São Tomás, doutor da Igreja, nasceu em 1225, no castelo de
Roccasecca. Era membro da mais alta nobreza italiana. Tinha por parentes
próximos dois imperadores do Sacro Império Romano Alemão, Frederico II e
Conrado VI. Seu tio, Sunibaldo, era abade e encarregou-se de sua
formação. Ainda pequeno perguntava aos religiosos: “Que é Deus?”.
Aos 18 anos, ingressou na Ordem dos dominicanos. Estudou na Alemanha,
onde foi aluno de santo Alberto Magno, doutor da Igreja, e depois em
Paris, na Sorbone, fundada pelo rei São Luiz IX. Em Paris, de aluno
passou a mestre de filosofia e teologia. Ensinou depois em Orvieto, Roma
e Nápoles.
Era
intelectual, manso e silencioso, foi apelidado de boi mudo. Santo
Alberto disse certa vez que: “quando esse boi der um mugido vai abalar o
mundo”. Era gordo contemplativo e devoto. Se aprofundava tanto nos
estudos que até perdia a noção de tempo e de lugar. Sua norma era:
“oferecer aos outros os frutos da contemplação”. Seus escritos
constituem um dos maiores monumentos de filosofia e teologia católicas.
Ele construiu um monumento de doutrina, fundamentado na fé e na razão,
que alguém chamou de “a catedral do pensamento cristão”.
Tinha só 48 anos quando morreu, no dia 7 de março de 1274, no
mosteiro cisterciense de Fossanova. Estava de viagem para o concílio de
Lião, convocado por Gregório X, de quem era assessor teológico. Sua obra
principal é a “Suma teológica”; uma síntese da teologia. Na sua
canonização o papa João XXII disse: “Ele fez tantos milagres, quantas
proposições teológicas escreveu.” O mesmo Papa, em 1318, disse que: “Ele
sozinho iluminava a Igreja mais que os outros doutores. Lendo seus
livros um homem aproveita mais em um ano do que durante toda a sua
vida”.
O Papa Leão XIII reavivou os estudos tomistas. Guilherme de Tocco,
seu primeiro e principal biógrafo, afirmou que “nas aulas o seu gênio
começou a brilhar de tal forma e a sua inteligência a revelar-se tão
perspicaz, que repetia aos outros estudantes as lições dos mestres de
maneira mais elevada, mais clara e mais profunda do que as tinha
ouvido”.
O Papa Leão XIII, em 1892, disse que “se se encontram doutores em
desacordo com São Tomás, qualquer que seja o seu mérito, a hesitação não
é permitida; sejam os primeiros sacrificados ao segundo”. O Concílio
Vaticano II aconselhou que São Tomás seja seguido nos Seminários e nas
Universidades católicas. O Papa Paulo VI, comentando esse fato, disse:
“é a primeira vez que um Concílio Ecumênico recomenda um teólogo, e este
é precisamente São Tomás de Aquino”.
Bento XVI fez três catequeses sobre São Tomás de Aquino em junho de
2010, onde voltou a ressaltar a importância do seu pensamento para o
mundo contemporâneo. O Papa recordou as palavras de João Paulo II na
Encíclica “Fides et Ratio”, onde ele afirma que o “Angélico”: “foi
sempre proposto pela Igreja como mestre de pensamento e modelo quanto ao
reto modo de fazer teologia”.
No seu tempo havia uma pergunta difícil para os teólogos: poderia o
pensamento cristão receber algum contributo da filosofia pagã? São Tomás
respondeu: “Toda verdade, dita por quem quer que seja, vem do Espírito
Santo”.
Na “Suma Contra os Gentios” ele indica a principal tarefa de sua vida: “Sou consciente de que o principal dever
de minha vida para com Deus é esforçar-me para que minhas palavras e todos os meus sentidos falem dele”.
de minha vida para com Deus é esforçar-me para que minhas palavras e todos os meus sentidos falem dele”.
Seu biógrafo Guilherme de Tocco escreveu que: “todas as vezes que ele
queria estudar, iniciar uma disputa, ensinar, escrever ou ditar,
retirava-se primeiramente no segredo da oração e rezava vertendo
lágrimas, a fim de obter a compreensão dos mistérios divinos”.
Bento XVI recorda que, certa manhã, enquanto São Tomás rezava na
capela de São Nicolau, em Nápoles, um sacristão chamado Domingos de
Caserta, ouviu um diálogo. O Angélico perguntava, preocupado, se aquilo
que tinha escrito sobre os mistérios da fé era correto. É então que ouve
uma voz que provém do crucifixo:
“Falaste bem de mim, Tomás, qual será tua recompensa?
“Nada mais do que Tu, Senhor”.
12 PENSAMENTOS DE SÃO TOMÁS DE AQUINO
1. Levar os homens à verdade é o maior benefício que se pode prestar aos outros.
2. Quanto mais um ser se afasta de Deus mais ele se
aproxima do nada. Mas quanto mais ele se aproxima de Deus, tanto mais se
distancia do nada.
3. Paciente não é aquele que não vê o mal, mas quem não se deixa dominar pela tristeza.
4. Toda verdade, dita por quem quer que seja, vem do Espírito Santo.
5. É impossível que a providência divina se engane. Impossível também que sua vontade e suas ordens sejam ignoradas.
6. Pela oração de muitos, às vezes, se alcança o que pela oração de um só não se obteria.
7. Não se pode justificar uma ação má com boa intenção.
8. Todas as graças que o Senhor, desde toda a
eternidade, determinou conceder-nos, não as quer conceder a não ser por
meio da oração.
9. Por ser Mãe de Deus, Maria, tem uma dignidade quase infinita.
10. A comunhão destrói as tentações do demônio.
11. Tanto vale a Santa Missa quanto vale a morte de Jesus na Cruz.
12. Ao canonizar os santos, o Sumo Pontífice é de modo particular guiado pela inspiração infalível do Espírito Santo.
Prof. Felipe Aquino
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