terça-feira, 9 de maio de 2023

5ª Semana da Páscoa - A paz que vem da obediência.

 A paz que vem da obediência

Louvai o nosso Deus, todos vós que o temeis, pequenos e grandes; pois manifestou-se a salvação, a vitória e o poder do seu Cristo, aleluia! (Ap 19,5; 12,10)

Tribulações eram o prato de cada dia dos evangelizadores, que, porém, não deixavam de encorajar os novos cristãos a “permanecerem firmes na fé”. Renovemos nossos propósitos de seguir fielmente a Cristo, que nos conforta: “Não se perturbe nem se intimide o vosso coração”.

Primeira Leitura: Atos 14,19-28

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 19de Antioquia e Icônio chegaram judeus que convenceram as multidões. Então apedrejaram Paulo e arrastaram-no para fora da cidade, pensando que ele estivesse morto. 20Mas, enquanto os discípulos o rodeavam, Paulo levantou-se e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu para Derbe com Barnabé. 21Depois de terem pregado o Evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia. 22Encorajando os discípulos, eles os exortavam a permanecerem firmes na fé, dizendo-lhes: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. 23Os apóstolos designaram presbíteros para cada comunidade. Com orações e jejuns, eles os confiavam ao Senhor, em quem haviam acreditado. 24Em seguida, atravessando a Pisídia, chegaram à Panfília. 25Anunciaram a Palavra em Perge e depois desceram para Atália. 26Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado. 27Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram-lhe tudo o que Deus fizera por meio deles e como havia aberto a porta da fé para os pagãos. 28E passaram então algum tempo com os discípulos. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 144(145)

Ó Senhor, vossos amigos anunciem / vosso reino glorioso.

1. Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, / e os vossos santos com louvores vos bendigam! / Narrem a glória e o esplendor do vosso reino / e saibam proclamar vosso poder! – R.

2. Para espalhar vossos prodígios entre os homens / e o fulgor de vosso reino esplendoroso. / O vosso reino é um reino para sempre, / vosso poder, de geração em geração. – R.

3. Que a minha boca cante a glória do Senhor † e que bendiga todo ser seu nome santo, / desde agora, para sempre e pelos séculos. – R.

Evangelho: João 14,27-31

Aleluia, aleluia, aleluia.

Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos, / para entrar em sua glória, aleluia (Lc 24,46.26). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31mas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”. – Palavra da salvação.

Reflexão

 É na Última Ceia que Jesus diz a seus discípulos, assim como os padres dizem em toda Missa: Pacem relinquo vobis, pacem meam do vobis, isto é, “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”. Embora seja comum entre os judeus o saudar-se mutuamente desejando um ao outro a paz, Nosso Senhor está a falar aqui de uma paz muito mais profunda. Por isso, Ele diz: “Não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração”. De fato, o que irá se passar dentro de poucas horas não é, aos olhos do mundo, nada pacífico; trata-se, ao contrário, de acontecimentos tremendos: Jesus será preso, escorraçado, condenado, xingado, estraçalhado de todas as maneiras possíveis, crucificado e morto, e tudo isso é, certamente, muito perturbador. Os Apóstolos, porém, devem procurar a paz não na ausência de tribulações — que é normalmente o modo carnal e até “animal” como o mundo a entende —, senão em união íntima com Cristo, através da : “Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis”. Em meio ao admirável duelo que se travará no alto da Cruz, entre Jesus e o chefe deste mundo, os discípulos são chamados a fortalecer a sua fé, porque o triunfo do Rei vitorioso terá a aparência de fracasso. O poder a que se submete a humanidade de Nosso Senhor, no entanto, é o do Pai, e não o do príncipe deste mundo: “Ele não tem poder sobre mim, mas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”. Com isso, Jesus está a indicar o caminho que também nós devemos trilhar para receber a sua paz: é na obediência à vontade do Pai, por graça do Espírito Santo, que poderemos viver em paz no meio das perturbações deste mundo.

 

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