a tirem de mim, mas porque “eu a dou por mim mesmo […] e tenho poder de recebê-la novamente”. Que sejam estes os dois artigos mais presentes ao nosso coração neste resto de Páscoa, porque neles estão contidas nossas duas maiores alegrias e nossas duas melhores armas contra os desvios na fé: Jesus, Verbo encarnado, morreu verdadeiramente por nossa salvação, e ressuscitou verdadeiramente como primícia dos mortos e causa exemplar de nossa glorificação. Ele, elevado à destra do Pai, é a nossa Cabeça viva, Deus eterno e Homem perfeito, a quem esperamos nos unir um dia em corpo e alma, depois da páscoa deste mundo, na plenitude da glória eterna. Amém.


https://padrepauloricardo.org

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