quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Dedicação da Basílica do Latrão (Catedral de Roma) - Festa

 Jesus purifica o templo Mt.21:12 e Jo. 2,13-22 - Evangelho do Dia - Click  Nova Olímpia - Resenha e Curtição em um só CLICK.

Eu vi a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, ornada como a noiva que se preparou para o seu noivo (Ap 21,2).

Considerada “mãe e cabeça de todas as igrejas”, a basílica de São João do Latrão foi a primeira igreja construída em Roma por Constantino. É a catedral do bispo de Roma, o papa. Os templos de pedra são um sinal visível da presença de Cristo. Celebremos em comunhão com as comunidades cristãs do mundo inteiro.

Primeira Leitura: Ezequiel 47,1-2.8-9.12

Leitura da profecia de Ezequiel – Naqueles dias, 1o homem fez-me voltar até a entrada do templo, e eis que saía água da sua parte subterrânea na direção leste, porque o templo estava voltado para o oriente; a água corria do lado direito do templo, a sul do altar. 2Ele fez-me sair pela porta que dá para o norte e fez-me dar uma volta por fora até a porta que dá para o leste, onde eu vi a água jorrando do lado direito. 8Então ele me disse: “Estas águas correm para a região oriental, descem para o vale do Jordão, desembocam nas águas salgadas do mar, e elas se tornarão saudáveis. 9Aonde o rio chegar, todos os animais que ali se movem poderão viver. Haverá peixes em quantidade, pois ali desembocam as águas que trazem saúde; e haverá vida aonde chegar o rio. 12Nas margens junto ao rio, de ambos os lados, crescerá toda espécie de árvores frutíferas; suas folhas não murcharão, e seus frutos jamais se acabarão: cada mês darão novos frutos, pois as águas que banham as árvores saem do santuário. Seus frutos servirão de alimento, e suas folhas serão remédio”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 45(46)

Os braços de um rio vêm trazer alegria / à cidade de Deus, à morada do Altíssimo.

1. O Senhor para nós é refúgio e vigor, / sempre pronto, mostrou-se um socorro na angústia; / assim não tememos se a terra estremece, / se os montes desabam, caindo nos mares. – R.

2. Os braços de um rio vêm trazer alegria / à cidade de Deus, à morada do Altíssimo. / Quem a pode abalar? Deus está no seu meio! / Já bem antes da aurora, ele vem ajudá-la. – R.

3. Conosco está o Senhor do universo! / O nosso refúgio é o Deus de Jacó! / Vinde ver, contemplai os prodígios de Deus † e a obra estupenda que fez no universo: / reprime as guerras na face da terra. – R.

Leitura opcional: 1 Coríntios 3,9c-11.16-17.

Evangelho: João 2,13-22

Aleluia, aleluia, aleluia.

Esta casa eu escolhi e santifiquei, / para nela estar meu nome para sempre (2Cr 7,16). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João13Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 14No templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. 15Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” 17Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá”. 18Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?” 19Ele respondeu: “Destruí este templo, e em três dias o levantarei”. 20Os judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário, e tu o levantarás em três dias?” 21Mas Jesus estava falando do templo do seu corpo. 22Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele. – Palavra da salvação.

Reflexão

Ao celebrar hoje a dedicação da Basílica do Laterano, em Roma, a Igreja nos recorda que somos nós os verdadeiros templos de Deus. O Bem-aventurado Apóstolo Paulo também o afirma, com toda clareza, em uma de suas epístolas: "Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1Cor 3, 16). Como, porém, compreendê-lo? Em que sentido a Igreja e os santos afirmam sermos nós os templos do Altíssimo? É o próprio Senhor Jesus quem nos responde: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos a nossa morada" (Jo 14, 23). É portanto a Santíssima Trindade inteira, Pai, Filho e Espírito Santo, que vem habitar em nosso coração. Ora, como Jesus mesmo diz, a condição básica para que Ele e o Pai venham inabitar em nossa alma é o cumprimento de toda a Lei de Deus: "guardará a minha palavra" e "nós viremos a ele e nele faremos a nossa morada." É o que Igreja, por um trabalho constante de aprofundamento teológico, costuma chamar estado de graça.

Este conceito pode ser melhor entendio à luz de uma das muitas visões que Santa Teresa d'Ávila teve ao longo da vida. Com efeito, pôde a santa carmelita contemplar a alma de um justo. Viu ela que a alma em estado de graça assemelha-se a um grande castelo de cristal em cujo centro, fonte de uma brilhante luz, habita o rei: o próprio Deus. Essa luz que brota do Senhor é a vida sobrenatural que Ele mesmo comunica à alma, que é assim iluminada e vivificada pela presença amorosa da Trindade três vezes santíssima. Ao redor da alma, no entanto, Santa Teresa não viu senão trevas e uma multidão de animais terríveis e peçonhentos: são os pecados, as tentações, os demônios que nos circundam e pedem para entrar em nossa intimidade. Santa Teresa pôde também contemplar a fealdade de uma alma em pecado mortal: o rei, que habita no centro do castelo, continua lá, mas aquela luz se esmorece e, uma vez apagada, todas as bestas e iniquidades que assediam o castelo têm acesso livre aos átrios interiores: maculam-nos com sua sujidade, empesteam-nos com o seu terrível mal cheiro.

Este quadro que Deus revelou a Santa Teresa é, de fato, bastante revelador. Com efeito, do mesmo modo como está presente em suas criaturas, assim também o Senhor se faz presenta na alma manchada por um pecado grave; neste caso, Ele simplesmente a sustenta no seu ser ordinário, natural. Quando, porém, seja pelo Batismo, seja pela Confissão sacramental, a alma reata sua amizade com Deus, Ele então lhe comunica uma outra vida, a vida da graça, a vida sobrenatural. Ele se faz presente como o doador da verdadeira vida, como a fonte de todo bem de toda bênção. Essa luz vivificante que o Senhor traz ao nosso interior é o que afasta o pecado; é assim que, tal como Jesus purificara o Templo de Jerusalém de lá expulsando os vendilhões oportunistas, a Santíssima Trindade nos quer preservar de qualquer mácula, de qualquer pecado. Deixemos que o Senhor brilhe em nosso íntimo; peçamos-lhes, pois, a graça de não o expulsarmos de nossa alma. Que Ele, enfim, comunicando-nos a sua própria vida, nos leve a viver só para Ele, deixando de lado tudo quanto nos possa afastar do seu doce convívio.

 
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