segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Liturgia Diária - Meu nome é “Legião”

 Implorando a Jesus para sair

Leitura (2 Samuel 15,13-14.30; 16,5-13)

Leitura do segundo livro de Samuel.

Naqueles dias, 13um mensageiro veio dizer a Davi: “As simpatias de todo Israel estão com Absalão”. 14Davi disse aos servos que estavam com ele em Jerusalém: “Depressa, fujamos, porque, de outro modo, não podemos escapar de Absalão! Apressai-vos em partir, para que não aconteça que ele, chegando, nos apanhe, traga sobre nós a ruína e passe a cidade ao fio da espada”. 30Davi caminhava chorando, enquanto subia o monte das Oliveiras com a cabeça coberta e os pés descalços. E todo o povo que o acompanhava subia também chorando, com a cabeça coberta. 16,5Quando o rei chegou a Baurim, saiu de lá um homem da parentela de Saul chamado Semei, filho de Gera, que ia proferindo maldições enquanto andava. 6Atirava pedras contra Davi e contra todos os servos do rei, embora toda a tropa e todos os homens de elite seguissem agrupados à direita e à esquerda do rei Davi. 7Semei amaldiçoava-o, dizendo: “Vai-te embora! Vai-te embora, homem sanguinário e criminoso! 8O Senhor fez cair sobre ti todo o sangue da casa de Saul, cujo trono usurpaste, e entregou o trono a teu filho Absalão. Tu estás entregue à tua própria maldade, porque és um homem sanguinário”. 9Então Abisai, filho de Sárvia, disse ao rei: “Por que há de este cão morto continuar amaldiçoando o senhor, meu rei? Deixa-me passar para lhe cortar a cabeça”. 10Mas o rei respondeu: “Não te intrometas, filho de Sárvia! Se ele amaldiçoa e se o Senhor o mandou maldizer a Davi, quem poderia dizer-lhe: ‘Por que fazes isso?'” 11E Davi disse a Abisai e a todos os seus servos: “Vede, se meu filho, que saiu das minhas entranhas, atenta contra a minha vida, com mais razão esse filho de Benjamim. Deixai-o amaldiçoar, conforme a permissão do Senhor. 12Talvez o Senhor leve em conta a minha miséria, restituindo-me a ventura em lugar da maldição de hoje”. 13E Davi e seus homens seguiram adiante.

 Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 3

Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!

Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam;  quanta gente se levanta contra mim! Muitos dizem, comentando a meu respeito: “Ele não acha a salvação junto de Deus!”

Mas sois vós o meu escudo protetor, a minha glória que levanta minha cabeça! Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor, do monte santo ele me ouviu e respondeu.

Eu me deito e adormeço bem tranquilo; acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento. Não terei medo de milhares que me cerquem e, furiosos, se levantem contra mim. Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!

Evangelho (Marcos 5,1-20)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo, aleluia (Lc 7,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

Naquele tempo, 1Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2Logo que saiu da barca, um homem possuído por um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi ao seu encontro. 3Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4Muitas vezes tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo. 5Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes!” 8Com efeito, Jesus lhe dizia: “Espírito impuro, sai desse homem!” 9Então Jesus perguntou: “Qual é o teu nome?” O homem respondeu: “Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos”. 10E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região. 11Havia aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. 12O espírito impuro suplicou, então: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles”. 13Jesus permitiu. Os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. E toda a manada – mais ou menos uns dois mil porcos – atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. 14Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. 15Elas foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, aquele mesmo que antes estava possuído pela Legião. E ficaram com medo. 16Os que tinham presenciado o fato explicaram-lhes o que havia acontecido com o endemoninhado e com os porcos. 17Então começaram a pedir que Jesus fosse embora da região deles. 18Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. 19Jesus, porém, não permitiu. Entretanto, lhe disse: “Vai para casa, para junto dos teus, e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20Então o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados. 

Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho desta 2.ª-feira nos apresenta um episódio bastante curioso. Jesus expulsa de um genesareno endemoniado uma multidão — Legião, como registra São Marcos — de espíritos impuros, os quais, logo em seguida, se precipitam de uma montanha juntamente com uma numerosa manada de porcos. O primeiro ensinamento que podemos tirar desta narrativa é que, se existem demônios neste é mundo, é porque Deus o permite. Isto está claramente expresso nos dois pedidos que o diabo faz a Nosso Senhor: pede-lhe, por um lado, que não o expulse da região e, por outro, que o mande entrar nos porcos. E Jesus lho concede. Em tudo precisa o demônio da permissão de Deus, sem qual, por ser criatura, nada pode fazer. Há, portanto, um decreto divino que permite aos espíritos maus vagaram por esta terra, a fim de nos tentarem e porem à prova.

