Leitura do livro do profeta Isaías – Naquele dia, 1nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor. 2Sobre ele repousará o Espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus; 3no temor do Senhor encontra ele seu prazer. Ele não julgará pelas aparências que vê nem decidirá somente por ouvir dizer, 4mas trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos; fustigará a terra com a força da sua palavra e destruirá o mau com o sopro dos lábios. 5Cingirá a cintura com a correia da justiça e as costas com a faixa da fidelidade. 6O lobo e o cordeiro viverão juntos, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o bezerro e o leão comerão juntos, e até mesmo uma criança poderá tangê-los. 7A vaca e o urso pastarão lado a lado, enquanto suas crias descansam juntas; o leão comerá palha como o boi; 8a criança de peito vai brincar em cima do buraco da cobra venenosa; e o menino desmamado não temerá pôr a mão na toca da serpente. 9Não haverá danos nem mortes por todo o meu santo monte: a terra estará tão repleta do saber do Senhor quanto as águas que cobrem o mar. 10Naquele dia, a raiz de Jessé se erguerá como um sinal entre os povos; hão de buscá-la as nações, e gloriosa será a sua morada. – Palavra do Senhor.
Nos seus dias, a justiça florirá / e paz em abundância, para sempre.
1. Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus, / vossa justiça ao descendente da realeza! / Com justiça ele governe o vosso povo, / com equidade ele julgue os vossos pobres. – R.
2. Nos seus dias, a justiça florirá / e grande paz, até que a lua perca o brilho! / De mar a mar estenderá o seu domínio, / e desde o rio até os confins de toda a terra! – R.
3. Libertará o indigente que suplica / e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. / Terá pena do indigente e do infeliz, / e a vida dos humildes salvará. – R.
4. Seja bendito o seu nome para sempre! / E que dure como o sol sua memória! / Todos os povos serão nele abençoados, / todas as gentes cantarão o seu louvor! – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade. / E ele há de iluminar os olhos dos seus servos. – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 21Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. 23Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! 24Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo e não puderam ouvir”. – Palavra da salvação.
Nosso Senhor rejubila hoje no Espírito Santo, porque o Pai, escondendo-o aos sábios e entendidos, quer dizer, aos soberbos e cheios de si, o revelara aos pequeninos, ou seja, aos humildes e aos que, com pobreza de espírito, se dispõem a acolher a Palavra de Deus; Jesus exulta de alegra, pois os setenta e dois discípulos há pouco enviados (cf. Lc 10, 1-20) levaram o Evangelho ao coração de muitos homens de boa vontade: é, na verdade, o próprio Cristo quem, sendo Ele mesmo a Palavra eterna de Deus, vai ao encontro dessas almas sinceras e se lhes revela. "Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai", exclama, "nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelar." Assim o Pai, revelando o Filho, é pelo Filho revelado aos pequeninos, porque é do agrado do Pai que o mistério do amor trinitário seja dado a conhecer àqueles que, à semelhança do Filho, despojado de si mesmo, tiram dos olhos os véus da soberba e, pobres como de fato são, acolhem em seus corações a Palavra que desce dos Céus.
Essa a disposição fundamental que devemos exercitar ao longo do Advento, tempo de forte expectativa pela vinda do Deus que Se rebaixa à pobre condição de homem, a fim de elevar o homem à rica condição de filho de Deus. Abracemos, sim, esse tempo de espera e conversão: o Senhor já está à espera na manjedoura do nosso coração; Ele deseja nascer para as nossas vidas, a fim de dar-nos, de modo superabundante, a Sua própria vida divina. Para que Jesus encontre, pois, em nosso coração um presépio acolhedor, embora simplório e pobre, precisamos fazer neste Advento o que o próprio Deus faz no Natal: Ele, humilhando-se a si mesmo, deixa a sua glória celeste e vem ao nosso encontro. Assim também nós devemos abandonar o nosso orgulho e, esvaziados de nós mesmos, abrir espaço em nossa alma para essa Palavra amorosa que, toda esquecida de si, nos anuncia as riquezas reservadas aos humildes e pobres de espírito (cf. Mt 5, 3; Lc 6, 20).
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