Leitura do livro do Apocalipse de São João – Eu, João, 14na minha visão, vi uma nuvem branca e, sentado na nuvem, alguém que parecia um “filho de homem”. Tinha na cabeça uma coroa de ouro e, nas mãos, uma foice afiada. 15Saiu do templo um outro anjo, gritando em alta voz para aquele que estava sentado na nuvem: “Lança tua foice e ceifa. Chegou a hora da colheita. A seara da terra está madura!” 16E aquele que estava sentado na nuvem lançou a foice, e a terra foi ceifada. 17Então saiu do templo que está no céu mais um anjo. Também ele tinha nas mãos uma foice afiada. 18E saiu, de junto do altar, outro anjo ainda, aquele que tem o poder sobre o fogo. Ele gritou em alta voz para aquele que segurava a foice afiada: “Lança a foice e colhe os cachos da videira da terra, porque as uvas já estão maduras”. 19E o anjo lançou a foice afiada na terra e colheu as uvas da videira da terra. Depois, despejou as uvas no grande lagar do furor de Deus. – Palavra do Senhor.
O Senhor vem julgar nossa terra.
1. Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!” † Ele firmou o universo inabalável, / e os povos ele julga com justiça. – R.
2. O céu se rejubile e exulte a terra, / aplauda o mar com o que vive em suas águas; / os campos com seus frutos rejubilem, / e exultem as florestas e as matas. – R.
3. Na presença do Senhor, pois ele vem, / porque vem para julgar a terra inteira. / Governará o mundo todo com justiça, / e os povos julgará com lealdade. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Permanece fiel até a morte, / e a coroa da vida eu te darei! (Ap 2,10) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 5algumas pessoas comentavam a respeito do templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: 6“Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. 7Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isso? E qual vai ser o sinal de que essas coisas estão para acontecer?” 8Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! 9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que essas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”. 10E Jesus continuou: ”Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu”. – Palavra da salvação.
Jesus nos dirige hoje o seu discurso escatológico, isto é, as suas profecias a respeito do Fim dos Tempos e dos eventos que o sinalizarão. É importante ter presente que, no contexto da narrativa de São Lucas, esses ensinamentos de Cristo estão relacionados à destruição tanto da cidade santa quanto do Templo de Jerusalém, identificado noutra passagem com o próprio corpo do Senhor. "Não ficará pedra sobre pedra", diz Jesus, referindo-se à futura ruína do Templo e à oblação do seu corpo no patíbulo da Cruz. O Evangelho desta 3.ª-feira, com efeito, pode ser lido à luz da Paixão e da Páscoa do Senhor e servir, de resto, como o itinerário que a Igreja terá de percorrer até o advento do seu Senhor, cuja vida imita e, de certo modo, recapitula. Jesus indica, pois, à Igreja e a cada um de nós que não há outro caminho para a glória da ressurreição, do triunfo definitivo sobre morte, senão a páscoa, isto é, o sofrimento, amorosamente padecido e tolerado, das cruzes que dia a dia somos convidados a carregar (cf. Mt 10, 38; Mc 8, 34).
O próprio Catecismo (cf. n. 677) nos recorda que a Igreja como um todo, seguindo o Senhor em sua Morte e Ressurreição, só entrará na alegria definitiva do Reino por meio da "derradeira Páscoa", da provação final "que abalará a fé de muitos crentes." Assim também nós, membros deste Corpo e, portanto, destinados a padecer o que padeceu Cristo, cabeça da Igreja, temos de abraçar o caminho da cruz que nos está reservado. "Haverá grandes terremotos, fome e pestes em vários lugares; acontecerão coisas pavorosas, e haverá grandes sinais no céu", diz Nosso Senhor, "mas não será logo o fim", porque é "preciso que essas coisas aconteçam primeiro." Porque é pelo sofrimento que Deus nos salva; é pela morte que nos faz entrar na verdadeira vida; é pela paciência no sofrimento que nos dá a alegria do seu convívio; é, enfim, pela crucificação do mundo e de nossas vidas que Ele nos chama a participar da ressurreição do seu Filho, "primogênito entre uma multidão de irmãos" (Rm 8, 20).
Nenhum comentário:
Postar um comentário