Esta realidade, num certo sentido, pode parecer um tanto estranha. Afinal de contas, como pode um Deus cheio de amor e bondade dar permissão às maldades e às injustiças e enviar aos que se esforçam por seguir o caminho do bem e da equidade as mais duras e penosas provações? Foi, porém, o próprio Cristo quem, ensinando o Pai-nosso (cf. Mt 6, 9-13), nos deu a conhecer o seu desejo de que amadureçamos sob o sol escaldante das tentações. Com efeito, o Senhor nos manda pedir que não caiamos em tentação, e não que nos vejamos inteiramente livres dela. Isso porque o nosso amor e a nossa fé só crescem e dão fruto se forem antes testados e aquilatados. De fato, tamanho é o proveito que se pode tirar das provações, que o endemoniado de hoje, após longos anos subjugado por uma Legião de iniquidades, é logo transformado em evangelizador: "o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele."

Os que tudo haviam presenciado, porém, ficaram escandalizados e expulsaram Jesus da região. Os que estavam tranquilos, metidos em seus negócios, tiveram a oportunidade de ver as maravilhas de Deus, e no entanto rejeitaram a Cristo. Só o possesso, rompendo cordas e grilhões, teve a audácia de lutar contra os demônios que o enlouqueciam e ir ao encontro do Senhor. Aqui se vê a razão profunda das tentações e das provações nos desígnios divinos: Deus quer que nos decidamos por Ele, que corramos até Ele, que nos prostremos a seus pés e por Ele lutemos com desprendimento e entrega. Pois é na luta e no esforço que mostramos a sinceridade do nosso amor. É em meio a lágrimas e dificuldades que mostramos a Deus a verdade da nossa fé cristã. Que o Senhor nos ajude, pois, a vencer as tentações deste desterro e nos dê a graça de o amarmos com um amor provado no fogo da fidelidade e da perseverança.

 

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domingo, 30 de janeiro de 2022

4º Domingo do Tempo Comum - “Mas os seus não O receberam”

 Jesus é o Senhor!: EVANGELHO SÃO LUCAS 4,21-30 - 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM  ANO "C" 2016 - "ANO DA MISERICÓRDIA" Leituras: 1ª Jr 1,4-5.17-1; Sl 70; 2ª  1Cor 12,31-13,13 - Cor verde - Litúrgia p/31/01/2016

Leitura (Jeremias 1,4-5.17-19)

Leitura do livro do profeta Jeremias.

Nos dias de Josias, rei de Judá, 4foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: 5“Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações. 17Vamos, põe a roupa e o cinto, levanta-te e comunica-lhes tudo que eu te mandar dizer; não tenhas medo, senão eu te farei tremer na presença deles. 18Com efeito, eu te transformarei hoje numa cidade fortificada, numa coluna de ferro, num muro de bronze contra todo o mundo, frente aos reis de Judá e seus príncipes, aos sacerdotes e ao povo da terra; 19eles farão guerra contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para defender-te”, diz o Senhor.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 70(71)

Minha boca anunciará, todos os dias, vossas graças incontáveis, ó Senhor.

Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: que eu não seja envergonhado para sempre! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! Escutai a minha voz, vinde salvar-me!

Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.

Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo.

Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis. Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas.


Leitura (1 Coríntios 12,31-13,13 ou 13,4-13)

Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios.

[Irmãos,] 31aspirai aos dons mais elevados. Eu vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior. 13,1Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. 2Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, mas se não tivesse caridade, eu não seria nada. 3Se eu gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres, se entregasse o meu corpo às chamas, mas não tivesse caridade, isso de nada me serviria. [4A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; 5não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; 6não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade. 7Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. 8A caridade não acabará nunca. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. 9Com efeito, o nosso conhecimento é limitado e a nossa profecia é imperfeita. 10Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito. 11Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. 12Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face. Agora, conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido. 13Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade.]

Palavra do Senhor.

Evangelho (Lucas 4,21-30)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Foi o Senhor quem me mandou Boas Notícias anunciar; ao pobre, a quem está no cativeiro, libertação eu vou proclamar! (Lc 4,18)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, estando Jesus na sinagoga, começou a dizer: 21“Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. 22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?” 23Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. 24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia. 27E no tempo do profeta Eliseu havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. 28Quando ouviram essas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

Palavra da salvação.

Reflexão

1. O Evangelho de domingo passado encerrou-se com as palavras de Cristo sobre a profecia de Isaías: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura”. Diante dos próprios conterrâneos, Jesus revelou-se como o Messias da promessa, aquele que iria “proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista”; o ungido de Deus “para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”. Neste domingo, o Evangelista São Lucas nos faz meditar sobre a reação dos nazarenos, que se espantam com as palavras do Senhor e respondem com incredulidade Àquele que veio para salvá-los.

