Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos, 1que todo o mundo nos considere como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. 2A esse respeito, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis. 3Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por algum tribunal humano. Nem eu me julgo a mim mesmo. 4É verdade que a minha consciência não me acusa de nada. Mas não é por isso que eu posso ser considerado justo. 5Quem me julga é o Senhor. Portanto, não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que o Senhor venha. Ele iluminará o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações. Então, cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido. – Palavra do Senhor.
A salvação de quem é justo vem de Deus.
1. Confia no Senhor e faze o bem, / e sobre a terra habitarás em segurança. / Coloca no Senhor tua alegria, / e ele dará o que pedir teu coração. – R.
2. Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino; / confia nele, e com certeza ele agirá. / Fará brilhar tua inocência como a luz, / e o teu direito, como o sol do meio-dia. – R.
3. Afasta-te do mal e faze o bem, / e terás tua morada para sempre. / Porque o Senhor Deus ama a justiça / e jamais ele abandona os seus amigos. – R.
4. A salvação dos piedosos vem de Deus; / ele os protege nos momentos de aflição. / O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, † defende-os e protege-os contra os ímpios, / e os guarda porque nele confiaram. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou a luz do mundo; / aquele que me segue / não caminha entre as trevas, / mas terá a luz da vida (Jo 8,12). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da Lei disseram a Jesus: “Os discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com frequência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem”. 34Jesus, porém, lhes disse: “Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? 35Mas dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão”. 36Jesus contou-lhes ainda uma parábola: “Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha. 37Ninguém coloca vinho novo em odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se derrama, e os odres se perdem. 38Vinho novo deve ser colocado em odres novos. 39E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo, porque diz: o velho é melhor”. – Palavra da salvação.
Reflexão
O Evangelho de hoje fala-nos daqueles odres velhos em que não convém depositar o vinho novo e dos remendos velhos que esgarçam a roupa nova. Este ensinamento do Senhor é uma clara alusão à novidade de sua doutrina com respeito ao Antigo Testamento: antes, Deus promulgara uma série de leis e prescrições de caráter tanto jurídico quanto ritual, como forma de educar o povo eleito na virtude e no culto verdadeiro; mas, com a vinda de Cristo, todas essas regras, sancionadas outrora para os judeus, foram abolidas e substituídas por uma lei nova, a lei da graça, que nos dá forças para cumprir os Mandamentos e levar a cabo obras de amor com aquele espírito de sincera religiosidade que o Pai deseja de nós.
Há, portanto, um divisor claro de águas entre o Antigo e o Novo Testamento, entre o Precursor que anuncia e o Esposo que finalmente chega. Por esse motivo, temos agora de abandonar a vida velha, o azedume do vinho estragado, os retalhos de uma existência estilhaçada, e assumir radicalmente a vida nova, a vida da graça em Cristo, derramada pelo Espírito divino em nossos corações. É sob uma outra lei que agora vivemos, é com um outro espírito que hemos de cumprir nossas obrigações, é com a alma limpa de pecados e renovada pela caridade que nos devemos oferecer a Deus, que pelo Batismo nos elevou à condição, não já de simples servos e criaturas, mas de filhos adotivos, nos quais habita, não já o velho Adão, mas a própria SS. Trindade. Reconheçamos, pois, a dignidade que o Senhor nos concedeu aos cristãos e vivamos, apoiados no auxílio da graça, à altura de tão grande vocação.
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