Os discípulos unidos perseveravam em oração com Maria, a Mãe de Jesus (At 1,14).
A memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, foi instituída pelo papa Francisco em 2018. Recorda que a vida cristã, para crescer, deve estar ancorada no mistério da cruz, na oblação de Cristo na celebração eucarística e na Virgem que se oferece como Mãe do Redentor e dos redimidos. Peçamos a intercessão de Maria, para que a Igreja se torne cada vez mais fecunda e se alegre pela santidade de seus filhos e filhas.
Leitura do livro do Gênesis – Depois que Adão comera do fruto da árvore, 9o Senhor Deus o chamou, dizendo: “Onde estás?” 10E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim e fiquei com medo porque estava nu; e me escondi”. 11Disse-lhe o Senhor Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore de cujo fruto te proibi comer?” 12Adão disse: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. 13Disse o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me, e eu comi”. 14Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida! 15Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. 20E Adão chamou à sua mulher “Eva”, porque ela é a mãe de todos os viventes. – Palavra do Senhor.
Leitura opcional: Atos 1,12-14.
Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor.
1. O Senhor ama a cidade / que fundou no monte santo; / ama as portas de Sião / mais que as casas de Jacó. – R.
2. Dizem coisas gloriosas / da cidade do Senhor. / De Sião, porém, se diz: † “Nasceu nela todo homem; / Deus é sua segurança”. – R.
3. Deus anota no seu livro, † onde inscreve os povos todos: / “Foi ali que estes nasceram”. / E por isso todos juntos / a cantar se alegrarão; / e, dançando, exclamarão: / “Estão em ti as nossas fontes!” – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó feliz Virgem, que geraste o Senhor; / ó santa Mãe da Igreja, / que nos alimenta com o Espírito / do teu Filho, Jesus Cristo (Lc 1,28). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 25perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. 27Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”. 29Havia ali uma jarra de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. – Palavra da salvação.
Reflexão
O Evangelho que se nos propõe hoje à consideração, Memória da
bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, contém uma das passagens que
mais enchem de doçura o coração dos fiéis: “Eis aí é a tua mãe”, diz o
Senhor crucificado ao discípulo amado, que aos pés da cruz, fazendo as
vezes de toda a humanidade, ali recebe como sua a Mãe do Criador. Estas
palavras de Cristo padecente se devem tomar em sentido próprio e
literal, e não meramente acomodatício, já que o Magistério ordinário da
Igreja sempre viu nelas uma prova clara da maternidade espiritual
de Nossa Senhora. São, com efeito, incontáveis os testemunhos que a
este respeito se podem encontrar nos documentos públicos dos Romanos
pontífices, na sagrada Liturgia, nas antigas instituições catequéticas,
no parecer unânime dos teólogos e nos escritos de exegetas e oradores
sacros: Maria é verdadeiramente Mãe dos homens na ordem a graça, e esta é
uma verdade católica que, apesar de nunca ter sido
expressamente definida pela Igreja, encontra um eco tão universal no
coração e na boca do povo fiel que negá-la seria algo não só temerário,
mas próximo à heresia. Que Maria seja nossa Mãe significa, em sentido
próprio, que foi ela quem nos deu não só a vida sobrenatural, mas o
autor dela; foi ela quem nos concebeu espiritualmente, ao conceber no
dia da Anunciação a Cabeça de que somos membros; foi Ela quem nos deu à
luz no monte Calvário, quando lá foi consumada por Jesus Cristo a nossa
Redenção e a regeneração sobrenatural da humanidade que tivera início em
Nazaré. O título de Mãe da Igreja, por conseguinte, não vem senão explicitar o que já está contido no de Mãe dos homens:
a Virgem, por ser Mãe de Cristo, é por isso mesmo Mãe do Corpo de
Cristo, que é a Igreja, pois seria uma grande monstruosidade que aquela
que deu à luz a Cabeça não fosse também Mãe dos membros. Ela esteve,
pois, e está sempre presente na história da nossa Salvação, dando o sim
que trouxe do céu à terra o Verbo divino; oferecendo ao Pai eterno, no
monte Calvário, o fruto bendito que, ao contrário de Eva, ela não quis
reter para si; compadecendo enfim com Nosso Senhor, gerado sem dores,
pela Redenção dos que, em seu Filho, seriam também filhos seus, gerados
na dor que então lhe traspassou o Coração [1]. — Que a memória frequente
do sentido e alcance do título Mãe da Igreja nos leve a
crescer mais e mais na devoção à Virgem SS., em quem teremos sempre um
refúgio seguro nas nossas lutas e uma intercessora poderosa junto a
Cristo, Nosso Senhor.
https://padrepauloricardo.org
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