A atitude dos habitantes de Nazaré reflete algo da nossa tendência frente à figura de Cristo. Por um lado, ficamos satisfeitos com a existência de um Deus amoroso, cuja vontade é redimir todos os homens ao ponto de dar-lhes a própria vida divina. Por outro, não aceitamos que Ele seja um de nós, que se faça pobre e humilde numa manjedoura de Belém, que tenha uma família e trabalhe como carpinteiro, que sinta cansaço, sede e fome. Isso é demais. É preciso que Ele prove, então, ser o Filho de Deus; é preciso que Ele manifeste todo o poder diante de nossos olhos; é preciso que Jesus faça milagres.

2. O evangelista conta-nos que Jesus fez poucos milagres em Nazaré. Malgrado a impertinência daquela assembleia na Sinagoga, Ele não se deixou fazer um espetáculo para o público. Os milagres de Cristo tinham um propósito para muito além da mera exibição de força. Na verdade, o Senhor pretendia unicamente converter os corações e levar as pessoas para o céu, exigindo-lhes, por meio dos milagres, um ato de fé na Palavra de Deus. Mas os nazarenos não só se recusaram a crer como quiseram matá-lo. No fim das contas, aconteceu aquilo que São João descreve no seu Evangelho a respeito da Encarnação de Jesus: “Veio para o que era seu, mas os seus não O receberam” (Jo 1, 11).

A dificuldade para crer em Jesus deve-se ao fato de que Ele não nos pede apenas fé, no sentido de confiança sentimental. Essa em Cristo supõe precisamente um incômodo que nos retira da passividade e nos coloca a caminho da vida verdadeira. Jesus quer mudar nossas atitudes e forma de pensar, quer fazer de nós pessoas renovadas pela graça do Espírito Santo, inundadas pelo amor e, por isso mesmo, capazes de amar a Deus e ao próximo. Tudo isso, porém, contraria profundamente a nossa vontade corrompida, que deseja permanecer nas paixões. É bem possível, assim, que nos comportemos como os nazarenos, desprezando a Revelação de Cristo como Nosso Senhor e Salvador.

3. Para quem se dispõe a crer em Cristo, Deus realiza uma transformação sobrenatural na alma. Se os nazarenos tivessem crido em Jesus, Ele lhes teria concedido “o poder de se tornarem filhos de Deus”, filhos “gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1, 13). Essa também é a graça que o Senhor quer nos conceder, a fim de que participemos de sua vida divina. Unidos a Deus por essa transformação, nossa própria natureza adquire as qualidades de uma natureza divina, amando como Jesus amou e ama a cada um de nós. É o que acontece com santos como São Maximiliano Kolbe, que aceitou sofrer os piores tormentos no campo de concentração, em Auschwitz, pela Imaculada Conceição e pela salvação das almas.

Tomemos, pois, cuidado para que não sejamos como os nazarenos diante da simplicidade de Jesus. Na missa, Jesus reveste-se de uma aparência ainda mais escandalosa que a da crucificação: Ele se esconde sob o véu do sacramento. E ainda que nossos olhos não O vejam, Ele está substancialmente presente na Eucaristia. Se, portanto, o acolhermos em nosso coração, comungando em graça e santidade, seremos abençoados com a caridade, como fala São Paulo na carta aos Romanos: “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (5, 5).

 

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sábado, 29 de janeiro de 2022

Liturgia Diária - Acaso Deus está dormindo?

 Jovens Sud

Leitura (2 Samuel 12,1-7.10-17)

Leitura do segundo livro de Samuel.

Naqueles dias, 1o Senhor mandou o profeta Natã a Davi. Ele foi ter com o rei e lhe disse: “Numa cidade havia dois homens, um rico e outro pobre. 2O rico possuía ovelhas e bois em grande número. 3O pobre só possuía uma ovelha pequenina, que tinha comprado e criado. Ela crescera em sua casa junto com seus filhos, comendo do seu pão, bebendo do mesmo copo, dormindo no seu regaço. Era para ele como uma filha. 4Veio um hóspede à casa do homem rico, e este não quis tomar uma das suas ovelhas ou um dos seus bois para preparar um banquete e dar de comer ao hóspede que chegara. Mas foi, apoderou-se da ovelhinha do pobre e preparou-a para o visitante”. 5Davi ficou indignado contra esse homem e disse a Natã: “Pela vida do Senhor, o homem que fez isso merece a morte! 6Pagará quatro vezes o valor da ovelha, por ter feito o que fez e não ter tido compaixão”. 7Natã disse a Davi: “Esse homem és tu! Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: 10‘Por isso, a espada jamais se afastará de tua casa, porque me desprezaste e tomaste a mulher do hitita Urias para fazer dela a tua esposa’. 11Assim diz o Senhor: ‘Da tua própria casa farei surgir o mal contra ti e tomarei as tuas mulheres, sob os teus olhos, e as darei a um outro, e ele se aproximará das tuas mulheres à luz deste sol. 12Tu fizeste tudo às escondidas. Eu, porém, farei o que digo diante de todo Israel e à luz do sol'”. 13Davi disse a Natã: “Pequei contra o Senhor”. Natã respondeu-lhe: “De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás! 14Entretanto, por teres ultrajado o Senhor com teu procedimento o filho que te nasceu morrerá”. 15E Natã voltou para a sua casa. O Senhor feriu o filho que a mulher de Urias tinha dado a Davi e ele adoeceu gravemente. 16Davi implorou a Deus pelo menino e fez um grande jejum. E, voltando para casa, passou a noite deitado no chão. 17Os anciãos do palácio insistiam com ele para que se levantasse do chão; mas ele não o quis fazer nem tomar com eles alimento algum.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 50(51)

