sexta-feira, 23 de setembro de 2022

25ª Semana do Tempo Comum - É por graça que temos fé.

Brasil Franciscano: Setembro 2019

Primeira Leitura (Ecl 3,1-11)

Leitura do Livro do Eclesiastes.

1Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para tudo o que acontece debaixo do céu. 2Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher a planta. 3Tempo de matar e tempo de salvar; tempo de destruir e tempo de construir. 4Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de dançar. 5Tempo de atirar pedras e tempo de as amontoar; tempo de abraçar e tempo de se separar. 6Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de esbanjar. 7Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar. 8Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.

9Que proveito tira o trabalhador de seu esforço? 10Observei a tarefa que Deus impôs aos homens, para que nela se ocupassem. 11As coisas que ele fez são todas boas no tempo oportuno. Além disso, ele dispôs que fossem permanentes; no entanto o homem jamais chega a conhecer o princípio e o fim da ação que Deus realiza.

- Palavra do Senhor - Graças a Deu

Salmo Responsorial (Sl 143)

Bendito seja o Senhor, meu rochedo!

Bendito seja o Senhor, meu rochedo!

Bendito seja o Senhor, meu rochedo./ Ele é meu amor, meu refúgio, libertador,/ fortaleza e abrigo./ É meu escudo:/ é nele que espero.

Que é o homem, Senhor, para vós?/ Por que dele cuidais tanto assim,/ e no filho do homem pensais?/ Como o sopro de vento é o homem,/ os seus dias são sombra que passa.

Evangelho (Lc 9,18-22)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

Aconteceu que Jesus 18estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”.

20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém.

22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.

— Palavra da Salvação — Glória a vós, Senhor.

 Reflexão

 Há, como vimos, uma grande diferença entre o Evangelho de hoje e o de ontem. O de ontem concluía com a incredulidade de Herodes, que procura ver Jesus para saber se é verdade o que dele dizem. O de hoje, por sua vez, conclui com a fé de Pedro, só o qual, sabendo ser falso o que dizem do Senhor, atina com quem Ele realmente é: “O Cristo de Deus”. Mas essa fé, que hoje admiramos em Pedro, a louva Jesus na leitura de S. Mateus como um dom do alto, e não como prêmio dos esforços nem como fruto da inteligência do príncipe dos Apóstolos: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus” (Mt 16, 17). Porque se entre a fé humana e a divina há certa semelhança, por serem ambas fé e, portanto, um obséquio à autoridade de outrem, há também uma grande diferença, que é ser a primeira um ato que depende totalmente de nós, enquanto a segunda é uma graça que nos vem totalmente de Deus. Com fé humana, por exemplo, cremos na bondade da cozinheira, que não esperamos nos ponha veneno no prato, e na perícia do engenheiro, que não ergue prédios para fazê-los cair sobre nossas cabeças. 

Mas para crer em Deus, que nos revela obscuramente suas verdades, sem nos dar outra evidência mais além de ser Ele quem as diz, é preciso uma graça especial, que nem podemos nós produzir com nossas forças nem merecer por nossos méritos: “Não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus”. Mas, embora seja tão fraca a nossa natureza, para a conseguir, e tão insuficiente o valor das nossas obras, para a merecer, podemos no entanto implorar a graça dessa fé a Deus, que já no fazer-nos por sua graça pedir a fé nos vai dispondo à graça da mesma fé. Que Ele hoje, ouvindo os nossos rogos, nos infunda essa luz tão divina e necessária, sem a qual não podemos dizer, com a propriedade com que o diz S. Pedro: “Tu és o Cristo de Deus”.

 

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