quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Liturgia Diária - Quando Deus nos humilha.

 Lectio Divina del 09 de agosto de 2020

Primeira Leitura: 1 João 4,11-18

Leitura da primeira carta de São João 11Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco, e seu amor é plenamente realizado entre nós. 13A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito. 14E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. 15Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. 16E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor permanece com Deus, e Deus permanece com ele. 17Nisto se realiza plenamente o seu amor para conosco: em nós termos plena confiança no dia do julgamento, porque, tal como Jesus, nós somos neste mundo. 18No amor não há temor. Ao contrário, o perfeito amor lança fora o temor, pois o temor implica castigo, e aquele que teme não chegou à perfeição do amor. 

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 71(72)

As nações de toda a terra / hão de adorar-vos, ó Senhor!

1. Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus, / vossa justiça ao descendente da realeza! / Com justiça ele governe o vosso povo, / com equidade ele julgue os vossos pobres. – R.

2. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir / e oferecer-lhe seus presentes e seus dons; / e também os reis de Seba e de Sabá / hão de trazer-lhe oferendas e tributos. / Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, / e todas as nações hão de servi-lo. – R.

3. Libertará o indigente que suplica / e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. / Terá pena do indigente e do infeliz / e a vida dos humildes salvará. – R.

Evangelho: Marcos 6,45-52

Aleluia, aleluia, aleluia.

Louvai o Senhor Jesus, todos os povos, / aceito pela fé no mundo inteiro! (1Tm 3,16) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Depois de saciar os cinco mil homens, 45Jesus obrigou os discípulos a entrarem na barca e irem na frente para Betsaida, na outra margem, enquanto ele despedia a multidão. 46Logo depois de se despedir deles, subiu ao monte para rezar. 47Ao anoitecer, a barca estava no meio do mar e Jesus sozinho em terra. 48Ele viu os discípulos cansados de remar, porque o vento era contrário. Então, pelas três da madrugada, Jesus foi até eles, andando sobre as águas, e queria passar na frente deles. 49Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e começaram a gritar. 50Com efeito, todos o tinham visto e ficaram assustados. Mas Jesus logo falou: “Coragem, sou eu! Não tenhais medo!” 51Então subiu com eles na barca. E o vento cessou. Mas os discípulos ficaram ainda mais espantados, 52porque não tinham compreendido nada a respeito dos pães. O coração deles estava endurecido. 

Palavra da salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, após ter multiplicado os pães com que alimentou ontem uma numerosa multidão, Jesus caminha sobre as águas do mar da Galiléia, espantando os discípulos que se encontravam na barca de Pedro. Ontem, como vimos, o Senhor mostrara-nos o seu Coração compassivo, que sente em si mesmo as dores e necessidades do povo que o procura à busca de consolo e alimento. Hoje, por outro lado, os discípulos mostram-nos que os seus corações, endurecidos pela falta de fé, ainda não estão unidos totalmente ao do Mestre. Eis o contraste que a Liturgia desse últimos dias nos apresenta: ali, o Coração do Deus-homem, que sabe fazer-se um só com os dos homens; aqui, os corações dos homens, que por si mesmos não podem unir-se ao do Homem-Deus.

Os discípulos, se ficaram espantados ao verem Cristo caminhar sobre as águas, foram tomados de ainda maior temor, porque — como anota o evangelista Marcos — “não tinham compreendido nada a respeito dos pães” (v. 52). Cansados de remar, veem Jesus caminhar ao seu encontro, à hora mais escura da madrugada, com uma palavra que, ao mesmo tempo que os confortava, lhes revelava o quão pequena ainda era a fé deles: “Coragem, sou eu! Não tenhais medo!” (v. 50). O mesmo Jesus que alimentara antes uma multidão de “desconhecidos” permite agora que os seus discípulos mais íntimos atravessem sozinhos o mar da Galiléia para que, vendo e temendo o Mestre a quem julgavam conhecer, se dessem conta de que não criam nem se tinham entregado a Ele como até então imaginavam. 

Assim também age Deus conosco, ao permitir que passemos por algumas situações que põem a nu diante dos nossos olhos que não somos tudo o que pensamos ser: julgamos estar na luz, enquanto nos envolve uma bruma de pecados e ignorância; sentimo-nos fiéis piedosos, enquanto, à simples notícia de um problema, já nos pomos a praguejar e murmurar contra Deus. Peçamos a Ele, pois, que cure a dureza dos nossos corações e os desperte para a luz da fé. Que, por essas humilhações que Ele nos envia, possamos crescer em humildade, reconhecendo que, se não formos ajudados pela graça, jamais conheceremos e amaremos Jesus em profundidade, por mais que creiamos estar ao seu lado dia e noite.

 

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