Criai em mim um coração que seja puro!

Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vosso caminho aos pecadores, e para vós se voltarão os transviados.

Da morte como pena, libertai-me, e minha língua exaltará vossa justiça! Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor!

Evangelho (Marcos 4,35-41)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Deus o mundo tanto amou, que lhe deu seu próprio Filho, para que todo o que nele crer encontre vida eterna (Jo 3,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava, na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte detrás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”

Palavra da salvação.

Reflexão

A Liturgia de hoje nos propõe à meditação o Evangelho da tempestade acalmada. Jesus dorme tranquilamente na barca de Pedro, símbolo da Igreja, que, chacoalhada de um lado a outro pelas ondas do Mar da Galileia, parece estar a ponto de ir a pique. Diante de uma Igreja em crise, cujos átrios parecem encher-se d’água, fazemos eco à pergunta dos Apóstolos: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” É fácil ver como nesse Evangelho está presente a história do Corpo de Cristo ao longo dos séculos: seus problemas, suas crises, seus dilemas e a aparente “inatividade” de Jesus. O difícil é perceber quais são as conclusões que daí se podem tirar. Por que o Senhor parece às vezes estar adormecido, esquecido de sua Esposa, desatento às necessidades dela, como nos mostram tantos períodos dramáticos em que o pecado e a dissolução chegaram até mesmo ao trono de Pedro? 

E no entanto é justamente nestes momentos de dor, de fracasso, derrota, que Deus quer fazer surgir o triunfo e manifestar o poder de sua graça. O Cristo que desperta do sono e se levanta para acalmar a tempestade é o Jesus ressuscitado que, levantando-se do túmulo, vem acalmar a tempestade da nossa falta de fé. Ele, o guarda de Israel, não dorme nem cochila, senão que se demora, ainda que entrementes tenhamos de sofrer, para introduzir-nos ao fim numa vida nova. Peçamos a Maria SS., Mãe da Igreja, que nos dê grande confiança no poder, na presença e no cuidado constante que seu Filho não deixa nunca de nos dispensar.

 

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Liturgia Diária - A dinâmica da graça.

 

Leitura (2 Samuel 11,1-10.13-17)

Leitura do segundo livro de Samuel.

1No ano seguinte, na época em que os reis costumavam partir para a guerra, Davi enviou Joab com os seus oficiais e todo Israel, e eles devastaram o país dos amonitas e sitiaram Rabá. Mas Davi ficou em Jerusalém. 2Ora, um dia, ao entardecer, levantando-se Davi de sua cama, pôs-se a passear pelo terraço de sua casa e avistou dali uma mulher que se banhava. Era uma mulher muito bonita. 3Davi procurou saber quem era essa mulher e disseram-lhe que era Betsabeia, filha de Eliam, mulher do hitita Urias. 4Então Davi enviou mensageiros para que a trouxessem. Ela veio e ele deitou-se com ela. 5Em seguida, Betsabeia voltou para casa. Como ela concebesse, mandou dizer a Davi: “Estou grávida”. 6Davi mandou esta ordem a Joab: “Manda-me Urias, o hitita”. E ele mandou Urias a Davi. 7Quando Urias chegou, Davi pediu-lhe notícias de Joab, do exército e da guerra. 8E, depois, disse-lhe: “Desce à tua casa e lava os pés”. Urias saiu do palácio do rei e, em seguida, este enviou-lhe um presente real. 9Mas Urias dormiu à porta do palácio, com os outros servos do seu amo, e não foi para casa. 10E contaram a Davi, dizendo-lhe: “Urias não foi para sua casa”. 13Davi convidou-o para comer e beber à sua mesa e o embriagou. Mas, ao entardecer, ele retirou-se e foi-se deitar no seu leito, em companhia dos servos do seu senhor, e não desceu para a sua casa. 14Na manhã seguinte, Davi escreveu uma carta a Joab e mandou-a pelas mãos de Urias. 15Dizia nela: “Colocai Urias na frente, onde o combate for mais violento, e abandonai-o para que seja ferido e morra”. 16Joab, que sitiava a cidade, colocou Urias no lugar onde ele sabia estarem os guerreiros mais valentes. 17Os que defendiam a cidade saíram para atacar Joab, e morreram alguns do exército, da guarda de Davi. E morreu também Urias, o hitita.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 50(51)

Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra
vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Mostrais assim quanto sois justo na sentença e quanto é reto o julgamento que fazeis. Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade e pecador já minha mãe me concebeu.

Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria, e exultarão estes meus ossos que esmagastes. Desviai o vosso olhar dos meus pecados e apagai todas as minhas transgressões!


Evangelho (Marcos 4,26-34)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, / pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, / escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”. 30E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”. 33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.

Palavra da salvação.

Reflexão

São duas as parábolas que ouvimos hoje da boca de Nosso Senhor. A primeira nos fala da sementinha que, uma vez jogada na terra, cresce sem que nos demos conta; a segunda é a famosa comparação da semente de mostarda que, embora seja ainda pequenina, torna-se a maior das hortaliças quando desabrocha e chega à plenitude de seu desenvolvimento. A linguagem destas duas parábolas é, por um lado, bastante simples e compreensível; a dificuldade para as entendermos, por outro, reside no conceito de Reino de Deus, que Cristo põe com chave de leitura para ambas. Afinal, o que na prática essas histórias significam para a nossa vida? Como se dá, efetivamente, o reinado de Deus em nossos corações?

Ora, se bem consideradas, as duas parábolas do Evangelho de hoje nos falam, antes de mais, da dinâmica da graça, ou seja, do modo como Deus vai aos poucos — com suas próprias mãos — fazendo com que a nossa vida sobrenatural cresça, se desenvolva e dê, ao fim e ao cabo, os frutos que Ele deseja colher. Trata-se de um ação maior do que nós, que opera em nós mudanças que permanecem, para nós mesmos, profundamente misteriosas. É, pois, o próprio Deus que, enquanto dormirmos, vai implantando o seu reinado em nossa alma, vai-nos moldando segundo o seu beneplácito, vai fazendo germinar no terreno do nosso coração as sementes que ele mesmo quis ali fossem semeadas.

Por isso, se desejamos converter-nos, se desejamos que Deus seja tudo em nós, precisamos dar-lhe espaço, permitir que ele realize em nós uma obra de que nós mesmos não somos capazes. Daí a necessidade de cultivarmos uma vida de oração que nos leve a deixar o Senhor agir e fazer conosco o que bem lhe aprouver. Esta é a nossa cooperação com a graça: deixá-la fazer o seu trabalho. Mortos para nós mesmos, permitamos que a graça do Reino de Deus, implantada em nossa alma por ocasião do Batismo, cresça e desabroche como um grãozinho de mostarda. Deixemos o Senhor transformar-nos desde dentro; demos espaço e tempo para que Ele, reinando no nosso íntimo, viva em nós como em sua mais querida morada.

 

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Liturgia Diária - Deus quer um coração generoso.

  sermão da montanha | Igreja Adventista do 7 Dia de Itapuã
Leitura (2 Samuel 7,18-19.24-29)

Leitura do segundo livro de Samuel.

Depois que Natã falara a Davi, o rei entrou no tabernáculo, 18foi assentar-se diante do Senhor e disse: “Quem sou eu, Senhor Deus, e o que é a minha família, para que me tenhas conduzido até aqui? 19Mas, como isso te parecia pouco, Senhor Deus, ainda fizeste promessas à casa do teu servo para um futuro distante. Porque esta é a lei do homem, Senhor Deus! 24Estabeleceste o teu povo, Israel, para que ele seja para sempre o teu povo; e tu, Senhor, te tornaste o seu Deus. 25Agora, Senhor Deus, cumpre para sempre a promessa que fizeste ao teu servo e à sua casa e faze como disseste! 26Então o teu nome será exaltado para sempre, e dirão: ‘O Senhor todo-poderoso é o Deus de Israel’. E a casa do teu servo Davi permanecerá estável na tua presença. 27Pois tu, Senhor todo-poderoso, Deus de Israel, fizeste esta revelação ao teu servo: ‘Eu te construirei uma casa’. Por isso o teu servo se animou a dirigir-te esta oração. 28Agora, Senhor Deus, tu és Deus e tuas palavras são verdadeiras. Pois que fizeste esta bela promessa ao teu servo, 29abençoa, então, a casa do teu servo, para que ela permaneça para sempre na tua presença. Porque és tu, Senhor Deus, que falaste, e é graças à tua bênção que a casa do teu servo será abençoada para sempre”.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 131 (132)

O Senhor vai dar-lhe o trono / de seu pai, o rei Davi.

Recordai-vos, ó Senhor, do rei Davi e de quanto vos foi ele dedicado; do juramento que ao Senhor havia feito e de seu voto ao Poderoso de Jacó.

