quinta-feira, 11 de agosto de 2022

19ª Semana do Tempo Comum - Dívida de gratidão.

 16/08 - Evangelho do Dia: Mt 18,21-19,1 - Rádio Rainha da Paz

Primeira Leitura: Ezequiel 12,1-12

Leitura da profecia de Ezequiel1A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 2″Filho do homem, estás morando no meio de um povo rebelde. Eles têm olhos para ver e não veem, ouvidos para ouvir e não ouvem, pois são um povo rebelde. 3Quanto a ti, Filho do homem, prepara para ti uma bagagem de exilado, em pleno dia, à vista deles. Emigrarás do lugar onde estás, à vista deles, para outro lugar. Talvez percebam que são um povo rebelde. 4Deverás tirar a bagagem em pleno dia, à vista deles, como se fosse a bagagem de um exilado. Mas deverás sair à tarde, à vista deles, como quem vai para o exílio. 5À vista deles deverás cavar para ti um buraco no muro, pelo qual sairás; 6deverás carregar a bagagem nas costas e retirá-la no escuro. Deverás cobrir a face para não ver o país, pois eu fiz de ti um sinal para a casa de Israel”. 7Eu fiz assim como me foi ordenado. Tirei a bagagem durante o dia, como se fosse a bagagem de exilado; à tarde, abri com a mão um buraco no muro. Saí ao escuro, carregando a bagagem às costas, diante deles. 8De manhã, a palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 9″Filho do homem, não te perguntaram os da casa de Israel, essa gente rebelde, o que estavas fazendo? 10Dize-lhes: Assim fala o Senhor Deus: Este oráculo refere-se ao príncipe de Jerusalém e a toda a casa de Israel que está na cidade. 11Dize: Eu sou um sinal para vós. Assim como eu fiz, assim será feito com eles: irão cativos para o exílio. 12O príncipe que está no meio deles levará a bagagem às costas e sairá ao escuro. Farão no muro um buraco para sair por ele. O príncipe cobrirá o rosto para não ver com seus olhos o país”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 77(78)

Das obras do Senhor não se esqueçam.

1. Mesmo assim, eles tentaram o Altíssimo, / recusando-se a guardar os seus preceitos. / Como seus pais, se transviaram e o traíram / como um arco enganador que volta atrás. – R.

2. Irritaram-no com seus lugares altos, / provocaram-lhe o ciúme com seus ídolos. / Deus ouviu e enfureceu-se contra eles, / e repeliu com violência a Israel. – R.

3. Entregou a sua arca ao cativeiro / e às mãos do inimigo a sua glória; / fez perecer seu povo eleito pela espada / e contra a sua herança enfureceu-se. – R.

Evangelho: Mateus 18,21-19,1

Aleluia, aleluia, aleluia.

Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo / e ensinai-me vossas leis e mandamentos! (Sl 118,135) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!’ 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros, que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei!’ 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. 19,1Ao terminar estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para o território da Judeia além do Jordão. – Palavra da salvação.

Reflexão

Ao sermos perdoados pela misericórdia divina, contraímos para com Deus um dever de justiça, que é a gratidão. Com efeito, não podemos retribuir ao Senhor todos os favores que Ele nos dispensa; não há meio de estarmos "quites" com Ele, pois o que dEle recebemos em muito supera — seja em bondade, seja em compaixão — o que a nós é devido. Por isso, quando Deus concede ao homem o perdão de suas dívidas, o homem, de sua parte, deve corresponder perdoando, por gratidão a Ele, as dívidas de seu irmão. É o que Cristo nos ensina no Evangelho deste dia, quando diz a Simão Pedro que devemos perdoar-nos mutuamente, não já sete vezes, mas setenta vezes sete, o que equivale a perdoar sempre, por maiores e mais amargas que sejam as faltas cometidas e os débitos em questão.

Este ensinamento vai ilustrado, de resto, na parábola com que Jesus conclui hoje o seu discurso. Encontramo-nos todos na condição daquele empregado que, devendo a seu senhor uma soma incalculável, não tem donde arranjar recursos para pagá-la. O empregador, porém, não se deixando vencer em generosidade, perdoa-lhe tudo, com a única condição de que o empregado, por ter sido ele mesmo perdoado, perdoe também aos que lhe devem algo: "Não devias tu também", diz ele, "ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?" Essa é a regra de vida de quantos se querem discípulos de Cristo: esforçar-se por perdoar aos que nos ofendem, desde o primeiro instante, já que, por maior que seja o prejuízo ou a ofensa que nos façam, mais nos tem perdoado Deus a nós (cf. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 452). Que a Virgem Santíssima nos ajude, pois, a ter um coração mais grato a seu Filho, que padeceu dores indizíveis para que o Pai, esquecendo-se do muito que Lhe devíamos, nos recebesse no número de seus filhos adotivos.

 

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