Leitura da primeira carta de João.
7Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e
todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama não
chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus
se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para
que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós
que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como
vítima de reparação pelos nossos pecados.
Palavra do Senhor.
Os reis de toda a terra
hão de adorar-vos, ó Senhor!
Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus,
vossa justiça ao descendente da realeza!
Com justiça ele governe o vosso povo,
com eqüidade ele julgue os vossos pobres.
Das montanhas venha a paz a todo o povo,
e desça das colinas a justiça!
Este rei defenderá os que são pobres,
os filhos dos humildes salvará.
Nos seus dias, a justiça florirá
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
De mar a mar estenderá o seu domínio,
e desde o rio até os confins de toda a terra!
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18).
Marcos 6,34-44
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.
Palavra da Salvação
Reflexão
No Evangelho de hoje, Jesus multiplica cinco pães e dois peixes e alimenta com esse pouco a cinco mil homens. O evangelista S. Marcos, como é do seu feitio, começa a narrativa desse episódio com a seguinte observação psicológica: “Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão” (v. 34). O Evangelho nos abre, assim, para a dimensão compassiva do Coração de Cristo, que não se limita a ter pena dos homens, mas a fazer suas as necessidades deles. Ele se compadece, não só por saber o que nos faz falta, mas por ter-se disposto a sofrer conosco, a carecer do necessário, a passar fome e frio, a não ter onde repousar a cabeça (cf. Mt 8, 20). As entranhas de misericórdia que nos descreve hoje o evangelista apontam, pois, para a realidade da Encarnação do Verbo, que assumiu uma humanidade em tudo igual à nossa, exceto no pecado, pela qual Ele pôde vir ao mundo e viver a nossa vida, com todas as dificuldades que lhe são inerentes. Pensemos, por exemplo, nos trinta anos de vida oculta que Ele levou em Nazaré.
Como todo trabalhador humilde, Jesus levantava-se ao cantar do galo, ainda extenuado dos trabalhos da jornada anterior; comia o pouco de pão que a Virgem Maria preparava com todo o cuidado; assistia S. José em seus afazeres na carpintaria; cumpria, enfim, seus deveres como um judeu piedoso, e foi por ter passado por tudo o que passamos que Ele podia, com o seu Coração de carne, ter compaixão de nós, que somos ovelhas sem pastor, pois precisamos de alimento e segurança: alimento não só para o corpo, mas para a alma, que está sempre faminta de verdade; segurança não só contra os perigos da vida, mas contra os ataques e as mentiras do demônio.
Por isso, renovemos hoje a nossa fé naquelas palavras do autor da Epístola aos Hebreus: “Não temos nele”, em Jesus Cristo, “um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça”, ao nos alimentarmos hoje da S. Eucaristia, “a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno” (Hb 4, 15-16).
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