“Não entrarei na minha tenda, minha casa, nem subirei à minha cama em que repouso, não deixarei adormecerem os meus olhos nem cochilarem em descanso minhas pálpebras, até que eu ache um lugar para o Senhor, uma casa para o Forte de Jacó!”

O Senhor fez a Davi um juramento, uma promessa que jamais renegará: “Um herdeiro, que é fruto do teu ventre, colocarei sobre o trono em teu lugar!

Se teus filhos conservarem minha Aliança e os preceitos que lhes dei a conhecer, os filhos deles igualmente hão de sentar-se / eternamente sobre o trono que te dei!”

Pois o Senhor quis para si Jerusalém e a desejou para que fosse sua morada: “Eis o lugar do meu repouso para sempre, eu fico aqui: este é o lugar que preferi!”


Evangelho (Marcos 4,21-25)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Vossa Palavra é uma luz para os meus passos / e uma lâmpada luzente em meu caminho (Sl 118,105).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21“Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote ou debaixo da cama? Ao contrário, não a coloca num candeeiro? 22Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”. 24Jesus dizia ainda: “Prestai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem”.

Palavra da salvação.

 Reflexão

O Evangelho de hoje nos apresenta alguns provérbios ditos por Jesus. Dentre eles, vamos refletir sobre o seguinte: “Prestai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais” (Mc 4, 24). Inicialmente, Jesus está nos alertando para o modo como nós ouvimos a Deus. De modo geral, todo bom cristão aceita que devemos obedecer a Deus, isto é, que, diante de um preceito divino, devemos inclinar nossa cabeça e dizer “Amém”. Com essa atitude, estamos sacrificando a nossa inteligência, a fim de reconhecermos que Deus é muito mais sábio que nós e, por isso, assentimos aos seus desígnios mesmo que não os compreendamos. 

Essa é a primeira dimensão do ouvir a Deus, a obediência. Com ela, é gerado um primeiro nível de amor, o amor servil, que é bom e necessário. No entanto, Nosso Senhor quer de nós um amor maior, que é erigido através da generosidade do nosso coração. Esse é o amor do filho, que generosamente faz além daquilo que o pai lhe pediu, ou que dá a ele muito mais do que teria a obrigação de dar. Aqui, é pertinente observarmos como estamos ouvindo e respondendo a Deus: com amor de servo ou de filho? Se entregamos a Deus só o mínimo necessário, também receberemos uma escassa porção, pois, como diz Jesus, “com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos”. Mas, se amarmos generosamente, cresceremos no amor a ponto de vivermos o amor esponsal, de quem busca estar constantemente unido ao Esposo Jesus Cristo. Ele nos chama a amarmos cada vez mais, indo além da mesquinhez dos servos, a fim de que, como filhos e esposas, nos entreguemos de forma generosa ao Amado.

 

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Liturgia Diária - A missão dos setenta e dois.

 A necessidade de operários. Evangelho do Dia

Leitura (2 Timóteo 1,1-8)

Início da segunda carta de São Paulo a Timóteo.

1Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pelo desígnio de Deus referente à promessa de vida que temos em Cristo Jesus, 2a Timóteo, meu querido filho: graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor! 3Dou graças a Deus – a quem sirvo com a consciência pura, como aprendi dos meus antepassados – quando me lembro de ti, dia e noite, nas minhas orações. 4Lembrando-me das tuas lágrimas, sinto grande desejo de rever-te e assim ficar cheio de alegria. 5Recordo-me da fé sincera que tens, aquela mesma fé que antes tiveram tua avó Loide e tua mãe, Eunice. Sem dúvida, assim é também a tua. 6Por esse motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. 7Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade. 8Não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 95/96

Anunciai entre as nações os grandes feitos do Senhor!

Cantai ao Senhor Deus um canto novo,

Cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!

Cantai e bendizei seu santo nome!

Dia após dia anunciai sua salvação,

Manifestai a sua glória entre as nações

E, entre os povos do universo, seus prodígios!

Ó família das nações, dai ao Senhor,

Nações, dai ao Senhor poder e glória,

Dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!

Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!”

Ele firmou o universo inabalável,

E os povos ele julga com justiça.


Evangelho (Lucas 10,1-9)

Aleluia, aleluia, aleluia.

O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós'”.

Palavra da Salvação.

