segunda-feira, 15 de agosto de 2022

20ª Semana do Tempo Comum - Jesus não é uma “obrigação” a mais.

O convite de Jesus | Mateus 19: 16-22 » Esboços Para Pregação
Primeira Leitura: Ezequiel 24,15-24

Leitura da profecia de Ezequiel15A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 16“Filho do homem, vou tirar de ti, por um mal súbito, o encanto de teus olhos. Mas não deverás lamentar-te nem chorar ou derramar lágrimas. 17Geme em silêncio, sem fazer o luto dos mortos. Põe o turbante na cabeça, calça as sandálias nos pés, sem encobrir a barba nem comer o pão dos enlutados”. 18Eu tinha falado ao povo pela manhã, e à tarde minha esposa morreu. Na manhã seguinte, fiz como me foi ordenado. 19Então, o povo perguntou-me: “Não nos vais explicar o que têm a ver conosco as coisas que tu fazes?” 20Eu respondi-lhes: “A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 21Fala à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Vou profanar o meu santuário, o objeto do vosso orgulho, o encanto de vossos olhos, o alento de vossas vidas. Os filhos e as filhas que lá deixastes tombarão pela espada. 22E fareis assim como eu fiz: não cobrireis a barba nem comereis o pão dos enlutados, 23levareis o turbante na cabeça, as sandálias nos pés, sem vos lamentar nem chorar. Definhareis por causa de vossas próprias culpas, gemendo uns para os outros. 24Ezequiel servirá para vós como sinal: fareis exatamente o que ele fez; quando isso acontecer, sabereis que eu sou o Senhor Deus”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: Dt 32

Esqueceram o Deus que os gerou.

1. Da rocha que te deu à luz te esqueceste, / do Deus que te gerou não te lembraste. / Vendo isso, o Senhor os desprezou, / aborrecido com seus filhos e suas filhas. – R.

2. E disse: “Esconderei deles meu rosto / e verei, então, o fim que eles terão, / pois tornaram-se um povo pervertido, / são filhos que não têm fidelidade. – R.

3. Com deuses falsos provocaram minha ira, / com ídolos vazios me irritaram; / vou provocá-los por aqueles que nem são um povo, / através de gente louca hei de irritá-los”. – R.

Evangelho: Mateus 19,16-22

Aleluia, aleluia, aleluia.

Felizes os humildes de espírito, / porque deles é o Reino dos céus (Mt 5,3). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 16alguém aproximou-se de Jesus e disse: “Mestre, o que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” 17Jesus respondeu: “Por que tu me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se tu queres entrar na vida, observa os mandamentos”. 18O homem perguntou: “Quais mandamentos?” Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe e ama teu próximo como a ti mesmo”. 20O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta?” 21Jesus respondeu: “e tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. 22Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
O Evangelho de hoje repisa um dos pontos centrais da pregação de Cristo: a diferença entre o mínimo necessário para ser salvo e o único necessário que devemos ter em vista se, além de salvar-nos, quisermos ser perfeitos. A personagem que aparece hoje no Evangelho, por exemplo, é um símbolo perfeito do que poderíamos chamar “cristão médio”, cumpridor de suas obrigações religiosas e de seus deveres de estado, mas que ainda não tomou a peito, com santa violência, o chamado universal à santidade, que não é mais do que a perfeição no amor. Trata-se do jovem rico, que desde a infância observou, com zelo irreprochável, os Mandamentos que nos permitem “entrar na vida”, isto é, ir para o céu: “Tenho observado todas essas coisas”. No entanto, ainda lhe faltava, para tornar-se o que Jesus espera de todos os fiéis, o que falta a muitos de nós: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. Não significa isto que os fiéis leigos tenham de abandonar o mundo, mas que devem viver nele como se já não vivessem, tendo como fim último de todas as suas ações, de todos os seus compromissos e afazeres, um amor sempre maior a Jesus Cristo. Aos que vivem no século como casados e trabalhadores normais não é possível, com efeito, vender literalmente tudo o que têm; mas lhes é possível, tanto quanto a um padre ou consagrado, ordenar a própria vida, em seus menores detalhes, à glória de Deus, amando-o com toda a intensidade nas ocupações mais “irrelevantes”: numa fila de banco, numa ida ao cartório, no cuidado de um parente enfermo, no preparo de uma refeição etc. etc. Em tudo isso, se tivermos a Cristo como fim, como a razão por que fazemos o que quer que façamos, teremos de certo modo vendido tudo o que temos, porque já não viveremos para nós, mas para aquele que, por tanto nos ter amado, bem merece ser o único cuidado do nosso coração: “Se queres ser perfeito…”.
 
 

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