Leitura do Livro do Gênesis.
9O Senhor Deus chamou Adão, dizendo: “Onde estás?” 10E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim, e fiquei com medo porque estava nu; e me escondi”. 11Disse-lhe o Senhor Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?” 12Adão disse: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi”.
13Disse o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me e eu comi”. 14Então
o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita
entre todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó
todos os dias da tua vida! 15Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. 20E Adão chamou à sua mulher “Eva”, porque ela é a mãe de todos os viventes.
— Palavra do Senhor.
Salmo - 86/87
Dizem coisas gloriosas da Cidade do Senhor.
O Senhor ama a cidade
que fundou no Monte santo;
ama as portas de Sião
mais que as casas de Jacó.
que fundou no Monte santo;
ama as portas de Sião
mais que as casas de Jacó.
Dizem coisas gloriosas
da Cidade do Senhor.
De Sião, porém, se diz:
“Nasceu nela todo homem;
Deus é sua segurança”.
da Cidade do Senhor.
De Sião, porém, se diz:
“Nasceu nela todo homem;
Deus é sua segurança”.
Deus anota no seu livro,
onde inscreve os povos todos:
“Foi ali que estes nasceram”.
Por isso todos juntos
a cantar se alegrarão;
e, dançando, exclamarão:
“Estão em ti as nossas fontes!”.
onde inscreve os povos todos:
“Foi ali que estes nasceram”.
Por isso todos juntos
a cantar se alegrarão;
e, dançando, exclamarão:
“Estão em ti as nossas fontes!”.
Evangelho - Jo 19,25-34
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 25perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.
26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. 27Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.
28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”.
29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31Era
o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os
corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia
de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas
aos crucificados e os tirasse da cruz.
32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus.
33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
— Palavra da Salvação.
Reflexão
O
Evangelho de João é o único a registrar a presença da mãe de Jesus e de
discípulos junto à cruz. Colocada no momento mais importante do
Evangelho, esta cena deve ter mais do que simples importância filial,
isto é, o cuidado de Jesus por sua mãe na hora de sua morte. A única
pergunta é: o que esse incidente simboliza? Há numerosas sugestões. Como
esse parágrafo está colocado no contexto de Jesus entregando o espírito e do sangue e água saindo de seu lado ferido com a lança.
Nestes versículos encontramos a imagem simbólica joanina do nascimento
da comunidade cristã. É a hora da glorificação de Jesus – sua elevação –
e, quando ele morre, entrega o espírito. Abaixo dele estão uma mulher e
um discípulo, ambos inominados, como que para enfatizar seu caráter
simbólico. A mulher pode significar a mãe igreja e o discípulo amado
todos os discípulos chamados a seguir a obediência extremosa do Senhor.
Quando à mulher mãe-igreja e à figura do discípulo amado são
acrescentados o espírito que Jesus entrega, agora que foi glorificado,
e o sangue e a água, sinais da Eucaristia e do batismo, a comunidade
cristã é revelada. Essa sugestão, embora não incontestável, não é
exagerada, em especial ao lidarmos com um evangelista tão apegado ao
duplo nível teológico como João. Há até mesmo uma referência sutil à
mulher de Gn 3, 15 e à inimizade entre seus descendentes e os da
serpente-Satanás. João demonstra interesse pelo Livro do Gênesis.
Começando seu Evangelho com a mesma frase inicial e uma referência à
criação, ele apresenta um conflito entre Satanás e Jesus (12, 31-33; 14,
30) e fala dos filhos de Satanás (Judas e os adversários de 8, 44). Se a
“mulher” de 19, 26 origina-se de Gn 3, 15, então João
reorganizou todos os elementos da história do Gênesis para um evento de
recriação: a serpente, a descendência da serpente, a mulher, a
descendência da mulher e talvez até o lugar do jardim para “no lugar onde Jesus fora crucificado, havia um jardim”
(19, 41). Na verdade, o relato da crucificação não só termina em um
jardim (19, 41), mas também começa em um (18, 1) e, entre os quatro
evangelistas, é só João que assim o localiza.
Talvez o quarto Evangelho apresente Maria perto da cruz em um duplo papel: a)
como símbolo feminino da mãe-igreja, cuidando deles e sendo cuidada
pelos discípulos de Jesus que se tornam seus filhos e, consequentemente,
irmãos e irmãs de Jesus. A relação com Jesus não é apenas individual;
inclui uma comunidade, uma família de irmãos e irmãs; b) como
mulher da vitória, enfatizando a contribuição feminina para a salvação. A
imagem bíblica negativa de Eva foi substituída pela da Ave cheia de
graça. Se por Eva mãe terra todos os homens morrem, por Ave mãe da graça
e misericórdia e amor incondicional de Deus todos os homens nascem para
a vida eterna
Maria
foi, é e será sempre o exemplo de aceitação da vontade do Pai, quando,
aos pés da Cruz assumiu o papel de Mãe da humanidade. Foi o próprio
Jesus quem, suspenso na Cruz como numa Cátedra, nos entregou a Sua Mãe
para ser também a Mãe de todos os homens. E isto, por vontade do Pai! De
pé, aos pés da Cruz, na hora do maior sofrimento Maria acolheu toda a
humanidade como filha. A mesma humanidade que condenara o Seu Filho à
Morte de Cruz lhe era agora entregue por Ele representada pelo apóstolo
João: “Mulher, este é o teu filho!” “Esta é a tua mãe!” Maria
tornou-se então, nossa Mãe e Mãe da Igreja quando passou pelo momento
mais angustiante da sua vida. Para dar amparo a humanidade Jesus esperou
pela hora da Cruz e nos deu o entendimento de que Maria estaria
presente na nossa vida na hora da festa e na hora da dor como
intercessora e modelo de fé e aceitação da vontade do Pai. Como mulher e
como Mãe, Maria saberia compreender as nossas fraquezas, as nossas
dificuldade e, assim, mesmo sem compreender nada tornar-se exemplo de
fortaleza, de obediência e de acolhimento à vontade de Deus. Acolher
Maria é trazê-la conosco dentro do nosso coração como Mãe presente na
nossa vida e na vida da nossa família.
O que significa para você o “ficar de pé”,
junto à Cruz? – Você já levou Maria para a sua vida junto aos seus
pertences? Ela faz parte de você, da sua casa, da sua família? – Reze
agora uma Ave-Maria e reflita sobre o significado das palavras dessa
oração tão simples!
Senhor
Jesus, que a água e o sangue, jorrados de teu coração transpassado,
revigorem o amor e a fidelidade que estão no meu coração.
Pe Bantu
Nenhum comentário:
Postar um comentário