Reflexão

A paz de Deus excede ao nosso conhecimento humano, porém, mesmo assim, todos nós somos enviados a abrir o caminho para o Senhor que deseja levar a Sua paz ao mundo. Jesus é a paz e através de nós Ele quer entrar nas casas e nos corações. A nossa missão é muito importante: somos trabalhadores da messe do Senhor, missionários do Seu amor.
O evangelho escreve setenta e dois os escolhidos e outros, significa dizer que esses setenta e dois somos todos nós que chamados para a missão, devemos ter firme o propósito de evangelizar toda criatura sem medo, sem preocupação, totalmente desprendido dos afazeres domésticos ou profissionais. Mas Jesus faz uma alerta que a missão não é fácil, faz-se necessário tomar algumas precauções, pois iremos encontrar sempre adversários por onde passarmos. Contudo não podemos parar, pois o Reino de Deus está próximo.
Cada um de nós é chamado a ser mensageiro da paz de Jesus e Ele nos ensina a levar a paz deixando de lado tudo o que pesa e complica a nossa vida. Bolsa, sacola, sandálias significam as coisas que acumulamos dentro de nós e que prejudicam o nosso relacionamento com Deus e com os irmãos: ódio, ressentimento, discriminação, julgamentos, riquezas, apegos etc.. Ele nos envia e nos orienta a fim de que o nosso trabalho seja frutuoso e não nos percamos no meio do caminho.
A nossa postura, como anunciadores da Palavra, deve ser de prudência, pois, na nossa trajetória nós iremos enfrentar lobos ferozes, isto é, pessoas que estão a serviço do mal. Porém a nossa confiança no Senhor nos fará vencer todos os desafios. A nossa vida com as nossas ações do dia a dia deve ser o itinerário que nós percorremos para manifestar Jesus no mundo, pois a todo o momento, e em qualquer circunstância, nós encontramos os doentes, os necessitados da paz, os carentes de amor e de atenção.
A essas pessoas é que Jesus nos envia. Ele nos dá a paz e providencia tudo o quanto for preciso para que a nossa missão tenha sucesso. Por isso não podemos perder tempo: o dia é hoje e a hora é agora e talvez nem precisemos ir muito longe da nossa casa.
Será que não existe aí perto de você alguém que precisa conhecer a Salvação e a cura? – Para você é difícil falar de Jesus para alguém? – Você tem visitado o coração de alguém que precisa de paz? Como você tem feito isto? Você tem deixado de lado os seus conceitos humanos?
Pai, que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não me faça recuar da missão de preparar o mundo para acolher teu Filho Jesus.
 
 
 
 por Pe. Bantu Mendonça katchipwi Sayla

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Liturgia Diária - Festa da Conversão de São Paulo.

 Conversão de São Paulo | 25 de janeiro - Calendarr

Leitura (Atos 22,3-16)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, Paulo disse ao povo: 3“Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da Lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus, como acontece hoje convosco. 4Persegui até a morte os que seguiam esse caminho, prendendo homens e mulheres e jogando-os na prisão. 5Disso são minhas testemunhas o sumo sacerdote e todo o conselho dos anciãos. Eles deram-me cartas de recomendação para os irmãos de Damasco. Fui para lá a fim de prender todos os que encontrasse e trazê-los para Jerusalém, a fim de serem castigados. 6Ora, aconteceu que, na viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio-dia, de repente uma grande luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim. 7Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ 8Eu perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’. 9Meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava. 10Então perguntei: ‘Que devo fazer, Senhor?’ O Senhor me respondeu: ‘Levanta-te e vai para Damasco. Ali te explicarão tudo o que deves fazer’. 11Como eu não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros. 12Um certo Ananias, homem piedoso e fiel à Lei, com boa reputação junto de todos os judeus que aí moravam, 13veio encontrar-me e disse: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista!’ No mesmo instante, recuperei a vista e pude vê-lo. 14Ele, então, me disse: ‘O Deus de nossos antepassados escolheu-te para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires a sua própria voz. 15Porque tu serás a sua testemunha, diante de todos os homens, daquilo que viste e ouviste. 16E agora, o que estás esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o nome dele!'”

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 116(117)

Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-o!

Pois comprovado é seu amor para conosco, para sempre ele é fiel!

Evangelho (Marcos 16,15-18)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor (Jo 15,16).

CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO: ANUNCIANDO SEMPRE: Conversão de São Paulo

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.

Palavra da Salvação.

Reflexão

A Igreja celebra hoje a conversão de S. Paulo, Apóstolo dos gentios. E, ao propor-nos à consideração esse episódio importantíssimo na história do cristianismo, a Santa Madre Igreja nos faz recordar que o bem que Deus faz a um dos nossos irmãos redunda também em nosso favor. De fato, o que seria de nós, que fomos tirados da gentilidade e insertos no Corpo de Cristo, onde não há nem judeu nem pagão, nem senhor nem escravo, nem homem nem mulher, se não fosse a conversão de S. Paulo? Deus, com efeito, o chamou à fé em Cristo pensando não apenas no bem dele, mas no de todos os que, pela pregação apostólica, chegaríamos um dia ao conhecimento da verdade, que é o Filho encarnado. Foi com S. Paulo que começou efetivamente a história da evangelização da Europa, a começar pela comunidade grega de Filipos, daí se expandindo a outras regiões até chegar a Portugal, donde veio ser anunciada no Brasil, pela primeira vez, a mensagem do Evangelho. Alcançado por Cristo (cf. Fl 3, 12), a história de S. Paulo também nos recorda que é Deus quem por primeiro vem ao nosso encontro, precedendo-nos com a sua graça, pois nós sequer o poderíamos buscar se Ele antes não nos movesse a isso; e já que por Ele fomos alcançados, temos de seguir o exemplo do Apóstolo e, esquecendo-nos de tudo o que está para trás, lançar-nos para o que vem à frente (cf. Fl 3, 13), para ver se alcançamos no céu o gozo de Cristo, que é a nossa meta, o nosso prêmio (cf. Fl 3, 14), aquilo em comparação com o qual tudo não passa de esterco (cf. Fl 3, 8). — S. Paulo, Apóstolo, rogai por nós!

