Todos somos convidados a abrir os olhos não só para o contínuo testemunho que Deus dá de si mesmo por meio das maravilhas da criação, mas também para nossa vocação de “moradas de Deus”. Ao Pai, que nos ama, recorramos sempre, cheios de filial confiança.
Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, em Icônio, 5pagãos e judeus, tendo à frente seus chefes, estavam dispostos a ultrajar e apedrejar Paulo e Barnabé. 6Ao saberem disso, Paulo e Barnabé fugiram e foram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e seus arredores. 7Aí começaram a anunciar o Evangelho. 8Em Listra havia um homem paralítico das pernas, que era coxo de nascença e nunca fora capaz de andar. 9Ele escutava o discurso de Paulo. E este, fixando nele o olhar e notando que tinha fé para ser curado, 10disse em alta voz: “Levanta-te direito sobre os teus pés”. O homem deu um salto e começou a caminhar. 11Vendo o que Paulo acabara de fazer, a multidão exclamou em dialeto licaônico: “Os deuses desceram entre nós em forma de gente!” 12Chamavam a Barnabé Júpiter e a Paulo Mercúrio, porque era Paulo quem falava. 13Os sacerdotes de Júpiter, cujo templo ficava defronte à cidade, levaram à porta touros ornados de grinaldas e queriam, com a multidão, oferecer sacrifícios. 14Ao saberem disso, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as vestes e foram para o meio da multidão, gritando: 15“Homens, o que estais fazendo? Nós também somos homens mortais como vós e vos estamos anunciando que precisais deixar esses ídolos inúteis para vos converterdes ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe. 16Nas gerações passadas, Deus permitiu que todas as nações seguissem o próprio caminho. 17No entanto, ele não deixou de dar testemunho de si mesmo através de seus benefícios, mandando do céu chuvas e colheitas, dando alimento e alegrando vossos corações”. 18E assim falando, com muito custo, conseguiram que a multidão desistisse de lhes oferecer um sacrifício. – Palavra do Senhor.
Não a nós, ó Senhor, não a nós, / ao vosso nome, porém, seja glória.
1. Não a nós, ó Senhor, não a nós, † ao vosso nome, porém, seja a glória, / porque sois todo amor e verdade! / Por que hão de dizer os pagãos: / “Onde está o seu Deus, onde está?” – R.
2. É nos céus que está o nosso Deus, / ele faz tudo aquilo que quer. / São os deuses pagãos ouro e prata, / todos eles são obras humanas. – R.
3. Abençoados sejais do Senhor, / do Senhor que criou céu e terra! / Os céus são os céus do Senhor, / mas a terra ele deu para os homens. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito Santo, o Paráclito, / haverá de lembrar-vos de tudo o que tenho falado, aleluia! (Jo 14,26) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 21“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. 22Judas – não o Iscariotes – disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” 23Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”. – Palavra da salvação.
Encontramo-nos hoje no Cenáculo, onde Jesus, dirigindo suas últimas palavras aos Apóstolos antes de entregar-se à morte, diz como há de ser a nossa vida após sua gloriosa Ascensão aos céus: “Se alguém me ama, guardará minha palavra, meu Pai o amará, nós viremos a ele e nele estabeleceremos nossa morada”. Neste breve versículo, ecoado em muitas outras passagens do Novo Testamento (cf. 1Jo 4, 16; 1Cor 3, 16s; 6, 19; 2Cor 6, 16; 2Tm 1, 14), está condensado o que em teologia espiritual se costuma chamar “inabitação trinitária”, ou seja, a presença real das divinas pessoas da SS. Trindade na alma em estado de graça. Para entendermos mais a fundo esse mistério insondável, convém ler o Evangelho de hoje de baixo para cima, isto é, vendo nos últimos versículos as condições que possibilitarão o que, nos trechos iniciais, corresponde a essa habitação íntima que Deus faz nas almas justas.
Em primeiro lugar, é preciso que o Pai, em nome do Filho ressuscitado, envie do alto do céu o Paráclito, o Espírito Santo, que, derramado como óleo de unção sobre o Cristo Cabeça, escorre pelos membros de seu Corpo, que é a Igreja. É do Pai, através do Filho, que recebemos o Espírito Santo, de maneira que todos os toques do Paráclito em nossa alma são também toques do Senhor ressuscitado. Ora, esses toques suaves da graça, que nos vão ensinando e recordando tudo o que Jesus fez e disse, nos dão força para cumprir os Mandamentos e amar a Deus de todo coração. Esse amor, obra do Espírito consolador, nos torna semelhantes ao Filho, a quem o Pai, cheio de contentamento, passa agora a enxergar nos membros da Igreja. Ao que assim se encontrar, como imagem de Cristo, o Pai pode então dizer: “Eis o meu Filho amado” (cf. Mt 3, 17), e nele fazer a sua morada. Porque o Pai está sempre onde está o Filho, e onde estão o Pai e o Filho, ali está sempre o Espírito de Amor.
Que possamos abrir nosso coração à ação da graça divina, a fim de prepararmos a Deus uma morada menos indigna de sua majestade. Por isso, imploremos hoje que o Espírito Santo desça às nossas almas, dê-nos a sua força, impila-nos a amar ardentemente e a reconhecer o grandioso mistério que se opera dentro nós quando temos a dita de estar em graça. Confiemo-nos também, de modo particular, à intercessão de S. Elisabete da Trindade, que viveu e experimentou profundamente o mistério dessa divina inabitação.
https://padrepauloricardo.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário