quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ESPÍRITO DE POSSE OU POBREZA EM ESPÍRITO?


S. Mateus 19,23-30.

Naquele tempo Jesus disse aos discípulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu.
Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu.»

Ao ouvir isto, os discípulos ficaram estupefatos e disseram: «Então, quem pode salvar-se?»

Fixando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível.»

Tomando a palavra, Pedro disse-lhe: «Nós deixamos tudo e seguimos-te. Qual será a nossa recompensa?»

Jesus respondeu-lhes: «Em verdade vos digo: No dia da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono de glória, vós, que me seguistes, haveis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna.
Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros.»

Reflexão:

Espírito de posse ou pobreza em Espírito?
Não acalenteis outro desejo senão o de entrar, em relação a tudo o que existe à face da terra, no distanciamento, no nada e na pobreza apenas por amor de Cristo: não tereis outra necessidade além daquela a que tenhais submetido o vosso coração. O pobre em espírito nunca é mais feliz do que quando se encontra na indigência, e aquele cujo coração nada deseja põe-no sempre ao largo.

Os pobres em espírito (Mt 5, 3) dão com extrema liberalidade tudo o que possuem. O seu prazer consiste em prescindir de tudo oferecendo-o por amor de Deus e do próximo [...]. Não são apenas os bens, as satisfações e os prazeres deste mundo que nos atam e que atrasam no nosso itinerário para Deus; se as recebermos ou se as buscarmos com espírito de posse, as alegrias e as consolações espirituais podem, também elas, constituir um obstáculo ao nosso caminho para o Céu.


São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
Conselhos e Máximas, nos. 355-357, 362, ed. 1963



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