 

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Liturgia Diária - Blasfêmea contra o Espirito Santo.

 REFLEXÃO PARA O IV DOMINGO DO TEMPO COMUM – MARCOS 1,21-28 (ANO B)

Leitura (2 Samuel 5,1-7.10)

Leitura do segundo livro de Samuel.

Naqueles dias, 1todas as tribos de Israel vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe: “Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne. 2Tempo atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. E o Senhor te disse: ‘Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe'”. 3Vieram, pois, todos os anciãos de Israel até o rei em Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel. 4Davi tinha trinta anos quando começou a reinar e reinou quarenta anos: 5sete anos e seis meses sobre Judá, em Hebron, e trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo Israel e Judá. 6Davi marchou então com seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam aquela terra. Estes disseram a Davi: “Não entrarás aqui, pois serás repelido por cegos e coxos”. Com isso queriam dizer que Davi não conseguiria entrar lá. 7Davi, porém, tomou a fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi. 10Davi ia crescendo em poder, e o Senhor, Deus todo-poderoso, estava com ele.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 88(89)

Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele.

Outrora vós falastes em visões a vossos santos: “Coloquei uma coroa na cabeça de um herói e do meio deste povo escolhi o meu eleito.

Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado. Estará sempre com ele minha mão onipotente, e meu braço poderoso há de ser a sua força.

Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, sua força e seu poder, por meu nome, crescerão. Eu farei que ele estenda sua mão por sobre os mares, e a sua mão direita estenderei por sobre os rios”.

Evangelho (Mc 3,22-30)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

Naquele tempo, 22os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que satanás pode expulsar a satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo, tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será culpado de um pecado eterno”. 30Jesus falou isso porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”.

Palavra da salvação.

Reflexão

Os escribas vindos de Jerusalém são os enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo. Eles percebem que Jesus, com seu anúncio da verdade e do amor, é uma ameaça para o poder e os privilégios deles. Jesus já havia expulsado o espírito impuro que dominava um homem em uma sinagoga. Eles se empenham em difamar Jesus, para afastá-lo do povo.
O Espírito Santo é o amor. Considerar as obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o distanciamento e até a ruptura com o próprio amor de Deus. Rejeitar e matar os que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos explorados e excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.
Porque é que a «blasfémia» contra o Espírito Santo é imperdoável? Em que sentido se deve entender esta «blasfémia»? S. Tomás de Aquino responde que se trata da um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui aqueles elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados».
Segundo tal exegese, a «blasfémia» não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste, antes, na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo agindo em virtude do sacrifício da Cruz.
            Se o homem rejeita o deixar-se «convencer quanto ao pecado», que provém do Espírito Santo e tem caráter salvífico, ele rejeita contemporaneamente a «vinda» do Consolador: aquela «vinda» que se efetuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do Sangue de Cristo: o Sangue que «purifica a consciência das obras mortas». Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados.
Por conseguinte, quem rejeita o Espírito e o Sangue permanece nas «obras mortas», no pecado. E a «blasfémia contra o Espírito Santo» consiste exatamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta «não-remissão» está ligada, como à sua causa, à «não-penitência», isto é, à recusa radical a converter-se.
Isto equivale a uma recusa radical de ir até às fontes da Redenção; estas, porém, permanecem «sempre» abertas na economia da salvação, na qual se realiza a missão do Espírito Santo. Este tem o poder infinito de haurir destas fontes: «receberá do que é meu», disse Jesus.
Deste modo, Ele completa nas almas humanas a obra da Redenção, operada por Cristo, distribuindo os seus frutos.
Ora a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de perseverar no mal — em qualquer pecado — e recusa por isso mesmo a Redenção.
O homem fica fechado no pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida.
É uma situação de ruína espiritual, porque a blasfémia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão em que ele próprio se fechou e abrir-se às fontes divinas da purificação das consciências e da remissão dos pecados.
 
 
 
Pe. Bantu Mendonça katchipwi Sayla